Cap 4 - Chantagem e TCG

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Tighnari não queria atravessar a ponte de madeira apodrecida, ele queria cumprir sua exploração. Concluir seu trabalho. Ele não foi até o deserto em vão... Seu plano era explorar e tomar conhecimento do máximo possível para que na próxima palestra ele mostrasse aos sábios que o deserto de Sumeru não era aquela aberração que diziam ser.

Mas com tempo, imprevistos foram acontecendo e atrasou seu plano, explorar aquele ambiente arenoso virou algo abstruso.

Ele discutiu com Cyno por um momento até se ver prestes a cair no precipício por uma madeira rompida, o General usou de todas suas forças elementais para puxar o patrulheiro. Um impacto da força electro acabou arremessando os dois para a areia.

- Você está bem, Tighnari?

Os olhos do orelhudo permaneciam fechados com muita pressão, ele agarrou o corpo de Cyno com uma certa força e não se deu conta que aquele pesadelo já havia passado.

- Tighnari? - Cyno chamou-o novamente.

Foi aí que percebeu a cena que estava. O patrulheiro sobre o general que o encarava sem esboçar nenhuma expressão.

- Desculpe... - ele se levantou rapidamente deveras constrangido com a situação toda.

- Vou ter que te arremessar para o outro lado.

- O QUE!? Você é maluco?

- Consegue ver outra forma?

- Eu posso ficar na Vila Aaru por um tempo até planejar algo que poss--

- Não! SERÁ QUE NÃO PERCEBE QUE VOCÊ É UMA FONTE DE PROBLEMAS AMBULANTE?!

As orelhas do patrulheiro abaixaram novamente, o tom de voz do General foi ríspido e alto, o suficiente para chatear Tighnari. Cyno deixou o local após notar os olhos marejados do patrulheiro, saltando para longe.

E agora? Não tinha mais sua mochila com suplementos, não havia forma de voltar devido a ponte quebrada, Alhaitham provavelmente contaria aos sábios sobre a situação. O orelhudo suspirou fundo olhando para aquela enorme imensidão escura do buraco...

Teria que haver outra forma de atravessar aquele penhasco... Mas como? O patrulheiro pensava em todas as formas possíveis de atravessar, até que se lembrou do planador imbutido na sua vestimenta.

Uma luz brilhou na sua mente, se ele subisse até o topo da montanha de areia próxima a Vila Aaru, ele conseguiria facilmente atravessar para o outro lado. Bem, seria fácil fazer isso se não estivesse tão escuro na região florestal, ele precisava procurar um local para descanso...

Ele decidiu voltar para a Vila Aaru torcendo para não encontrar Cyno, o general foi para o topo do monte de areia que sempre permanecia para pensar.

- Ele só me trouxe problemas desde que veio para cá, será que isso é algum carma pelo que aconteceu com os pais dele? Pelo visto ele não parece saber de nada do que aconteceu...

Cyno dizia para si mesmo, e se assustou quando uma voz o respondeu. Era Dehya.

- Quem é um carma, General? - a leona sentou ao lado de seu amigo de uma forma bem despojada, admirando o céu estrelado.

- Aquele orelhudo, ele só causou problemas desde o dia que chegou! - dizia estressado olhando para a faixa que cobria o ferimento de seu braço.

- Ah... Mas pensa pelo lado bom, fazia tempo que não conversávamos Cyno - ela falou para descontrair o clima. - Você passava dias e noites pelo deserto procurando bandidos que nem tinha tempo para descansar.

- Esse é meu trabalho, Dehya... Trabalho da minha família.

- Meu pai queria que eu fosse uma grande cientista mas olha onde estou, no deserto sendo uma guerreira. Não precisamos fazer tudo que nossos pais exigem se não queremos.

Cynonari - Separados por uma mentiraOnde histórias criam vida. Descubra agora