Cap. III - Xavier é só desgosto

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Xavier andava de um lado ao outro, analisando tudo o que ouvira e disse, quando uma certa gótica de trancinhas o encara dizendo um simples "oi".

- Ah, oi Wednesday! - diz o garoto.

- Então, Xavier, não posso negar os fatos, então serei honesta, hoje mais cedo escutei a sua discussão na sala principal da diretoria. Foi inevitável, se quiser ser mais discreto, lhe aconselho a falar mais baixo. - diz a garota ainda o fitando com o olhar vazio.

O mesmo olhar pelo qual era apaixonado. Muitas vezes, Xavier se pegava imaginando quais eram os pensamentos de Wednesday quando o olhava.

- Xavier? Precisamos conversar. - diz a garota, já sem paciência para lidar com os devaneios de seu colega.

- Ok, Wednesday. Sobre o quê quer conversar? - indaga Xavier, admirando seu rosto.

- Sei que seu pai não é muito presente, e só aparece quando o convém, geralmente quando está preocupado com algo. Então, presumo que alguma coisa esteja fora do seu habitual. - diz a garota.

- Nossa, sim, está. Mas não entendo o porquê da sua preocupação. Sobre o que é a conversa, afinal? - pergunta Xavier, desconfiado.

- Sobre Nevermore. Você sabe que depois do ocorrido, não estivemos mais seguros. Mas o que realmente quero saber é se o seu pai, por acaso, teria mais informações, das quais ainda não sabemos. - completa Wednesday.

- Espera um pouco... Você acha que eu te ajudaria, novamente, depois de tudo? Sem chances. Não quero acabar atrás das grades. - diz Xavier, irritado.

- Sim, você é capaz de interpretar. Está me impressionando. Teria como ser menos egoísta? Está se parecendo com seu pai. É como dizem, o fruto não cai muito longe da árvore.

- Egoísta?! Olha quem fala. Eu não vou passar por isso de novo, ok? Já chega de traumas. Todas as merdas que tinham pra acontecer comigo, aconteceram. Acabou. - Ele diz em tom de despedida e toca no ombro da gótica.

Wednesday repentinamente tem uma visão, tombando a sua cabeça para trás e caindo sobre o carpete.

***

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