Cap. VIII - Alerta-vermelho

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Tyler sofria e gritava com a terapia de eletrochoque. Uma figura estranha o encarava. Parecia até uma alucinação. Um homem alto e esguio vestido em um jaleco usava também uma máscara de palha.

Após todos os choques e torturas, era aplicado um líquido viscoso em seu braço através de uma grande agulha. Os auxiliares iam até a respectiva sala de limpeza, onde armazenavam os produtos, ou, melhor dizendo, as armas bioquímicas.

***
Após a visão, Wednesday percebeu que precisaria encontrar Tyler e arrumar uma maneira de fuga, até o completo caos ser instaurado. Ela planejava destruir aquele lugar. Ainda não havia visto como, porém, pretendia coletar a planta do edifício e realizar a sua operação.

Ela olhou discretamente os corredores atrás da porta, e quando viu que estava tudo limpo, continuou a busca por Tyler. Alguns enfermeiros andavam a passos rápidos para a sala 111.

Eles tiveram que reanimar um garoto, foi assim que Wednesday ouviu. Ela então correu atrás deles perguntando do que se tratava. Eles disseram algo sobre o menino Hyde.

Ela precisou recuperar o fôlego e correu à frente o mais rápido que pôde. Quando abriram a porta, a garota disse que precisava entrar também, pois pertencia à família do garoto. Eles negaram, deixando para Wednesday apenas uma alternativa. Chantagem.

- Nos desculpe, senhorita, mas receio que não podemos deixá-la entrar. - dizia um dos enfermeiros do local.

- Não posso desculpar quando não me permitem-me ver o meu irmão! - exclama Wednesday.

- Mas, na ficha médica do paciente está claro... - diz o mesmo, até que seja interrompido.

- Tanto faz o que diz isso. Eu quero ver o meu irmão. Ou processo este lugar por negligência. Acredite ou não, sei de muita coisa que os prejudicaria perante a justiça. - Wednesday diz finalmente, lançando um olhar ameaçador.

- Mas senhorita, ... - inicia uma enfermeira.

- Vocês parecem não se importar com o que disse. E muito menos com os seus pacientes. Escute, é melhor tomarem cuidado. - diz Wednesday, sem paciência.

Eles exitam por um momento, enquanto Wednesday os fita de forma aterrorizante. Eles entram rápido e fecham a porta.
Wednesday fica possessa. Ela corre até o botão mais próximo de emergência e o pressiona, o que dá abertura a  sala de arquivos e segurança.

Ela escuta passos, então tranca a porta principal. Ela configura o sistema para que entre em modo de alerta-vermelho.

Pelo hospital estavam soando sons alarmantes através das caixas sonoras e holofotes, causando pânico geral. Todos correram. Os enfermeiros ordenavam os pacientes da ala psiquiátrica. Todos vestiam camisas de força. O resto correu para fora, transferindo o resto dos pacientes em macas, para outros hospitais.
Todas as ambulâncias estavam ocupadas.

Wednesday pegou seus equipamentos de emergência. Luvas, gasolina e fósforo. A intenção era iniciar um incêndio sem deixar rastros.

Então ela saiu da pequena sala, indo ao consultório 111. Ela iria iniciar por ali. Haviam muitos móveis e objetos inflamáveis.

Ela derramou seu pequeno vidro de gasolina sobre a cama, e por fim, ateou o fogo. Ao abrir a porta ela viu os alarmes de incêndio iniciarem a soar. Mas o fogo já havia se espalhado em outros cômodos.

Ela então correu até a saída de emergência. E correu pelos fundos do hospital. Ela também havia desligado as câmeras de segurança. Não era possível vê-la à esse ponto. Ela agradeceu a tecnologia e a Enid, por ensiná-la a mexer nos aparelhos eletrônicos, admitindo que foi mais útil do que o esperado.

Ela alcançou um táxi e pediu para que seguisse a ambulância em que localizava Tyler. Como ela sabia? As ambulâncias com pacientes vindos de Jericho à ala psiquiátrica do HEB possuíam cores e formatos diferentes, haviam poucas delas; Além de ver os mesmo enfermeiros que abordou anteriormente entrarem nela.

Ela os viu, à uma boa distância, pararem próximos à uma floresta e deixarem o corpo desacordado de Tyler às margens. Logo depois, sumiram, correndo em alta velocidade.

***

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