15 | Espaço reservado

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NA MANHÃ SEGUINTE, Taeyang acordou primeiro que Keeho devido aos barulhos vindos da cozinha. Levantou com cuidado para não arriscar acordar o canadense e deu passos leves e silenciosos pelo chão frio até chegar na cozinha, encontrando Jenny preparando o café da manhã.

— Bom dia, Sra. Yoon. — ele disse com a voz embargada de sono — Quer dizer, Jenny. — corrigiu.

— Bom dia, Theo! — ela segurou a caneca de café com as duas mãos para esquentá-las. — Quer comer alguma coisa?

— Não, muito obrigado. — sentiu-se mal de certa forma por mentir, estava faminto, mas com vergonha de pedir algo.

— Esse Steph... nunca deixou de ser dorminhoco. — ela desviou o olhar para o garoto deitado de forma desajeitada no sofá e assoprou o café.

Steph? - Taeyang arqueou a sobrancelha.

— É o nome dele, querido. Stephen Yoon. Keeho é o nome coreano.

Taeyang tentou disfarçar que estava surpreso com aquela informação, pensando que seria um pouco humilhante não saber o nome verdadeiro do namorado. Mas ele nunca havia mencionado nada sobre isso.

— Ele falou tanto de você, Theo. — ela sentou sobre um banquinho e apoiou os cotovelos na bancada. — No Canadá, ele chorava no meu colo dizendo o quanto sentia sua falta, e que sabia que você devia estar muito confuso com tudo acontecendo tão de repente.

O peito de Taeyang ardeu só de imaginar a cena.

— Ele chorava ainda mais quando me dizia "mãe, acho que ele me odeia agora". — ela revelou tristemente, o olhar baixo. — Eu tentava tranquilizá-lo o convencendo do contrário. Ajudei-o como pude a voltar para cá.

— Eu me sinto um monstro por tê-lo odiado enquanto ele passava por tudo isso. — teve de confessar.

— O erro de vocês foi terem presumido muito. Nenhum sabia a verdade e ficaram se autodestruindo por meses. — ela deu um gole no café.

— E o que aconteceu com o Sr. Yoon, se me permite perguntar? — ele pigarreou baixo e virou o corpo para observar se Keeho ainda dormia.

— Denunciamos ele. Seu abuso psicólogo não era apenas com Keeho, mas comigo também, e com minha outra filha, Anna.

Keeho já havia mencionado a existência de sua irmã, mas nunca o nome dela.

— Ele sempre foi um cara muito explosivo, e depois, achava que tudo se consertaria com buquês de flores e caixas de chocolate. Não sei como permiti que aguentássemos isso por tanto tempo. — deu outro gole no café, mais longo desta vez.

— Eu sinto muito, Jenny. — foi a única coisa que se sentiu capaz de dizer no momento.

— Mas agora estamos livres desse monstro, e eu desejo toda felicidade do mundo a vocês, Theo. — ela sorriu ternamente com os olhos marejados.

Um barulho vindo da sala atraiu os olhares deles, que se viraram e perceberam que se tratava de Keeho, coçando os olhos com os dedos e cambaleando até a cozinha. Parecia estar terrivelmente chapado de sono e considerou voltar a dormir, mas preferiu levar o resto das horas com Taeyang, já que estiveram separados por meses.

— Bom dia. — ele disse com a voz rouca e deixou um beijo no topo da cabeça de Taeyang e, em seguida, no de sua mãe.

Jenny e Keeho começaram a conversar entre si em inglês, ela perguntando e ele respondendo com a língua enrolada, ainda processando se estava realmente acordado ou sendo sonâmbulo, se estava realmente na cozinha, se aqueles presentes eram realmente sua mãe e seu namorado.

o túnel • taehoOnde histórias criam vida. Descubra agora