4. Vontade De Matá-la (Revisado)

7.3K 390 18
                                    

Foto de Bernardo Velasco = Mike Williams
Música = The Climb - Miley Cyrus

Participe do grupo no Facebook: Andressa Nunes - Escritora  

***

Não consigo me segurar e dou uma tapa na cara dela, que me olha com a raiva ardendo em seus olhos. A marca vermelha de meus dedos em sua pele parda quase me dá vontade de rir. Eu sei que o que ela disse é verdade, mas jamais admitirei.

– Você me paga – sibila.

– Vem cobrar, oxigenada – ameaço.

Ela vem para cima de mim como uma cascavel quando dá o bote. Bato com força meu quadril na mesa derramando o café no chão. A empurro para tirá-la de cima de mim, o que a faz escorregar e me faz cair em cima dela. Ela ainda está com as mãos em meu cabelo, puxando-os com força, meu coque já havia ido para o espaço a algum tempo. Começo a dar tapas nela, e se eu disser que não gostei que esbofeteá-la eu estaria mentindo. Ela grita por socorro, mas não pretendo sair de cima dela, não enquanto ela não se arrepender de ter dirigido a palavra á mim. Alguém chega gritando para pararmos, mas não consigo ver quem é. E de repente eu estou sendo arrancada de cima dela, que dá um último puxão em minha camisa.

– Juniper, para quieta – reconheço a voz de Mike, que me segura com força.

Eu luto para me libertar de seus braços, me debato como se minha vida dependesse de bater naquela oxigenada. Megan se levanta um pouco atordoada, pela intensidade de minhas tapas, e limpa a boca que tem um pouco de sangue.

– Saia daqui Megan – Mike ordena com voz firme.

– Não, eu não vou, ela vai se ver comigo.

– Cala a boca, oxigenada – praticamente grito.

– Sou naturalmente loira – replica.

– Parem as duas. Saia daqui se não quiser problemas Megan – ela sai batendo aqueles saltos de quinta com força no chão. Espero sinceramente que seus pés doam.

– O que faz aqui? – pergunto me soltando de seus braços.

Ele levanta uma sobrancelha.

– Vim pegar minhas chaves, que esqueci. E você?

– Eu estava tomando café, mas...

– Mas foi atacada – ele completa.

– Como você sabe que ela me atacou?

– Vai por mim, a Megan tem muito amor recolhido. Tenta não entrar na onda dela – nós estamos muito próximos, e o cheiro que emana dele é estonteante.

– E como sabe disso? – pergunto desconfiada.

– Eu só sei, mas quem sabe um dia eu não te conto... – ele sorri, mas de repente fica serio.

Ele começa a me encarar com um olhar indecifrável, algo arde atrás de seus olhos e eu não consigo descobrir o que, mas reparo que ele não encara meu rosto, ele está olhando meu busto. Sigo seu olhar e meus peitos estão totalmente para fora da camisa branca, escondidos apenas pelo sutiã de renda que eu estou usando, subindo e descendo descompassadamente por causa da respiração. Tento os cobrir com a mão, mas de nada adianta, o rasgo na camisa é enorme.

– Que vontade de matar aquela oxigenada – ouço a raiva em cada palavra minha.

– É... – ele parece desconcentrado. – Eu pago – ele aponta para a camisa. Ou o que sobrou dela.

– É uma Dolce & Gabbana, ela custa quase mil libras – sibilo.

– Uow. Acho que não vai dar para pagar não.

Por Livre e Espontânea PressãoOnde histórias criam vida. Descubra agora