A garota chamava a atenção dos enfermos e dos mentalmente instáveis enquanto vagava pelos corredores, os seus cabelos negros, estilo próprio e olhar marcante a ajudavam nesse quesito.
Uma das pacientes, parecia ter a sua idade, porém, não se vestia como tal. Usava marias-chiquinhas em seus cabelos encaracolados e roupas muito coloridas e cheias de babados chamativos.
Ela passou no corredor discretamente seguindo Wednesday. Ela começou a imitar a sua forma de andar e suas expressões faciais.A garota gótica estranhou tal comportamento, mas decidiu seguir caminho.
O que ela não esperava é que a garota estranha fosse a seguir. Wednesday parou e a encarou. A garota fez o mesmo, deixando a outra intrigada. Wednesday coçou a cabeça, depois o nariz e estapeou seu próprio rosto em seguida.A garota dos cabelos ruivos e cacheados repetiu todos os seus movimentos. Wednesday não se sentiu desconfortável, mas sim curiosa.
- Qual é o seu nome? - Indaga Wednesday.
- Qual é o seu nome? - A garota diz com uma voz fina e doce.
- Ei! Eu fiz a pergunta primeiro. - Afirma a outra.
- E eu perguntei a mesma coisa. - Responde a ruivinha.
- Meu nome é Wednesday.
- E o meu é Raffaella.
- Prazer. - diz Wednesday, seca.
- Prazer! - diz Raffaella, empolgada.
- Para onde você está indo? - pergunta Wednesday.
- Para o País das Maravilhas, ora, ora. - diz Raffa.
- E eu para o País do Desgosto. - Wednesday a responde respirando fundo, para que possa continuar com essa conversa.
- Oh. Você tem amigos por lá? Por que se tiver, diga que mandei lembranças. - Raffa diz simples.
- Não, não tenho. Você sabe onde se localiza a sala de consulta 111, da ala B? - Wednesday pergunta, finalmente.
- Oh, bem, a minha memória tem vida própria, e é mais insana do que eu, mas até aonde sei, fica ao final deste corredor, à direita. Lá você encontra "o quarto do pânico". - diz a ruivinha entre aspas, deixando Wednesday e indo para o lado oposto.
Wednesday se pergunta o que a garota quer dizer com "quarto do pânico", mas segue o seu caminho sem mais interrupções.
***
Chegando ao fim do corredor, Wednesday olha a porta enferrujada de cima a baixo, e identifica os números 111.
No hospital haviam alguns ar-condicionados empoeirados que tornavam o lugar uma frente fria. Além de não haver muitas janelas, as luzes das lâmpadas frequentemente piscavam e falhavam. A cena de um filme de horror. Wednesday sorri levemente com o pensamento.
Foi quando ela estava prestes a bater na porta, que ela ouviu gritos masculinos abafados. Pareciam ressoar dor e sofrimento. Mas os gritos lhe eram familiares. Eram de Tyler. Ela sabia. Ouviu passos próximos da porta, então logo se escondeu em um armário-cômodo de produtos de limpeza.
O cheiro era forte. Ela viu em um balcão, um grande vidro de Monofluoracetato de sódio. Ela achou um pouco suspeito, pois este produto é raro, por não ser legalizado pela maioria dos países.
É uma espécie de veneno de alta potência atômica e toxidade química. E junto à ele, estavam outros grandes vidros com substâncias altamente tóxicas em sua composição, em nomes científicos. Dentre eles mercúrio líquido e Atropa belladonna, exatamente, o veneno de Beladona.
Ela se perguntou qual o motivo de existirem substâncias imensamente perigosas dentro de uma ala psiquiátrica de um hospital.
A Beladona pode ser usada em certos tipos de tratamento, mas sob prescrição médica e fórmula farmacêutica. Não de forma pura. Porém, e quanto ao mercúrio? Ao veneno de 1080?Isso não fazia sentido algum.
Ao tocar em um balcão mais próximo, ela teve uma visão perturbadora. Ela sabia que estava em perigo. E sempre estaria à partir deste ponto, à partir da existência do maldito Hospital Especializado de Bucareste existisse.***
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O Corvo e o Cisne Negro
FanfictionUma Fanfic original de Wyler O retorno da tragetória de Wednesday Addams se torna mais sombrio e misterioso do que o normal. Bem, para a Addams o conceito do normal é irreal, principalmente quando se é uma adolescente gótica e curiosa pelos desafios...