Cap. I - Escuridão e desgosto

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"É possível que haja comparações entre duas espécies distintas de aves?
O cisne é conhecido por sua estética graciosa e elegante, enquanto os corvos por serem predadores carniceros, o topo da cadeia.
Desprezados pela sociedade, os corvos são retratados na literatura como o símbolo da morte e escuridão. Enquanto o cisne branco, segue sendo romantizado e super-estimado por sua beleza.
Mas onde se encaixariam os cisnes negros?
Eles são como os corvos, seu temperamento e escuridão causam desconforto, pois não são um padrão. São excluídos da mesma forma, apesar de tentarem se encaixar em uma família de cisnes normativos."

Essas foram as primeiras palavras que transferiu à folha de papel depois de muitos meses sem escrever. Bem, passaram-se apenas dois meses após o ocorrido em Nevermore, porém pareciam anos. Ela se odiava por não conseguir escrever, e  se odiava ainda mais pelo motivo.

Terminando de arrumar as suas malas, Wednesday preparou-se para acrescentar mais alguns itens de uso pessoal, que após o banho, pode recolocar em suas bolsas já prontas.

Perdida em seus devaneios, ela se aninhou em seus lençóis escuros, assim como todo o quarto em que se situava, com apenas uma fresta de luz prateada restante entre as cortinas fechadas, causada pela luz de lua cheia da noite de verão.

Apesar de não gostar do clima quente, tinha de admitir que era uma noite relativamente agradável. Foi neste momento sereno, em que pegou no sono, e nada além de sua profunda respiração podia ser ouvido.

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O Corvo e o Cisne Negro Onde histórias criam vida. Descubra agora