Cynonari - Separados por uma mentira

Cap 14 - Inimigos dos vilões

– ME SOLTA, GENERAL MAHAMATRA! Eu já disse que preciso da sua ajuda. – Scaramouche se debatia sentado no chão.

Quando Cyno o encontrou praticamente perdido no meio do deserto, desconfiou do motivo de um Fatui estar ali e por segurança o amarrou e levou-o para a Vila Aaru.

– Por que você, justamente você, precisaria da minha ajuda?

– Não ficou sabendo? Tighnari foi levado pelo Dottore, precisamos da sua ajuda para resgatar aquele orelhudo.

– Eu sei que você não gosta de mim, mas não vou cair nessa conversa fiada sua. Anda, vá embora do meu deserto antes que eu perca a paciência. – o General desamarrou o garoto e o arrastou até parte do caminho de retorno, mas Scara conseguiu se livrar.

– AAAARGH! Acha mesmo que perderia meu tempo te procurando se não fosse verdade!?

– O que me garante que você está falando a verdade, Fatui?

– Alhaitham foi atrás de Tighnari e sabe se lá onde ele está agora, Kaveh está sozinho na cidade de Sumeru, a única pessoa que consegue nos ajudar a derrotar Dottore é você.

O Matra suspirou pesado, ele não estava querendo acreditar naquela história toda, Nahida não deixaria que Nari fosse levado assim tão facilmente.

Então se lembra do que a Arconte disse antes dele partir: "Minha proteção não vai durar para sempre, Cyno".

– Eu só fui embora a alguns dias e tudo virou um caos...

– Se você estivesse com Tighnari naquele momento, talvez ele não fosse raptado. Seu idiota. – Scaramouche não queria admitir que foi ele quem sequestrou Tighnari junto de Childe e Dottore, aquilo poderia piorar ainda mais a situação, então o garoto omitiu.

– Me leve até onde Dottore está, vou resolver isso e depois que Tighnari estiver seguro eu volto para o deserto. Não faço questão de ser um guarda costas particular dele.

Cyno no fundo ainda se sentia mal por toda a situação com Tighnari, mas agora que a vida do feneco estava em risco, nada mais importava a não ser salvá-lo.

Scaramouche comemorou por finalmente conseguir convencer aquele cabeça dura a confiar nas suas palavras, os dois seguiram primeiramente para a cidade de Sumeru.

O caminho até Liyue poderia levar dias, ou até semanas; Scaramouche podia facilmente teleportar para o esconderijo mas somente ele seria teleportado, então teriam que ir a pé da cidade de Sumeru até o esconderijo na montanha de Liyue. E assim iniciaram a caminhada...

As esperanças estavam acabando, aquele ambiente frio e solitário era perturbador. Childe e Scaramouche não apareciam mais lá, apenas alguns hilichurls vinham em determinados horários para lhe entregar um prato de comida e água.

Tighnari não fazia ideia do porquê, ele só queria ir para casa, seja o que for que aquele doutor quisesse.

– Olá, criança! Tem se divertindo muito nesses últimos dias? Haha – Pantalone novamente fazia uma visitinha ao feneco.

– Não. Eu quero voltar para Sumeru. – Tighnari disse em tom frio e sério.

– Entendo... Sente falta de casa, não é? Bem, creio que mesmo retirando a Gnosis de você, Dottore não vai deixá-lo ir tão cedo. Scaramouche me contou que ele pretende fazer algumas coisinhas com você.

– "coisinhas" ? Que tipo de coisinhas!? Vocês são doentes. – a expressão de espanto na face de Tighnari era terrível.

– Meu jovem, você é receptador da Gnosis Dendro, um item na qual vossa Arconte Tsaritsa necessita para executar seu plano e restaurar a ordem em Teyvat eliminando de vez o abismo e selando todos aqueles que morreram lutando para conter a escuridão. Porém, Dottore está levando tudo isso para o lado pessoal, ele sente ódio de você meu rapaz...

Tighnari prestava atenção nas palavras de Pantalone, com uma feição incrédula e total confusão. O bancário continuou.

– Ele apenas quer fazer você sentir na pele o que ele passou para poder te capturar. E te garanto, não será nada agradável.

– Por que está me dizendo tudo isso?

– Para te deixar ciente de que você vai morrer em breve. – Pantalone sorriu após dizer aquela frase, deixando Tighnari em total desespero.

– O QUE!? – a respiração eufórica, seu coração batia rápido, ele correu até as grades.

– Infelizmente, não tem o que fazer, criança. Dottore está determinado, não tem quem o faça mudar.

Pantalone saiu daquela região enquanto Tighnari gritava e implorava para libertá-lo. Mas de nada adiantava...

[...]

A jornada de Alhaitham continuava. Ele seguia um caminho até Liyue, ele sabia que Childe vivia naquele lugar, talvez pudesse encontrar melhores pistas sobre os Fatui e seu esconderijo.

Foi uma jornada longa que demandou muito esforço, mas felizmente ele chegou até o Porto. Sendo recebido por alguns Adeptus que notaram a presença de um desconhecido adentrando a cidade.

Xiao foi abordá-lo curioso sobre a visita estrangeira.

– Quem é você?

– Me chamo Alhaitham. – ele se identificou. – Vim resgatar um amigo levado pelos Fatui.

– Seu amigo foi levado pelos Fatui por algum motivo específico?

– Não faço a menor ideia, mas um ruivo participou dessa tramóia.

– Hum, um ruivo... É sempre ele.

Xiao sabia de quem o estudioso estava falando, e se propôs a ajudar. O adeptus levou Alhaitham para conversar com uma pessoa que conhecia as terras de Liyue melhor do que ninguém, enquanto disse que interrogaria o ruivo na qual Alhaitham se referiu e regressaria em breve.

– Mestre Zhongli, temos visita. Esse forasteiro disse que os Fatui levaram o amigo dele e precisa de ajuda. Vou interrogar aquele você sabe quem e retornarei em breve. Com sua licença. – Zhongli concordou e recebeu Alhaitham em sua sala.

– Me recordo de ouvir seu nome algumas vezes, Alhaitham, correto?

– Sim... – o estudioso sentou em uma almofada próxima a Zhongli. – Pode me ajudar?

– Depende, quais informações você precisa?

Os dois iniciaram uma conversa a cerca da situação de Tighnari, mas minutos depois, Childe adentrou a sala apressado para falar com Zhongli e acabou se deparando com Alhaitham que imediatamente o reconheceu.

– Você... Foi você que levou Tighnari, ONDE ELE ESTÁ? – Alhaitham se levantou eufórico avançando para cima do ruivo, que imediatamente foi protegido por Zhongli.

– Se acalme, Alhaitham. Nada será resolvido com violência, não na minha sala.

O estudioso se acalmou e voltou a sentar na almofada, Morax pediu para Childe explicar porque estava ali.

O garoto afirmou que precisava de ajuda, explicou toda a situação sobre Dottore e disse que não sabia como pará-lo, a morte de Tighnari poderia ocasionar outro colapso em Teyvat.

– Não há outra maneira, vamos ter que trabalhar juntos e parar Dottore. Childe, nos leve até o esconderijo.

[Continua...]