7. Uma Noite e Tanto (Revisado)

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Foto de Juliana Paiva = Megan Tyenes

Música = Lady Antebellum - Need  You Now

***

– O que pensa que está fazendo Juniper? – um homem grita.

Mike congela e sigo seu olhar até onde meu pai me encara com semblante furioso. O ignoro e viro-me novamente para Mike, que continua imóvel.

– Desculpe, mas tenho que ir.

Saio dos braços de Mike, que me olha confuso. Quando vou passar por ele sinto um aperto forte em meu pulso, seguido de um puxão que me faz virar de forma brusca.

– Eu lhe fiz uma pergunta – diz meu pai com grosseria.

– Que eu me recusei a responder – replico no mesmo tom.

– Não me desafie, Juniper – ameaça torcendo meu braço, e me fazendo soltar um gemido de dor.

– Senhor, acredito que esta não é a forma correta de se tratar... – a voz de Mike e interrompida por meu pai.

– Se intrometa com o que é de sua conta garoto – meu pai diz com desdém, virando-se a mim em seguida. – Eu sei com tratar minha filha.

– Está tudo bem Mike – tento soar convincente. – Você está me machucando – falo para meu pai.

– No meu escritório agora.

Dito isso ele solta meu braço bruscamente e com força desnecessária. Assim que solta meu pulso levo a outra mão em proteção. Olho em volta e muitas pessoas me encaram. Sinto lágrimas preencherem meus olhos. Abaixo a cabeça, fazendo o caminho até o escritório de meu pai.

– Vou repetir a pergunta: o que está fazendo aqui? – ele fecha a porta com força atrás de mim.

– Sou uma convidada.

– E seu marido está onde? – pergunta andando de um lado para outro.

– Trabalhando. Ele... não pode vir – escondo o fato de eu nem tem contado que viria.

Ele começa um pequeno aplauso.

– Enquanto seu marido está trabalhando, você fica aqui, se insinuando como uma qualquer para aquele homem – me seguro para não descarregar toda minha raiva em forma de tapa.

Não chore, repito em minha mente.

– Não fale comigo dessa forma – praticamente cuspo as palavras – Você não tem mais o direito de opinar em minha vida, desde que resolveu me vender como um objeto qualquer.

– Quer apostar como ainda tenho todos os direitos sobre...

– Com licença – não quero ouvir mais nem uma palavra.

Dou as costas para ele e me dirijo até a porta, batendo a mesma com força. Sigo pelo corredor, voltando ao salão, caminhando até a saída.

– Juniper, volte aqui – ele grita vindo atrás de mim. – Ainda não terminei com você – me viro para encará-lo.

– Mas eu terminei com você – continuo andando em direção à porta novamente. – Sinto muito Leticia – digo para ela, que está parada ao lado da porta, me olhando com pena.

Ouço alguém me chamar enquanto fecho a porta, mas ignoro. Começo a andar até a rua. Está chovendo forte. Deixo as gotas da chuva se misturarem as minhas lágrimas, que finalmente deixei rolarem por meu rosto.

Por Livre e Espontânea PressãoOnde histórias criam vida. Descubra agora