Capítulo V

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15 minutos antes...

* * *


- Porque você não colocou ele nesse cargo bem antes? - Indagou John. - Já faz um bom tempo que ele trabalha aqui.

Hank suspirou

- Não é assim que as coisas funcionam aqui. - Retrucou Hank. - O governo daqui é mal desempenhado, para fazer parte da polícia, precisa passar pela academia militar. Mas aqui não tem, ou tinha... - Hank se encostou na parede para ter mais prazer no que iria dizer. Inspirou e expirou. - Na época que a cidade ainda continha vários policiais, a maioria era de outras cidades, já tinham passado pela academia. Já eu... - Hank exitou. - Terminei a academia militar desta cidade nos últimos anos dela. Tenho que admitir que tive sorte.

John estava atento no que Hank dizia, mas mesmo assim passava dúvidas na sua cabeça.

- Então você passou pela academia militar desta cidade bem quando ela estava na beira de se fechar... - Disse John, pensativo. - Enquanto a Henry? Como ele conseguiu ser assistente da polícia? Porque eu só consegui ser pela a academia militar, na minha cidade.

- Eu. - Respondeu Hank direto.

- Como assim "eu"? - Insistiu John

Hank olhou para cima, pensando no que iria dizer.

- Eu ensinei Henry desde quando ele era criança, ensinei com vários fundamentos sobre o que fazer em certas situações de emergência, urgência, simulações de cenas do crimes, métodos de observações, defesa pessoal e entre outras coisas. - Hank olhou para John e viu a sua cara de reprovação, mas Hank logo disse. - Mas eu fiz isso sem estragar a sua infância, eu fui elevando o nível de treinamento dele de acordo como ele ia crescendo.

- Então porque ele se tornou assistente da polícia invés de investigador? Você treinou ele para ser investigador, não foi?

- Sim. - Disse Hank um pouco com desânimo. - Mas o governo não permitiu porque ele precisaria passar pela...

- Academia Militar. - Completou John.

Hank assentiu.

- Eles deixaram ao mínimo ele ser assistente, por causa de mim, de eu ter treinado ele. Não era o que eu esperava, nem Henry. - Hank começou a bater os pés no chão depois de ter olhado o relógio em seu pulso e voltou a falar de novo. - Mas eu consegui convencer o governo para promover Henry como investigador, como uma condição: ficar...

- Ficar um bom tempo como assistente para a polícia. - Completou John de novo.

Hank assentiu de novo, um pouco incomodado.

- E Henry conseguiu ficar esse bom tempo. Então hoje...

- Hoje é o dia em que ele vai se promover como investigador? - Interrompeu John de novo, surpreso. - Sério? Que legal! Ele mere...

- Olha, eu já entendi que você gosta de ficar completando as falas das pessoas. - Disse Hank, com a paciência esgotada. Foi até John e segurou o seu ombro, firmemente. -- Mas... -- Hank abriu um pequeno sorriso, fazendo John sentir um calafrio. -- Acredite em mim, com certeza não vai querer ficar completando palavras com esta pessoa aqui.

Hank largou o seu ombro.

-- Entendido?

John assentiu, sem ousar a fazer contato visual com ele.

-- Vou ver se Henry já chegou, já é a vigésima sexta vez que ele chega atrasado. -- Disse olhando para o relógio, como sempre. -- Mas dessa vez tá passando dos limites.

Hank passou pela porta e a fechou com um baque. John parou de prender a respiração e suspirou de alívio.

- Essa foi por pouco. - Olhou para trás, lá estavam os monitores, prontos para entrar em ação.

* * *

Os seus passos ecoavam pelo o piso de mármore da casa onde ocorreu assassinato, cujo o nome da vítima era Thomas. Estava de frente com o cadáver com a poça de sangue ainda fresco, visível no chão ao redor dele. Os olhos dele ainda abertos de pavor, e com um braço esticado em cima de sua cabeça, como se ele estivesse se defendendo de alguma coisa.

- Descobriu alguma coisa? - Perguntou o policial para o sujeito. O sujeito deu o seu último trago de seu cigarro e jogou no chão. - Você sabe que não pode fumar enquanto trabalha.

- Cadê Henry? Ainda não chegou? - Disse o sujeito com a sua voz fria calculista, olhando para o policial com os seus olhos cinzas.

- Não. - O policial recuou um passo. - Mas já deve está chegando.

O sujeito continuou olhando para o policial.

- Claro. - Deu de ombro e começou a olhar para o cadáver de novo, o seu peito todo dilacerado. - Ele teve uma morte rápida, não deu nem tempo de implorar misericórdia ao assassino.

O sujeito se afastou do corpo, e deu de costas para o policial.

- Mas o plano do assassino foi bastante cego. - Disse por fim o sujeito, com uma voz cautelosa.


* * *

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