LA MÁFIA [VOL.1 OBSESSÕES]

◽ CAPITOLO VENTI

◽Joe Salvatore

   Não aconteceu nada demais, me  forço a acreditar pela milésima vez.

Nádia e Mattia me mandaram sair do quarto, dando certeza que a Violleta ficaria bem.

  Após finalmente enxotar todos os convidados com ajuda de Judite, me sento no sofá olhando para o teto.

Minhas mãos estão levemente marcada pela surra que dei no Lombardi, mas não me importo de fato com isso.

— Joe. — Mattia me chama, encostado em um canto da porta. — Não sei se é o momento mais apropriado, mas preciso ter uma conversa com você.

Olho para ele, desconfiando.

Só pela expressão, tenho um leve palpite do que se trata a conversa e não gosto nada disso.

— Minha irmã não serve para você, Mattia.  — Digo sem rodeios.

Mattia me encara, sereno, mas de fato intrigado.

— Como?

— Nádia Salvatore já possui um destino traçado desde que nasceu. Você não faz parte dele.

— Não acha que ela já tem idade suficiente para decidir o que quer?

Olho para ele por não sei quanto tempo, depois reparo na ironia que está acontecendo. Mattia Ferrari, ex da minha noiva, louco pela minha irmã.

— Quanta hipócrita que justamente você, tenha vindo até mim ter essa conversa. Não acha que é muita coincidência para uma pessoa só?

— O que existiu entre a Violleta e eu, não tem nada a ver com o que sinto por sua irmã, Joe. São sentimentos completamente diferentes.

Mattia caminha até a porta, sem parecer de fato se importar  com tudo o que eu disse.

Ele para diante da porta.

— Pode falar o que quiser, nada do que você disser pode mudar as escolhas da sua irmã.

Ele abre a porta.

— Você sabe que ela merece algo muito melhor.

Mattia fecha a porta.

— Quem você pensa que é, Joe? — Nádia pergunta, descendo as escadas. — Você acha que pode manipular tudo ao seu redor? 

Passo a mão no rosto.

— Não seja dramática.

— Porque você falou essas coisas? Por que não me deixa viver?

— Viver? — Dou risada. — Nós não temos vida, Nádia, todo o que fazemos é seguir o roteiro! Olha só pra mim: acha que tive vida?

Minha irmã para diante de mim.

—   Và a fottere. Eu não estou nem aí, Joe!

— Cale a boca, Nádia.

Ela não me dá ouvidos.

— Você precisa parar de ser quem você não é! Será que não percebe que a cada dia mais está se parecendo com o...

Tiro a mão do rosto e olho para ela.

— Russo.

Nádia nega, segurando o choro.

— E-eu não quis dizer isso, Jô...

Dou uma risada amarga, me levantando do sofá.

— A você quis, Nádia. Já que gosta tanto de falar, poderia me fazer um enorme favor? — paro diante dela. — Fale com quem queria ouvir.