Cap 1 - A separação

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O progresso da Vila Aaru vem sendo excepcional, moradores se recuperando rapidamente das longas tempestades de areia, compartilhando comida para quem necessita, ajudando a carregar água, tudo isso graças aos sábios da cidade de Sumeru que se mobilizaram e viajaram dias para ajudar os moradores do deserto em seus momentos de vulnerabilidade.

Se passaram semanas desde a chegada dos sábios, dentre eles haviam estudiosos renomados da Akademia ajudando os feridos com medicação apropriada e outras questões relacionadas a alimentação e saúde. Porém, com a chegada de vários estudiosos, seus filhos pequenos também vos acompanharam na jornada; as ruas e pontes que conectavam as casas estavam cheias de alegria e luz de belas crianças que corriam por aí.

Era uma manhã agradável, os Valuka Shuna eram a atenção do momento desde sua chegada no dia anterior. Tighnari era filho de dois estudiosos Shuna, ou seja, possuía enormes orelhas pretas e uma cauda verde; era um garoto tímido que não costumava se enturmar muito com as outras crianças, ele preferia ficar sozinho por se achar diferente mas foi esse diferencial que trouxe curiosidade aos moradores da vila.

- Posso tocar na sua orelha? Ela parece tão macia!

- Sua cauda é tão fofa, posso te abraçar?

Eram comentários assim todo momento, de certa forma isso fez Tighnari sentir-se bem. As outras crianças não pareciam ter medo das individualidades dele.

Cyno queria brincar com as outras crianças também, mas quando chegou em uma certa idade, seu pai que era responsável pela segurança dos moradores, o general Matra, não o permitia.

Quando questionado, seu pai sempre lhe dizia que perder o foco com passa tempos imaturos não o faria ser forte como próximo general. De acordo com o Matra, para ser um excelente general, você deve ter controle total sobre seus sentimentos; não seja fraco, não tenha pena, não seja piedoso com o incorreto. Assim era a criação de Cyno.

Anos mais tarde, uma guerra estourou por toda Sumeru, separando os habitantes do deserto e os da floresta tropical. Uma guerra de ambos lados se culpando por traição e manipulação da população. Por ser uma discussão entre civis, os arcontes não puderam intervir.

Desde então, qualquer pessoa vinda da floresta era barrada na ponte que ligava os dois lugares.

Décadas se passaram desde o ocorrido, Tighnari havia se tornado um pesquisador e botânico na Akademia. Ele adorava se aventurar pelas trilhas a procura de novas espécies de animais e plantas, afinal, Sumeru era imensa.

Ao subir no alto de uma árvore robusta, seguindo uma espécie de lagarto vermelho, pôde contemplar a visão das pirâmides do vasto deserto, ele suspirou admirando a vista lá de cima. Sabia que nunca mais poderia retornar naquelas areias quentes, tanto pela insolação e falta de costume com ambientes quentes, quanto pela regra de não atravessar a fronteira.

- Mestre, o que faz aí em cima?! - uma voz lhe retornou a realidade, fazendo-o olhar para baixo, era sua pupila, Collei.

Collei foi resgatada por Tighnari a uns anos atrás, ela estava toda ferida e sem lembranças do ocorrido que a deixou naquela situação. Ele cuidou de seus ferimentos e a ensinou o básico para sobreviver em Sumeru, a ajudou a ler e escrever; desde então a garota tem demonstrado um grande avanço, podendo se tornar uma futura estudante da instituição de Sumeru.

- Já vou descer! - o garoto observou aquela cena do deserto uma última vez antes de começar a descer com um planador imbutido na sua vestimenta.

- Uau! Isso realmente funciona bem, Mestre.

- Ainda preciso ajustar, este projeto ainda está em fase de testes. Os de Mondstad são bem mais avançados.

- Eu quero um também!

Cynonari - Separados por uma mentiraOnde histórias criam vida. Descubra agora