" Uma nova jornada!? Que maravilha! Isso significa um novo começo, não é?"
. . .
- Sim... - Avaliou Margaret, com incerteza. - Quer dizer... mais ou menos.Margaret engoliu com dificuldade, mas tentou disfarçar. Henry tomou o garfo da mão dela.
- Deixo eu ver. - Levou o garfo até a panqueca que tinha acabado de ser feito por ele. - Não pode ter ficado tão ruim assim.
Experimentou, não durou nem dois segundos para Henry admitir.
- Uau. - Engoliu amarguradamente. - A panqueca ficou tão bom que nem eu e você merecemos comer, vou jogar até no lixo para garantir de ninguém comê-la.
- Também acho. - Margaret pegou a panqueca e jogou fora, pela terceira vez. - Deixa comigo agora, você precisa ir trabalhar daqui a pouco.
Henry suspirou se lamentando, pelo menos não acabei com a cozinha como na última vez, tentou ser otimista.
- Vou acordar Beth. - Disse Henry. - Se não acordar, ela fica amanhã toda dormindo.
Margaret riu.
- Como naquela última vez. - Lembrou ela. - Parecia uma ursinha hibernando.
Henry subiu as escadas e foi até a porta. Abriu com delicadeza e olhou para dentro do quarto. Beth não estava na cama. O quê?
Henry entrou no quarto, mas foi logo surpreendido por um peso ter se jogado nas suas costas de repente.
Ele ia pegar a pessoa e arremessa-lá para o chão, só então percebeu bem na hora que o peso ficou leve e começou a ouvir risadas.
Henry parou bruscamente para não derrubá-lá.
- Te peguei! - Exclamou Beth vitoriosa, agarrada nas costas do pai.
- Tem certeza disso? - Desafiou Henry. Começou a levá-la até a cama dela, se preparando para arremessa-lá lá.
Beth se perdia em risadas enquanto tentava sair da armadilha do seu pai.
- Não é justo! - Protestou Beth, já querendo ceder. - Nããoo!
Henry a pegou de suas costas e a jogou para frente de maneira bem direcionada para o colchão. Beth gritou rindo e aterrissou confortavelmente na cama.
Henry se sentou ao lado dela.
- Como foi o voo? - Quis saber Henry. - Beth?
Beth permaneceu deitada com o rosto enterrado no edredom da cama. Henry riu, tocou no seu ombro, mas nenhum sinal.
- Beth? - Balançou o seu ombro, um pouco preocupado. Nada.
Chegou mais perto dela e a virou. Na hora que ele virou ela, não deu nem chance de tempo para reagir do pulo que Beth deu em cima dele, fazendo ele cair do chão junto com ela.
- Agora te peguei! - Bradou Beth, finalmente vitoriosa do seu feito. - Agora se rende, né?
- Ai... - Gemeu Henry de dor ao se levantar. - Claro, quase desmontou as costas do seu pai agora.
Beth olhou para ele e fez um sorriso sapeca.
- Papai já tá ficando igual a vovô Hank!? - Riu sem conseguir se segurar.
Henry ficou de boca aberta, indignado.
- Hora sua pestin...
Sem aviso, Beth correu logo para o corredor , sem esperar que seu pai começasse a perseguir por ela.
- Ei! - Exclamou Henry, indo apressadamente para o corredor.
- Vovô não me pega! - Provocou Beth, caindo em gargalhadas.
Henry acelerou os seus passos, mas mesmo assim não conseguiu acompanhar ela. Caramba, ela puxou quem?
Beth seguiu escada abaixo rindo e provocando o seu pai ainda, e Henry tentando alcançá-la.
Margaret se estranhou quando começou a ouvir o estrondo de passos vindo nas escadas rapidamente, mas entendeu o que estava acontecendo quando ouviu Beth rindo.
- Cuidado para não tropeçar no degrau! - Advertiu Margaret, mas Beth não pareceu ouvir.
Passou rapidamente de sua mãe e foi direto para a cozinha. Logo em seguida, Henry apareceu.
- Para onde ela foi? - Perguntou, tentando disfarçar que não estava cansado.
Margaret mirou com os olhos para a cozinha.
- Em baixo da mesa. - Sussurrou Margaret.
Henry assentiu. Foi indo até a cozinha sutilmente e assobiando, fingindo não ligar mais para Beth.
Ficou andando pela cozinha distraidamente, andou lá e cá. Em seguida, foi finalmente para a mesa, pegou a cadeira e se sentou.
- Humm. - Encenou Henry ao ver a torta em sua frente. - Hoje o café da manhã é torta de... - Henry olhou para Margaret. - De que mesmo, querida?
- De framboesa! - Encenou Margaret também.
- Torta de framboesa! - Continuou Henry. - Pena que Beth não está aqui... - Pegou a torta e se levantou. - Eu acho que vou comer a maior parte sozinho então...
No mesmo instante, Beth surgiu atrás dele e conseguiu capturar a torta de suas mãos, mas dessa vez Henry não a deixou escapar. Conseguiu pegar o seu braço e a puxou para si e a levantou.
Beth fez uma cara feia para Henry e abraçou a torta firmemente.
- É minha. - Avisou Beth.
Henry e Margaret não conseguiram se segurar, se perderam em risadas.
. . .
- Chegamos. - Disse Henry, em meio às vozes das crianças.
Beth bocejou e coçou os olhos, pegou um sono no meio do caminho de repente.
- Acordou tão animada hoje. - Disse Henry, sem entender. - E agora tá com sono?
Beth bocejou de novo e abriu a porta com destreza.
- É porque a escola dá sono em mim... - Disse Beth, desanimada. - Mas quando eu encontrar Christina e Sophia elas vão tirar o sono de mim.
Henry saiu do carro e foi acompanhar Beth até a escola dessa vez, com as mãos dadas. Ao chegar no portão da escola, viu um exército de pirralhos, uns mais novos do que os outros e outros mais velhos, mas o comportamento de todos era o mesmo.
- Pai. - Chamou Beth, puxando a sua mão.
- Sim, querida? - Henry percebeu a sua cara deprimida, mas não era por causa do sono. Henry se agachou e olhou para ela compreensivo. - O que houve minha rosa?
Beth contraiu os lábios e olhou para ele com tristeza.
- Agora que você é detetive... - Exitou Beth ao dizer, mas prosseguiu. - Agora vai trabalhar mais... não é?
- Sim... - Henry entendeu no que Beth queria dizer. - Mas parece que finalmente as autoridades dessa cidade tá começando a surgir de verdade novamente. - Henry levantou Beth e a abraçou. - Aí vou ter mais dias de folga para ver a minha rosa linda e... - Henry chegou mais perto dela, se aproximou no lado do seu cabelo e deu um cheiro, fazendo ela sentir cócegas e rir. - E cheirosa.
Henry colocou ela de volta no chão e se despediu dela.
Nem precisou de suas amigas para tirar o seu sono hoje, pensou Henry, enquanto via a sua filha sorrindo indo até as suas amigas.
Erguendo o pulso para frente de sua visão, viu o relógio.
Dessa vez vou chegar na hora certa no trabalho... Isso tá certo?
. . .
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Mistérios Às Cegas
Mystery / ThrillerMuitos casos para uma única e pequena cidade, então porque não investigar todos eles? É isso que o povo deseja mas há pouca polícia na cidade, ocupadas resolvendo outros crimes. Henry viu isso, e teve uma grande ideia: '' E si eu investigar? '' Hen...