Cap. XXIII - Beijos incandecentes

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Os dois soltam-se da força que os unia para respirarem. Tyler a olha novamente e ela o olha de uma forma diferente, como nunca tinha feito antes. Com ternura. Ele deixa um leve selar em seus lábios.

Depois volta a beijá-la com intensidade, abrangendo seu beijo e alcançando outras partes do corpo de Wednesday. Começou a beijar sua bochecha, descendo até o pescoço e deixando marcas de beijos intensos e chupões.

Wednesday arfava e mordia o lábio inferior, se segurando para não implorar por mais.
Ele parou por um instante e cheirou o cabelo escuro de Wednesday. Depois selou seus lábios em sua testa.

Wednesday tinha uma ampla visão do seu peitoral e pescoço, a deixando mais excitada ao ver o sangue novamente. Não se conteve em deixar uma lambida no local, sentindo o gosto amargo do sangue.

Tyler sorri e volta a beijá-la nos lábios, tomando o gosto para si. Suas línguas se encontravam em uma perfeita harmonia. Ambos estavam cansados, mesmo que ainda excitados.

Foi então, que Wednesday passou a se questionar se aquilo que faziam era o apropriado no momento.

Bem, não poderiam ser considerados atos apropriados. Eles se tocavam e beijavam intensa e intimamente. Mas, aquilo não podia estar certo ao seu ver. As coisas escalaram de forma rápida, e ela não sabia se poderia superar o que Tyler causou nela.

- Tyler. - Wednesday chama seu nome de forma séria.

- O quê, Wens? - ele pergunta ofegante, pausando seus beijos vorazes.

- Eu sinto dizer, mas acho que não podemos fazer isso. Não é o certo no momento. À partir de agora, serei sua instrutora, e você se lembra de que falamos sobre não misturarmos sentimentos com o controle do Hyde, não se lembra? - ela diz, se levantando e arrumando as suas tranças.

- Sim, eu me lembro, mas... - ele diz antes de ser interrompido.

- Bom. Não vamos tornar a situação mais complicada para ambos os lados. Eu acho melhor ir. Enid deve estar preocupada, e se vir atrás de mim, denunciará onde você está. E, coloque uma roupa, está realmente frio. - Wednesday diz se virando para a porta.

- Tchau, Tyler. - diz Wednesday.

- Tchau, Wednesday. - Tyler a responde, atordoado por seus próprios sentimentos.

***

Tyler se lava com uma água que havia esquentado à lenha. Wednesday deixou com ele alguns galões de água, aquilo o ajudou no momento e onde se situa. Ele põe um agasalho e volta ao galpão.

Após arrumar o ambiente, ele põe-se a deitar sobre o objeto inflável acolchoado que se acomoda durante as noites no galpão.

Ele consegue se lembrar da últimas vezes que que se deitou em camas, no hospital. Eram desconfortáveis e pequenas.

PNas noites em que se transformava, ele deitava-se no chão sem acompanhamento de outro acessórios.

Pelo menos, agora se alimenta regularmente e se agasalha em noites frias. E além disso, tem o luxo da companhia de Wednesday, em alguns dias. Ela é excêntrica e sua presença é marcante, contamina o ambiente com o seu cheiro e toque sombrio.

Tyler escreveria um poema sobre Wednesday, mas mesmo assim, sua personalidade dispensa adjetivos no papel, por serem limitados. É intrínseca a sua singularidade, o que causa fascínio nos desavisados.
Por consequência, Tyler tem uma obsessão secreta por Wednesday.

Suas fantasias o levam longe da realidade, totalmente fora da curva. Deste veneno, ele ainda não havia provado. Ele se sentia enfeitiçado e entregue à jovem, a oferecendo seu corpo e alma.

Tyler pensa tanto na jovem, que está se apaixonando por ela. Parece ser uma sensação alarmante para o seu senso. Mas o coração o diz o oposto.

Ele pensa em uma forma de declaração, não sabe como Wednesday reagirá à situação, principalmente depois dos ocorridos da noite de lua cheia, mas ele precisa tomar uma atitude sobre o quê sente.

***

O Corvo e o Cisne Negro Onde histórias criam vida. Descubra agora