Morning Star

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Os demônios estão nos túmulos,
e os porcos estão no mar.


A garota estava parada na frente do clube. Seus olhos se moviam observando cada pessoa que passava. A garota as encarava como se escolhesse alguém para matar, sua ação me surpreendeu, a racionalidade para uma vampira que tinha acabado de se transformar era espantosa.

Minha experiência tinha sido completamente diferente. O sangue era a única coisa que meu corpo conseguia pensar no momento. O desejo me cegou fazendo ser impossível lutar contra a vontade de me alimentar, a sede parecia abandonar o meu consciente e se espalhava pelo meu corpo como uma febre, tomava cada célula do meu corpo me fazendo sentir impotente. Isso parecia de certa forma diferente para ela, apesar se visivelmente desesperada por sangue, ela ainda procurava por algo que a interessava, não estava completamente tomada pela fome.

Constantin observava de longe, parecia tranquilo como se soubesse que a garota não atacaria ninguém de forma impulsiva. Ele se aproximou ficando atrás da garota.

— Impressionante, não é? — Constantin disse tocando o braço da garota a segurando com força.

— Como?

— Como?...

— Como ela se transformou se ela não bebeu do meu sangue? — Perguntei me virando para os dois. Constantin agora cobria a boca da garotinha com as mãos.

— O sangue de Marie já estava em seu corpo, você deu o veneno.

— Porra. — Exclamei.

— Precisamos ir.

— Marie está chegando?

— Creio que sim. — Ele falou olhando para o caminho pelo qual passamos mais cedo.

Constantin colocou a garota em seus braços e a carregou, ela não parecia incomodada com a ação, se deitou no colo de Constantin confortavelmente. Não conversamos durante o caminho. Constantin não parecia preocupado com a situação, a verdade é que ele considerava tudo aquilo engraçado, por outro lado, eu temia a reação de Marie. Eu tinha acabado de destruir com tudo o que ela havia planejado, isso de certa forma me atingia mais do que eu gostaria de admitir.

— Está pensando muito não é? — Constantin falou quando chegamos na porta de casa. Ele deixou a garota sair de seu colo e me encarou não abrindo a porta.

— O que quer dizer com isso?

— Está preocupada com o que Marie irá dizer. — Ele suspirou segurando a mão da menina. — Todas as vezes que Marie te machuca ela não parece pensar muito em suas ações, já você...

— Como posso não me sentir assim quando eu causei tudo isso?

— Tem medo de decepcioná-la. Você não causou tudo isso, Eva. — Constantin fez uma pausa como se te tentasse colocar suas idéias no lugar e então, continuou. — Você pensa que precisa de Marie para sobreviver, mas isso não é verdade. Ela quem precisa de você.

— Isso é absurdo. Por que Marie precisaria de mim? Por favor, ela é uma Ardelean.

— Você pensa muito pouco de si mesma.

— Por que eu deveria escutar você, Constantin? Eu não esqueço as coisas que fez tão rapidamente como pensa.

— Mas esquece as coisas que Marie faz rapidamente, como isso funciona?

— Eu não esqueço. — Retruquei tendo consciência de que minha fala não era totalmente verdadeira.

— Todo momento que se deita com ela, esquece todas as atrocidades que ela fez com você. — Ele sorri passando a mão pelos cabelos. — Marie não é quem pensa. Acha que a conhece mas está enganada.

The Bloody House (Romance sáfico +18)Onde histórias criam vida. Descubra agora