9. Jantar (Revisado)

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Música = Imagine Dragons - Radioactive
Foto: Eriberto Leão = Enzo Makoll

Não esqueçam das minhas estrelinhas e comentários.

Boa Leitura :)

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***

– Vocês estão bem? – ele pergunta

– Estamos. O que faz aqui?

– O que vocês fazem aqui? – responde com outra pergunta. – Você não deveria estar com seu marido?

– Deveria. E você não deveria estar em Liverpool?

– Deveria – dá de ombros. – Vem vou levá-las para casa.

– Junn – Hanna me chama.

– Só um minuto – digo a ela. – Não vou a lugar algum.

– Pare de bobagem.

– Junn – Hanna chama novamente.

– Só um minuto – volto a dizer. – Eu tenho um objetivo aqui – digo para ele.
– Como quase ser estuprada no meio da pista de dança? – pergunta em tom irônico.

Essa doeu. Só de me lembrar daqueles nojentos eu já sinto repulsa.

– Junn – Hanna chama uma terceira vez.

– O que foi? – pergunto sem paciência.

– Eu acho que eu... – ela não termina a frase vomitando no meio da pista.

– E você ainda diz que estão bem – Thales debocha. – Vamos?

Olho para Hanna e ela não parece nada bem. Finalmente concordo. Com muita dificuldade conseguimos abrir caminho em meio á multidão. Quando saímos, aponto para o Nissan no final da rua. Thales praticamente carrega Hanna até lá. Me sento com ela no banco de trás e ele no banco do motorista. Ela se recosta em mim, perece estar sonolenta. Ele arranca como carro, se juntando ao tráfego de Londres, que agora se encontra pouco mais calmo. Olho em meu relógio e são quase onze horas. Meu plano ainda pode dar certo. Já que a fase quatro está completa.

– Então, porque resolveu fazer... – ele procura as palavras certas – isso?

Explico toda a história para ele, dede o início. O que Eliot fez e disse. Ele como com amigo, apenas ouve meu desabafo. Ele é uma das poucas pessoas que sabem que meu casamento é arranjado. Eu mesma contei a ele quando meu pai me deu a notícia.

Ele me conta que quando soube que eu estava indo a uma boate, sentiu um "pressentimento de irmão mais velho" – esse foi o termo utilizado por ele. Já que fomos criados praticamente como irmãos. E resolveu ir até a boate, chegando assim, na hora certa.

– Espera aí. Como você sabia que eu estava na Fabric London?

– Acho que eu sou completamente culpada por isso – Hánna sussurra em meu ouvido.

– Como assim? – pergunto para ela, que finge estar cochilando.

Thales conta que se encontraram no shopping mais cedo, e Hanna acabou deixando escapar que nós íamos sair hoje à noite. E pela primeira vez na minha vida, eu agradeço por Hanna ser sem filtros e não conseguir segurar a língua.

Não demora muito para chegamos ao apartamento dela. Thales me ajuda a leva-la até o terceiro andar. Quando entramos deixo ele na sala e levo Hanna para o quarto. Ajudo-a se deitar. Eu me sinto como uma mãe colocando a filha para dormir.

Por Livre e Espontânea PressãoOnde histórias criam vida. Descubra agora