Marcha a Ancona

1 1 0
                                    

Ariminum, Península Itálica ~ 23/06/446 a.C.

Quarta-feira, 06:00

Cerca de 1 mês após a tomada de Ariminum, Leandros e seus homens se manteriam na cidade, agora abandonada, aguardando a edificação da estrada para a chegada dos autômatos e posterior demolição e reestruturação da mesma, de modo que apenas os agricultores e pastores seriam os habitantes remanescentes.

Devido à rapidez da construção dos autômatos, nesse curto lapso de tempo a estrada estaria praticamente ligando, na via principal, a capital da Dalmácia Ocidental com todas as capitais provinciais romanas do norte da Itália, e uma via mais completa seria feita ligando Ravena, Patavium (Pádua) e Bononia/Felsina (atual Bolonha) até Ariminum (Rimini), de modo a trazer, em pouco tempo, veículos de carga para levarem as riquezas e recursos da cidade para Agrias, enquanto os autômatos e legionários permaneceriam à frente das obras da reestruturação da cidade.

Mas para Leandros, a paz ainda estava longe de ser alcançada, e mesmo havendo dominado o norte com seus homens, o oeste e sul com os demais soldados, ainda faltava dominar o leste totalmente para cercar o Lácio, a última província romana que pretendiam conquistar.

Diferente de outros conquistadores, Leandros e Plistarco decidiam firmar seu domínio sobre as regiões após a conquista para então iniciar outra invasão, e no caso do espartano, este apenas esperava a defesa dos legionários Helemênidas na cidade para marchar para a capital da província romana do Piceno, que trazia muitas más recordações a Elektra: Ancona.

No amanhecer daquele dia, ao acordar pela manhã, Elektra, que estava com Leandros repousando em uma Villa romana, veria seu marido de pé, apenas com seu "short" e cinto, além de um saiote, sem nenhum outro equipamento, olhando direto para o amanhecer na varanda daquela residência.

A amazona, que se encontrava com seus cabelos levemente amarrotados devido ao sono, completamente nua, apenas coberta pelo fino tecido do lençol da cama romana, se sentaria em uma posição que definiria suas silhuetas de uma forma que apenas a própria Afrodite poderia competir em beleza.

Mas o semblante de Elektra não era de alegria, muito menos de desejo ou sequer de tristeza, mas de preocupação, pois mesmo com o espartano procurando-a durante os últimos dias para satisfazer-se, este não a olhava mais com o mesmo semblante amoroso que outrora, com Laila, lhe entregava.

Ainda que o tempo houvesse passado, e agora não tendo quem dividisse o amor dele, a Dádiva nova de Leandros lhe tomaria tempo em dominar, e a cada dia que passava seus pesadelos apenas cresciam mais e mais, como se este estivesse sendo levado à insanidade inevitavelmente, da mesma forma que Sejano.

Pouco a pouco a alegria e o amor que Leandros tinha pela vida seria perdido e transformado em puro desespero, temor, ansiedade e principalmente beirando a loucura, pois somente com fechar os olhos ele via possibilidades das mais variadas, vozes implorando por socorro, vidas perdidas que poderiam ter sido salvas, e mesmo amores que jamais foram concretizados, em todos os períodos de tempo, vividos diretamente por Leandros em seu subconsciente, como se ele se conectasse diretamente a todas essas pessoas e levasse consigo suas dores, ao unir a Clarividência de Sejano com a Dádiva de Enéias indiretamente.

ΠΕΠΡΩΜΕΝΟ, A Luta FinalOnde histórias criam vida. Descubra agora