CAPÍTULO DOZE: Madrugada

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CHOU TZUYU

Estava um breu tão forte naquela noite de sexta-feira que fazia eu questionar levemente o por que estar fora de casa, fora da minha cama confortável. Mas ao olhar para frente e ver a garota de cabelo em tons castanhos se esforçar para abrir a porta de casa na escuridão daquela noite, fez minha mente voltar ao normal.

Depois de Sana descobrir coisas sobre mim que ninguém dentro daquele colégio conhece, acabei mostrando a garota um pouco mais do meu lado, "atraente" por assim dizer. O lado que (por motivos óbvios) eu não fazia questão de exalar durante o ano letivo dentro do colégio. Eu reconhecia que caso eu fosse a Chou que sou nas noites por aí dentro do colégio, as chances de eu ter uma legião de mulheres patricinhas correndo atrás de mim seria grande, e eu preferia separar a escola disso, já que era além de tudo, um negócio de família.

—Ta difícil aí, Sana? —Me aproximei ao ver que a garota mais baixa não conseguia de maneira alguma acertar a chave dentro da fechadura para abrir a porta. —Quer ajuda?

Me aproximei da garota e sem insinuar que queria que ela se afastasse, me coloquei atrás dela, escorreguei minhas mãos desde seu ombro, passando delicadamente pelo cotovelo, antebraço até alcançar sua mão que segurava a chave. Ali peguei-a de sua mão e facilmente abri a porta.

Ela me olhou estática após ver que eu tinha aberto a porta em questão de segundos.

—Como?

—É prática, entro em casa no escuro após todo show. —Eu disse e segui a garota que entrou na casa trançando levemente as pernas. —Vou pegar uma água pra você, onde fica a cozinha? Você ainda está um pouco alta.

—Não quero água. —Sana fechou a porta e passou a chave, dessa vez facilmente por conta da baixa luz que havia acendido. —Vem, vamos para o meu quarto.

E assim subimos as escadas, eu na retaguarda caso Minatozaki perdesse o equilíbrio e caísse para trás, em passos de tartaruga chegamos, eu coloquei minha bolsa em seu criado mudo e me sentei na cama da garota para retirar os coturnos.

—Ainda bem que não precisamos ir de uniforme amanhã, tudo que é meu ia ficar ligeiramente mais curto em você. —A morena disse removendo seus sapatos também, os deixando próximos da escrivaninha.

—Isso te incomoda?

—Definitivamente não, você sempre fica uma gostosa independente da roupa que está usando. —Foi se aproximando lentamente, até por que ainda tinha dificuldades de se manter em pé. —E você?

—Eu o que? —Olhei fixamente, ainda sentada na beira da cama de Sana, em seus olhos, vendo ali toda ternura e desejo da garota que me deixava com mais vontade de provocá-la.

—Te incomodaria me ver usar roupas curtas?

—Incomodar não é a palavra certa, Sana. —Sorri maliciosamente. —Você sabe o que eu quero dizer.

—Não sei não, pode me dizer? —Dito isso a garota se sentou em meu colo, uma perna de cada lado de minha cintura, os joelhos dobrados fazendo com que a garota pudesse levantar os quadris a qualquer momento.

—Não posso, você vai me achar uma escrota, tarada.

E não disse mais nada.

rumor | satzuOnde histórias criam vida. Descubra agora