tw: abuso
CHOU TZUYUJá era o final daquele dia. Só queria ir para casa e no máximo ficar até mais tarde na sala de música quando todo mundo já tivesse ido embora.
Em especial, hoje eu estava completamente desamparada, minhas inseguranças e a maneira que agi com Sana, talvez eu devesse ter falado menos. Merda.
E se ela falasse algo? O que falariam de mim? Chou Tzuyu não é sempre firme? Muitos rumores nasceriam e provavelmente não seriam muito bons.
A regra é clara. Claríssima. A mais clara de todas. Nunca dei brechas para o pessoal dessa escola falarem sobre mim, são todos intrometidos.
Termino de juntar meu material, pronta para sair do grêmio quando escuto alguém bater na porta.
—Hey, gatinha. —Eun diz entrando na sala e eu logo suspiro pesadamente sentindo o que estava por vir, hoje em específico não era um bom dia pra nada.
—Agora não, Eun. —Digo terminando de me organizar e sem perder a postura firme, me viro e olho para ele. —Estou indo para casa.
—Só queria te chamar para sair. —Ele se apoia na batente da porta, impedindo minha passagem.
Eun era meu ex-ficante do ensino fundamental. Ele era do capitão do time de basquete da escola, então todos nos viam como o casal perfeito. Pena que não era essa a triste realidade.
—Quantas vezes vou precisar te dizer que eu não quero? —Olho em seus olhos com um pouco de raiva, não aguentava mais as abordagens do garoto. Só esse mês devem ter ocorrido umas três.
Eun não tinha um bom histórico com relacionamentos, todas as suas namoradas reportavam que o garoto em si era possessivo demais. E, por mais que fossem boatos, sempre acreditei nelas.
Não queria nada disso em minha vida. Já bastava meus problemas com a escola, família, superação pessoal e com minha avó, um macho escroto não seria tão bem vindo.
—Qual é? —Ri irônico. —Por que está se fazendo de difícil? Você já quis uma vez, por que não volta a querer.
—Eu nunca quis.
—Então o nosso passado foi o que pra você? —Ele questiona irritado se aproximando de mim.
—Eram beijos, eu não tinha sentimento. Já tinha dito-lhe isso. —Me justifico pela milésima vez.
Me assustei quando vi o garoto se aproximar num pulo pra cima de mim, me prensando na parede.
E em uma fração de segundos, eu estava vulnerável.
—Você esqueceu como é, por isso não quer... —Sussura prendendo meus pulsos ao lado de minhas orelhas, fazendo eu derrubar todo o material que eu segurava.
—Me solta agora seu filho da puta!—Digo rangendo os dentes. —Você sabe muito bem o que eu posso fazer com você.
—Vai me dar suspensão? Oh, que pena. —Diz irônico e beija minha bochecha.
—Que inferno! Pare agora. —Digo me contorcendo mas logo o garoto segura meus pulsos com mais força, e solto um grunhido de dor, ele era relativamente mais forte do que eu. —Você é um nojento, sabe que está abusando de mim!
—Não, não estou. —Beijou o canto de minha e eu virei meu rosto para a outra direção, tentando de qualquer maneira esquivar-me de seus toques nojentos. —Estou apenas pegando de volta o que é meu.
—Eu não quero ter que fazer um escândalo aqui! —Aumento meu tom de voz. —Me larga, agora!
Ele coloca alguns fios de meu cabelo pra trás de minha orelha, não sabia o que fazer.
Então ele segura meu rosto com sua mão e sela nossos lábios a força. Senti uma enorme vontade de vomitar ao sentir sua língua pra dentro de minha boca.
Eu me contorcia, debatia, até mesmo tentava gritar. Meu desespero naquele momento era nítido e qualquer pessoa perceberia.
Eu não tinha forças para lutar. Não fazia ideia do que ele poderia fazer comigo. Tentava livrar meu rosto dali mas ele continuava me prendendo, era sufocante.
—Tzu? Você já foi embora?. —Escuto uma voz vindo do corredor e logo respiro fundo quando ele me solta, eu me mantenho estática, de pé, em choque.
Violada.
—Pense sobre isso. —Ele diz e sai da sala, esbarrando na loira que estava na porta.
Sinto lágrimas escorrerem pelo meu rosto, eu estava perdida, não sabia o que fazer. Senti a presença daquela pessoa se aproximando, veio até mim e me abraçou, eu ainda sem saber o que fazer apenas a apertei contra meus braços.
—Desculpa não chegar a tempo. —Sussurou e eu deixei todo o choro que estava entalado vir, era bom abraçar alguém. —Eu escutei vocês no corredor.
Ela se afastou e eu olhei afundo em olhos.
—Promete. —Murmuro —Promete que não vai contar pra ninguém o que você viu aqui.
—O que ele acabou de te fazer é crime!
—Promete. — Falei em um tom mais elevado.
Sana deu um suspiro que foi compreendido por minha parte como alguma indignação ao meu pedido, e sim, eu sabia que deveria denunciar e não fingir que nada aconteceu.
Mas nenhum boato ruim poderia envolver Chou Tzuyu no último ano de ensino médio.
—Prometo.
—Obrigada.
-x-
Esse capítulo não foi gostoso de ler, tenho certeza que não... mas enfim, espero que estejam gostando do enredo!
Logo mais as coisas serão mais desenvolvidas, juro.
COMENTEM MAIS PELO AMOR DE DEUS 😭😭😭😭😭 ME ANIMA MT MAIS A ATUALIZAR AQUI E ESCREVER MAIS DESSA FIC
Até o próximo capítulo <3
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rumor | satzu
Hayran KurguTerceiro ano do ensino médio, animação de formatura e o medo da vida adulta. Sana, uma garota invisível aos olhos de muitos (quase todos) tinha sua vida conturbada pela falta de seu irmão mais velho e seus pais separados. Chou Tzuyu era líder do con...