Ponto de vista — Alex Turner.
Não é porque eu sou um nerd declarado que eu adoro a semana de provas. Para mim, é um dos períodos mais estressantes que todo universitário tem o terror de passar. Eu sempre me resumo a afundar o rosto nos livros durante o fim de semana e torcer para não enlouquecer. O que raramente acontece.
— Alex, me benze com um feedback de tudo o que o Dwight passou nesse semestre, anda. — Nicholas pediu enquanto estávamos nos ajeitando em nossas cadeiras para a prova.
— Não estudou de novo? — perguntei não olhando diretamente para Nick, e sim para Katrina, que havia acabado de entrar na sala. Ver ela sempre me traz uma memória diferente, e a da vez foi o que aconteceu no estacionamento, que só de lembrar é capaz de me deixar mais avoado do que o normal. De um jeito estranhamente bom, embora eu prefira engolir uma tora de madeira em brasa do que ter que admitir em voz alta.
— Me respeita, eu sou folgado mas nem tanto. Só quero uma revisão em menos de 5 minutos que só você é capaz de me proporcionar. — O'Malley estalou os dedos no meu campo de visão, me fazendo olhar para ele. Revirei os olhos, puxando o caderno e abrindo na matéria de Cálculo, fazendo o resumo do resumo o mais rápido possível para ele antes que o Dwight chegue.
Pensei em falar com Petersen nesse meio tempo, aproveitando que ela estava sozinha e parecia revisar o conteúdo no seu caderno também. Mas seria capaz de eu a atrapalhar, além de agir igual um idiota. Desde quando eu fico nervoso ao pensar na ideia de ir falar com ela?
Desisti da ideia quando Dwight entrou na sala, silenciando todo o burburinho dos alunos sem dizer uma palavra. Era sempre um momento tenso, até mesmo para mim. Minhas mãos suavam um pouco e meu pé batia involuntariamente no piso de porcelanato enquanto as provas eram distribuídas uma a uma.
Após alguns minutos, a prova começou. Não estava tão difícil, mas Dwight é rei de querer que façamos cálculos extensos apenas para chegar num resultado minúsculo. Então, querendo ou não, demandava muito tempo. O bom é que tínhamos bastante tempo para isso, coisa que não me preocupava muito.
Várias vezes me peguei olhando para Katrina, alguns assentos adiante. Fico pensando se ela está se saindo bem, se não está surtando mentalmente. Não tivemos muito tempo para fazermos uma revisão, ainda mais depois do que aconteceu, que ainda é um pouco embaraçoso para nós. Tenho a sensação de que ela vai ficar me evitando pelo resto do semestre.
Talvez após uns 45 minutos ou 1 hora depois da prova começar, alguns alunos começaram a entregar as provas. Katrina foi uma delas. Ela sempre é uma das primeiras a deixar a sala, e eu, sempre sou um dos últimos. Eu espero que ela tenha ido bem, estava realmente torcendo por isso.
Mais alguns longos minutos depois, eu também entreguei minha prova. Minha folha estava toda rabiscada com os cálculos que era difícil saber qual era o resultado final, então destaquei com a caneta e desenhando um retângulo ao redor do resultado, como sempre faço. Saí da sala sozinho, já que Nicholas à essa altura já está nos amassos com Ella em algum lugar por aqui.
Eu poderia procurar por Katrina e perguntar como ela foi na prova. Seria uma boa desculpa para falar com ela. Isso se eu soubesse onde ela está. Provavelmente já tenha ido para casa. Ou não.
Pensei em mandar uma mensagem para meu grupo de forma despretensiosa para saber se algum deles chegou a ver ela depois da prova, mas não precisei fazer isso, pois quando estava fazendo meu caminho para o estacionamento, que era muito próximo ao campo de futebol onde as líderes de torcida ensaiavam alguma coreografia nova, eu a vi sentada sozinha no oitavo degrau da arquibancada.
Antes que eu sequer pensasse se seria uma boa ou má ideia ir falar com ela, eu já estava fazendo meus passos na sua direção. Acho que ela não tinha me visto ainda, pois seu olhar estava longe, focado nas líderes de torcida ensaiando naquela parte vazia do gramado. Aposto que deve estar tendo flashbacks não muito legais.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Before The Cinnamon Rain | Alex Turner (CONCLUÍDA)
Любовные романыNa Dinamarca, se você chegar aos 25 anos de idade e ainda estiver solteiro, é agraciado com uma verdadeira chuva de canela em pó como castigo baseado em tal tradição que perdura por várias gerações no país. E é exatamente esse o pior pesadelo de Ale...