11 | Péssimo pressentimento

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A FELICIDADE QUE Taeyang e Keeho sentiam era genuína, nem mesmo se ganhassem na loteria se sentiriam tão sortudos, porque tinham um ao outro, então não precisavam desejar mais nada. Apenas alguns meses de relacionamento pareciam anos para Taeyang, por mais que o tempo precioso que passava com seu namorado voasse, indo muito mais rápido do que realmente deveria. Nunca fora de se preocupar tanto com o tempo que tinha ou deveria ter, mas tinha total noção de que as horas pularem em um piscar de olhos era anormal e isso o assustava um pouco, mas nunca admitia em voz alta. Temia ficar completamente sem amanhãs para amar Keeho e desejá-lo ao seu lado e se perguntava qual tipo de droga era essa, já que nunca estivera tão apaixonado em toda sua vida. A droga do amor, com certeza, porque nada torna o ser humano tão estupidamente burro assim. 

Não via graça em relacionamentos amorosos e sequer pensava em ter um com seu vizinho canadense e, olhe só agora, temendo não aproveitar o suficiente os momentos com ele. O mundo é engraçado.

Jiung e Intak também estavam afundados em sentimentos intensos e mútuos, Jongseob e Haku estavam tendo um quase algo há muito tempo e não tinham coragem de assumir, mas ainda assim estavam felizes. Final feliz para todos... certo?

Exceto pelo fato de Keeho ter se distanciado um pouco de seu namorado e seu melhor amigo, parecendo muito mais perdido em seus devaneios do que o comum. Toda vez que Taeyang o questionava sobre tal comportamento, recebia a mesma resposta: “apenas pensando”. Mas, afinal, pensando em quê? Porque, pela expressão que o estrangeiro fazia enquanto encarava um ponto fixo totalmente imóvel, não parecia ser nada bom.

As tentativas de Jongseob de fazer Keeho contar o que estava acontecendo também foram inúteis. Ele e Taeyang não desistiram, mas deixaram o caso um pouco de lado e torceram para que fosse apenas uma bobagem de suas cabeças, mas deixar de se preocupar era uma tarefa impossível.

No relacionamento, esse era o único fator que gerava insegurança em Taeyang, pois Keeho era um namorado quase irreal de tão incrível. Mesmo após esse distanciamento, o canadense não deixou de ser carinhoso como era no início, nem de lhe presentear quase toda vez que saíam juntos a algum lugar especial. Ainda fazia o coreano se sentir amado.

E essa é a verdade, ambos se amavam muito e falavam disso quase o tempo todo, mas saberiam mesmo se não falassem. Não era necessário palavras de afirmação ou toques físicos para conhecerem o amor genuíno que possuíam reciprocamente, apenas sentiam.

As saídas, as maratonas de filmes, as piadas internas, tudo que pudesse se relacionar a Keeho, aos olhos de Taeyang, parecia tão perfeito quanto uma noite de inverno, com cobertores e chocolate quente, e nada disso afetava sua amizade de longa data com Intak, assim como também não afetava a amizade de Keeho com Jongseob, e assim por diante.

As coisas nunca deram tão certo, até um específico entardecer de terça-feira onde Taeyang e Keeho haviam acabado de sair juntos. O coreano não queria se despedir do canadense, como se não fossem vizinhos e não pudessem literalmente se ver da janela, e aquele sentimento só surgia após uma discussão, e eles dificilmente discutiam por motivos sérios. O dia havia sido bom e livre de brigas, então por que essa angústia apertando o peito de repente?

Theo, saiba que independente de qualquer coisa, você é o amor da minha vida e eu nunca amei tanto alguém quanto te amo. — o canadense se declarou enfiando as mãos nos bolsos traseiros da calça.

O coreano arqueou uma sobrancelha e não pode deixar de rir fracamente.

— Por que isso do nada? — seu sorriso foi se desmanchando ao perceber a expressão preocupada do estrangeiro.

— Só não esqueça disso, tudo bem? — os braços dele envolveram o corpo menor num abraço.

Taeyang demorou um pouco para retribuir o ato e tocar as costas tensas do outro, que fungava baixo e tinha uma respiração meio pesada demais, como se estivesse preocupado com algo.

o túnel • taehoOnde histórias criam vida. Descubra agora