A pequena figura desceu as escadas de pedra batendo os pés com força, ela parecia irritada, ao chegar ao salão principal se deparou com o grupo ainda se recuperando do caos causado por Alice, sem transmitir nenhuma reação de surpresa, ela caminhou até Alexian que ainda estava amparado por Isaty e disse.
- Que barulheira infernal é essa? Como posso trabalhar se vocês a todo momento parecem que irão derrubar o lugar inteiro? Estou em um experimento muito delicado que exige o máximo de minha concentração, espero não ser mais incomodada com essa algazarra! E enquanto a você Alexian controle esse bando de trolls, sei que nenhum deles entenderia a delicadeza deste projeto que estou trabalhando, por isso mantenha-os quietos! Amordace-os, amarre-os, não sei..., mas mantenha-os em silencio!
Amy se virou subiu as escadas, as trancinhas rosas balançando em seus cabelos, todos olhavam para a pequena asura sem uma reação definida, enfim Isaty quebrou o silencio.
- Porque os asuras sempre acham que estão fazendo algo mais importante do que os outros? Mesmo que seja tentar nos manter vivos.
- Já desisti de tentar entender um asura, principalmente nossa querida Amy. Disse Alexian com um sorriso.
Cela oeste
Ashira esperou o máximo que conseguiu sem entrar na cela, mas depois dos gritos que ouviu e em seguida o silencio isso foi demais para ela, desta maneira ela abriu a porta e entrou, deparando-se com Shuurei caída no chão abraçada a condessa Anise, as duas choravam silenciosamente e um aperto no coração de Ashira surgiu.
- Anise? Shun? Vocês estão bem?
Anise ergueu a cabeça enquanto passava a mão nos cabeços de Shuurei, ela acenou positivamente e disse.
- Ela está bem, mais precisa descansar.
- Mas o que...? Anise levantou uma das mãos em sinal de silencio.
- Depois eu te explico Ashira, eu prometo.
Ashira assentiu, não conseguiu imaginar o que o interrogatório havia causado a Shuurei, ela estava se sentindo culpada, porém não teve muito tempo para pensar nisso, porque Kim acabava de chegar a cela acompanhado de Marjory e ele estava com um olhar homicida.
Taverna do guild hall
Antony estava em sua terceira garrafa de vinho, o taverneiro Gamli Adal Steinnson já o olhava com desaprovação, porém Antony o ignorava como fazia com qualquer servo, o olhar de indiferença dos olhos verdes vagava distantes, a barba por fazer e cabelos longos pretos o faziam parecer mais velho do que era realmente, Antony tinha 28 anos, mesma idade de Alexian. Ele não entendia esses princípios idiotas que a guilda pregava: igualdade, fraternidade e lealdade. Em teoria e como propaganda barata era tudo muito bonito, Antony até tentou agir dessa maneira quando tinha 18 anos, mas agora na prática, na vida real ele sabia que era tudo perda de tempo.
Era inútil tentar abrir os olhos de Alexian, embora ele fosse uma boa pessoa, era um péssimo líder aos olhos de Antony. Para se comandar era preciso pulso forte, se desprender dos sentimentos, emoções só atrapalhavam o julgamento, nisso seu falecido pai Sebastian tinha razão, uma guilda era um negócio que deveria gerar lucros, não um lugar para se fazer amigos. Se lembrar do pai o fez ter ânsia de vômito, Antony pegou outra garrafa e bebeu direto do gargalo, ele nunca seria igual ao pai e desde o infortúnio de sua morte Antony pensou que poderia se tornar diferente do que foi criado para ser, ele tinha uma idéia e já havia convencido Blajeen, enquanto Zelos mesmo relutante gosta muito mais de dinheiro do que de sua moral.
- Sim. Ele pensou, o plano podia dar certo desta maneira tudo que era seu por direito finalmente lhe seria dado.
A ala hospitalar do guild hall nunca havia estado tão movimentada, não desde a incursão a Spirit Vale, Alice havia feito um belo trabalho junto de Kim e Shuurei. Thalita e Lily estavam conferindo os curativos e verificando os estoques de medicamentos, de acordo com Alexian os próximos dias seriam turbulentos, em um dos leitos Zelos estava deitado, ele não estava mais sentindo dor ou precisando realmente está lá, tudo o que ele queria era um lugar quieto para pensar, Antony havia sido muito convincente a respeito da fortuna que eles iriam conseguir, mas Zelos ainda estava relutante, se não tivesse uma grande dívida nas cartas, nem teria cogitado a idéia. Porém a data do pagamento se aproximava e ele tinha plena consciência de que não teria como paga-la, e ter uma dívida de jogo com o capitão Charr Evon Gnashblade proprietário do Black Lion trading company não era algo a ser ignorado. Zelos já havia escutado histórias demais sobre o que acontecia com quem não honrava suas dívidas com o capitão para não ficar preocupado.
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Crônicas de Paragon
FantasyEsse romance narra a história dos membros da guilda Holy Avenger quando esses, após a conquista do guild hall encontram nas ruínas do local textos antigos, esta descoberta iniciará uma série e acontecimentos capazes de destruir não só a guilda, como...