◽CAPITOLO CINQUE

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◽Joe Salvatore

A confraternização teve início às dezessete horas, já são vinte e duas horas e até agora a insuportável da Violetta não se preocupou em descer.

A anfitriã não está presente na sua própria confraternização.

Vou em direção ao bar e eu mesmo me sirvo com uma taça de champanhe.

— Joe, onde está sua noiva? — Marcus, capo da Ndrangheta sorri ao me ver. — Ela é tão bonita que se recusa a compartilhar conosco?

Dou um sorriso falso.

— Minha noiva é de fato adorável — como um demônio, penso e ele fica sério —  Em breve ela estará conosco.

— Me diga, qual o nome dela?

— Minha noiva... — paro de falar quando a vejo descer as escadas. — Não acredito.

No topo da escada, a morena aparece com um micro vestido brilhante que não cobre praticamente nada.

A desgraçada fez de propósito, já que sabia que isso me tiraria do sério e olha só? Funcionou!

O centro das atenções de repente é a senhorita Moretti,  por incrível que pareça, isso me irrita tanto que Lorenzo surge de não sei onde para ne atazanar.

— Por favor, me diga que ela não está vestindo aquilo.

— Ah, ela está.  — ele diz, olhando igual a todos do salão. — Você não poderia ter arrumado noiva melhor, ela tem o mesmo gênio que você!

Olho pra ele com cara feia e ele cai na gargalhada, me deixando mais irado ainda.

Vou até a escada e espero ela terminar de descer.

— Que raio de vestido é esse? — pergunto, para apenas nós dois ouvir.

— Gostou? — ela rebateu, com um cinismo de dar nos nervos. — Parece que todos os outros gostam também.

— Faltou muito  pano nessa coisa, você vai subir e trocar essa porcaria...  — antes que eu termine a frase, ouço a voz de Marcus.

— Senhorita Moretti!

Violleta sorri, se inclinando para falar no meu ouvido.

— Quem está no comando agora? Sorria querido. — Ela sussurra, passando o braço pelo meu.

— É um prazer finalmente ter a honra de conhecê-la. Sou Marcus Portella. — Ele deposita um beijo na mão dela, o que não me agrada nem um pouco. — Sem dúvidas ela é muito linda, Salvatore, é um homem de sorte.

Ah sim, com certeza.

— Sem sombra de dúvidas, sou um homem de sorte por tê-la. — olho para ela, forçando um sorriso. — Meu amor, Marcus é capo da Ndrangheta.

Violetta sorri, por um segundo me esqueço que ela é um demônio. 

— É um prazer, senhor Portella. Como está sua esposa?

— Muito, bem. — ele procura em volta. — Aliás, deixe-me ir atrás dela.

Ele sai em direção a recepção.

Me viro para Violleta, que já estava se afastando de mim.

— Violleta.  — ela me ignora, indo até o bar e pegando uma taça com vinho. — Nossa conversa não acabou.

Ela faz cara de deboche.

— Acho que acabou sim, Salvatore.

— Joe! — Nádia vem até nós, praticamente correndo. — Nem acredito que é você.

Violleta me encara, sem entender.

— Nádia, essa é Violleta. — digo, sem o menor ânimo. — Essa é minha irmã mais nova, Nádia.

Violleta sorri, por incrível que pareça, verdadeiramente para minha irmã. Isso me surpreende.

— Estava tão ansiosa para te conhecer. — Nadia diz, indo para o lado dela. — Seu vestido está lindo.

Olho para as duas, com medo do que essa criatura pode ensinar para a minha inocente irmã.

— E você é ainda mais linda pessoalmente.

— Por favor, não a ensine a ser uma vadia. — digo, saindo, mas antes escuto sua resposta.

— Ela não precisa dos meus ensinamentos com um irmão como você. 

Ignoro o que ouço e sigo para cumprimentar os outros convidados. Lorenzo se junta a mim, dessa vez assumindo a postura formal.

— Tudo certo com o carregamento em Veneza? — pergunto, bebendo um gole de champanhe. — Até agora não obtive resposta do Marino.

Lorenzo demora para responder, só por aí sei que tem algo errado e não é algo pequeno.

— Eu não consigo me comunicar com o Marino. Ao que parece, tem algo acontecendo.

Coloco a taça na mesa com mais força que o normal e algumas pessoas me encaram.

— Desgraçado é isso o que ele é. — passo a mão no rosto. — Peça para prepararem meu jatinho, vou pessoalmente  resolver isso.

— Sempre  irritado, Joe.

Não preciso nem me virar para saber quem é.
 
Meu primo sorri.

Dou mais um gole na minha bebida.

— E você sempre enxerido, Vito.


LA MÁFIA [VOL.1 OBSESSÕES] Onde histórias criam vida. Descubra agora