Cap. XXVIII - Deseje, anseie e faça

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O conteúdo a seguir pode conter violência, tortura e insinuação sexual.

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- A sua Mestre mandou... - ela inicia olhando em sua face curiosa. - Você retirar sua camiseta. - Wednesday diz, apenas.

- Para quê todo o mistério? Já estava prestes a fazer isso mesmo. - Tyler pergunta, um pouco decepcionado.

- Assim é mais legal. - ela diz enquanto admira seu belo abdômen masculino.

E, caramba! Seu físico é de deixar sem fôlego.

- Pronto, madame. - ele diz sorrindo. - Deseja algo mais? - questiona.

- Na verdade, é sua vez de observar. Veja e aprenda, talvez assim, me satisfaça plenamente. - ela diz, séria.

Enquanto Tyler se senta sobre a mesa, Wednesday, procura algo dobrável, para que possa prender os pulsos do rapaz, encontrando algumas tiras de tecido rasgadas sobre o colchão de Tyler.

- Isso serve pra muita coisa. - ela diz, logo amarrando a fita em seus braços.

Desta forma, ele não poderia tocar-la com as mãos. Ela queria torturar psicologicamente o jovem sem que ela fosse tocada pelo mesmo.

Então, ela começa a retirar o seu suéter preto feito de lã lentamente, ficando apenas com uma blusa fina de alças que usava por baixo.

- Caralho, Wednesday! - Tyler exclama fechando bruscamente os olhos.

- O que foi? Quer que eu pare? Porque se quiser, tudo bem, posso colocar a blusa e ir embora. - Wednesday o questiona se abaixando e pegando o suéter novamente.

- Não, caramba, não! - ele diz irritado.

- É que isso é torturante. Eu posso ver os bicos dos seus seios em rigidez através da blusa, e é mais difícil me conter do que eu imaginava. - Tyler diz, finalmente.

- Feche os seus olhos. - Wednesday o ordena em voz baixa. - Agora. - Ela diz firmemente ao notar que ele não tinha o feito.

As pálpebras do rapaz logo se fecharam e contraíram, a permitindo fazer o que planejava. Wednesday caminha até o interruptor e faz com que as luzes se apaguem.

- O que está fazendo? - Tyler a questiona, desconfiado.
Ele havia aberto os olhos e visto nada além do breu do anoitecer.

- Logo sentirá. - Wednesday diz, se movendo ágilmente como uma cobra no deserto.

Ela se senta sobre o colo de Tyler o prensando contra a parede, sobre a mesa. Wednesday saca uma espécie de adaga, a pressionando sobre o peito direito de Tyler.

- Você gosta do sabor metálico do sangue? - ela questiona. - Espero que sim. - diz, sem nem esperar a sua resposta.

Wednesday sentiu algo quente escorrer sobre a adaga e sua mão. Sem perder mais nenhum segundo, ela leva sua boca ao peito do rapaz, lambendo todo o resquício de sangue que havia no local.

- Wens.. - Tyler inicia.

- Eu não lhe dei a palavra. - ela o responde, seca. - Seja meu. Deixe que eu cuido disso. - Wednesday completa calmamente olhando em seu olhos, os únicos a brilharem no escuro.

Ela o beija intensamente, apertando sua cintura entre suas coxas e o segurando pelo pescoço. Foi neste momento que ela sente um volume se formar sobre as calças de Tyler.

- Ty, Tyler? - ela o chama com a voz trêmula e baixa, perplexa.

- Desculpe. - ele diz, envergonhado. - Vou tentar abaixar a guarda.

- Por favor, obrigada. - ela responde.

Ambos soltam risos anasalados e respiram profundamente após isso. Eles logo voltam a se beijar intensamente.

Wednesday decide retirar aquele pedaço de tecido dos pulsos do rapaz para que ele pudesse tocar-la.
Logo, então, saca uma adaga e corta o fitilho.

- Mudou de ideia sobre a sua ideia dominadora? - Tyler questiona em tom irônico.

- Não. Porém preciso das suas mãos agora. - ela responde.

Ambos não estavam dispostos a abrirem mão do poder.

- Sabe, acho excitante o seu jeito orgulhoso, por mais que me cause também uma irritação profunda. - ele a responde, com um leve sorriso em sua face.

- E o quê faz sobre as suas irritações e frustrações? Deixa que apenas os que lhe causam-nas ganharem mais vasão para feri-lo? Como é fraco. - ela instiga Tyler, o provocando.

- Segure a onda, Wednesday. - ele inicia, soando irritado. - Posso cometer mais de um crime em uma só noite. Não seria a primeira vez que o faço. - Tyler diz, friamente.

- Prove-me do que é capaz. - ela diz. - Eu quero que me prove.

- Sim, meu anjo ceifador. Eu te provo. - ele diz, em tom duplamente sugestivo.

Tyler, então, muda de posição com Wednesday, a prensando contra a parede.
Ele estende sua cabeça em um movimento brusco, precedido por uma forte mordida em sua jugular.

Tyler crava seus dentes no pescoço de Wednesday, a fazendo conter um grito, apenas soltando um gemido abafado de dor.

- O gosto do seu sangue é único. Nunca provei mais gostoso. Um puro deleite. - ele diz, com a boca manchada. - Assim como deve ser esse seu corpo esguio e pequeno. - Tyler profere tais palavras próximo ao ouvido de Wednesday, a fazendo se arrepiar por inteiro.

- Seu cafajeste! - ela exclama, logo depois de estapear seu rosto. - Você é imprestável. Eu não lhe permiti dizer esses absurdos. - Wednesday diz com o cenho franzido.

- Mas permitiu que eu lhe provasse do que sou capaz. Qual é, Wednesday? Você acha que não notei a sua mudança respiratória e corporal? Sei que, gostou pelo menos um pouco do quê disse. - ele diz, provocando a moça.

- Não gosto de palavras obscenas. - Wednesday diz em resposta. - Pode se conter, se não me mando daqui. Não sem antes matar você. - finaliza.

- Não sem antes eu matar você. - Ele repete com a voz mais grossa.

- Você não se atreveria! - Wednesday exclama em choque.

- Claro que sim! - ele responde à altura. - Já disse que sou capaz de todas as atrocidades que sua criatividade fértil e mórbida poderia inventar. Sabe, eu poderia muito bem planejar a sua morte. - continua. - Primeiro eu a estrangularia, e, enquanto seu sangue ainda estivesse quente, cobriria seu belo corpo com o mesmo. Logo então, me aproveitaria do seu cadáver das melhores formas possíveis. - ele finaliza com um sorrisinho no canto do rosto.

- Seu atrevido! Assassino! Necrófilo! - ela exclama em raiva. - Isso é doentio. Monstro abominável! Eu te odeio! - Wednesday cospe as palavras com muito rancor.

- Se me odeia tanto assim, porque está com as pernas a minha volta? - ele questiona. - Esse conceito de ódio me deixa levemente intrigado. Pois, há poucos minutos, suas pernas se abriram para mim e seus lábios foram muito receptivos. Acho que seu corpo discorda de você. - Tyler diz, finalmente.

Ambos estavam ofegantes. Seus corpos estavam tão próximos, que sentiam as suas pesadas e quentes respirações encostarem a pele um do outro.

Havia apenas um pequeno espaço que os dividia, compartilhado pelo ar que exalava ódio e tensão sexual.

***

O Corvo e o Cisne Negro Onde histórias criam vida. Descubra agora