" Mistérios, sempre tem algum vagando por aí, uns fáceis de ser descoberto e outros nem tanto, pretendendo permanecer nas sombras, oculto... "
. . .
" Está tão escuro, será que eu... morri? "
Sua visão estava em neblina, não conseguia ver nada, somente a cor preta. Tentou ajustar a sua visão mas a tentativa foi inútil. Tentou novamente, nada aconteceu. O pânico começou a penetrar nele, onde ele estaria, aliás? Dentro de um precipício?
Henry iniciou a dar passos, um mais cauteloso do que o outro. Pelo o que parecia o chão era rochoso e um pouco úmido, por instinto, Henry mudou de rota que era menos pedregosa, não queria acabar se escorregando e bater a cabeça no chão.
O ar do lugar era frio, dava para sentir a brisa passando pelo o seu rosto. O lugar não mostrava nenhum indício e nem detalhes para ao mínimo saber onde ele estava andando, a única coisa que podia enxergar era nuvens cinzentas em um céu totalmente sem cor.
As nuvens pareciam estar turbulentas, ou era só impressão de Henry mesmo.Continuou andando, andando e andando, sem nenhum sinal de luz. " Estou andando em círculos? É isso? " pensou Henry, ao ponto de desistir.
Prosseguiu na sua caminhada sem rumo, cauteloso e bem atento ao seu redor.
Nada aparecia, nada acontecia, era realmente um lugar absoluto de silêncio. Henry finalmente parou de andar, deixando escapar um suspiro.
- Desisto. - Disse Henry quebrando o silêncio, lamentando a si mesmo.
Não tinha nada a fazer, estava totalmente isolado em algum lugar desconhecido, onde só havia pedras no caminho, nuvens cinzentas e escuridão sem fim. Só havia duas explicações do que realmente estava acontecendo: teria morrido ou estava em um pesadelo sem fim.
Agora o silêncio repousou em Henry, não tinha nada a fazer, somente esperar o " pesadelo " acabar.
- Não faz sentido! - Gritou Henry, deixando a sua angústia se manifestar. - Não faz!
Henry perdeu o controle e começou a chutar pedras, qualquer pedra que estivesse no seu caminho sem querer saber o
dano que ela poderia te causar.Chutou uma após outra sem hesitar, a dor foi sendo substituída pela a culpa e lágrimas, até que acabou chutando uma pedra com uma ponta afiada, não conseguiu conter o grito da dor.
Depois de ter jogado a raiva nas pedras, Henry caiu de joelhos, não sentia mais os seus pés, só conseguia sentir o sangue quente sendo jorrado neles.
- Eu sei muito bem que foi a minha culpa. - Disse Henry, rouco em meio às lágrimas.
O silêncio ainda continuava sendo a mesma resposta e o som da brisa que passava levando as lágrimas de Henry.
- Eu falhei. - Disse Henry, derrotado. - Desculpa Eli...
Um gemido de choro interrompeu Henry, parecia ser feminina.
O coração de Henry parou, sua respiração ficou mais curta do que já tava, a sua visão não estava mais em névoa, pois a escuridão foi rompida por uma pequena luz amarela. A luz pertencia a um poste há poucos metros de distância e... havia uma sombra lá, estava sentada encostada no poste.
Sem pensar duas vezes, Henry se levantou. Ao se levantar voltou a cair de joelhos, a dor voltou de forma súbita e muito forte, não vinha só dos pés, mas sim do corpo todo, principalmente o coração.
Ignorando a dor, voltou a ficar de pé.
Ao andar, os seus pés reclamavam como nunca de dor, e o coração ficava mais atormentado a cada passo que dava.
Ele sabia, sabia muito bem quem estava lá naquela pequena luz amarela, chorando de desespero, esperando ajuda de alguém...
Henry se aproximava aos poucos da pequena luz, com o coração a mil.
Tinha certeza quem estava lá, mas... se não fosse ela? Fosse talvez alguma armadilha? Henry afastou essa possibilidade em sua cabeça e continuou seguindo em frente.
Enfim, depois de tantos passos sofridos, Henry finalmente pôde ver quem era essa pessoa. Ele prendeu a respiração após ter visto quem era.
- Não... - Henry queria que fosse mentira no que estava em diante dos seus olhos.
A pessoa que estava naquela pequena luz amarela, era na verdade uma criança, sua criança.
Henry sentiu o seu coração sendo despedaçado e depois se transformando em cinzas. " O que eu faço? " Henry cerrou os punhos " eu vou, eu devo."
Sem pensar duas vezes, Henry retornou a andar, dessa vez mais rápido. Não durou muito tempo, logo parou de andar, mas não foi porque ele quis, parou de andar involuntariamente.
" O que...? '' Henry ficou sem entender, algo estava errado, mais errado do que já estava. A atmosfera do lugar mudou, o céu não estava mais preto, pois os relâmpagos surgiram sem aviso tomando conta do céu, a intensidade do frio aumentou de forma assustadora. Claramente um temporal estava a preste por vim.
Henry continuou em frente, mesmo sentido que havia algo te esperando pelo caminho. Logo parou de andar de novo, sentiu uma presença de mais um ser entre eles, e estava próximo.
Não demorou para Henry compreender essa presença, não dava tempo para chegar até a criança. Sabendo disso, Henry inspirou o máximo de ar que o pulmão oferecia e gritou:
- CORRA ELI... - Henry foi bruscamente interrompido, algo lhe segurou pela garganta, bem firme.
O seu corpo estava paralisado, só conseguia mover os olhos e respirar o bastante para ficar consciente. A visão de Henry foi inundada por lágrimas, não havia mais nada a fazer, era tarde demais...
Num piscar de olhos Henry viu duas mãos monstruosas surgindo atrás da criança, a criança sentiu a presença das mãos e se levantou de imediato.
Ao se levantar tentou correr. Foi inútil, as mãos monstruosas já estavam preparadas para pegar a sua pressa.
- Pai! - Gritou a criança enquanto era puxada para a escuridão.
Henry continuou paralisado, o sufoco aumentou brutalmente e a consciência começou a se despedir.
Antes do último suspiro, Henry viu a menina fitando profundamente para ele e sorriu.
- Te amo, pai. - Disse em lágrimas, ao mesmo instante que ela disse isso foi engolida pela a escuridão.
Depois disso, a visão de Henry foi tomada pela cor preta.
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Mistérios Às Cegas
Mystery / ThrillerMuitos casos para uma única e pequena cidade, então porque não investigar todos eles? É isso que o povo deseja mas há pouca polícia na cidade, ocupadas resolvendo outros crimes. Henry viu isso, e teve uma grande ideia: '' E si eu investigar? '' Hen...