Capítulo VIII

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A testemunha estava encostada na parede com as mãos nos bolsos, inquieta, parecia um pouco agitado e meio nervoso também. A sua idade não parecia ter mais do que 40 anos, a sua altura era alta. Sua barba estava a ponto de fazer, o seu cabelo liso castanho fazia cobrir um pouco os seus olhos escuros. Ele está vestindo terno, e é vermelho vinho... observou Henry, coincidência?

Henry ficou em frente dele e lançou um olhar calmo e seguro.

- Bom dia senhor. - Comprimetou Henry. - Desculpa por fazer esperar aqui nesse lugar, tive alguns contra tempo...

O homem desviou olhar para baixo e olhou para porta da saída.

- Não suporto mais ficar aqui, o corpo do meu amigo está quase bem ao meu lado, e já estou cheio de tantas perguntas! - Vociferou o homem. - Principalmente dele! - O homem apontou para Karl com a sua mão esquerda. Karl acabou vendo o homem apontando o dedo para ele e no mesmo instante lançou um olhar afiado, que fez o homem se encolher.

Claro, só podia ser Karl mesmo e o seu interrogatório, pensou Henry, distraído.

- Ok. - Disse Henry, chamando a atenção do homem novamente para ele. - Vou ser bem direto e rápido com você então senhor...?

- Jones. - Completou o homem.

- Jones, certo. - Henry assumiu uma postura séria e deu mais um passo para frente, ficando mais próximo de Jones. - Tenho poucas perguntas para você, e espero que colabore, a primeira é...

- Depois de acabar com as perguntas poderei ir? - Jones o interrompeu, com certa urgência em sua voz.

Henry estreitou os olhos para ele, mas logo parou.

- Claro, claro pode. - Afirmou Henry. Logo em seguida Jones se aliviou. - Primeira pergunta Jones: Você veio para cá a pé ou de carro?

Jones pareceu meio confuso, mas logo respondeu.

- A pé.

- Certo. - Prosseguiu Henry. - Segunda: Você veio sozinho?

- Sim

- Hum. - Assentiu Henry. - Terceira: Foram quantas horas quando você chegou aqui?

- Infelizmente não sei. - Disse Jones, sem se excitar.

Henry olhou de soslaio para o relógio de Jones, presente em seu pulso.

- Certo... - Henry continuou prosseguindo, dessa vez sentindo um pouco de progresso. - Quarta: Você veio visitar o seu amigo ou ele te chamou?

- Eu estava de passagem, aproveitei então para ir vê-lo.

- Você mora por perto daqui? - Questionou Henry, ansioso sem querer.

Jones pareceu incomodado com essa pergunta dessa vez.

- Não, moro em outra cidade vizinha, eu venho para aqui às vezes em quando, quando me sobra tempo... - Respondeu meio inquieto. - Falta muito ainda? Disse que seria poucas perguntas.

- Já estou acabando. - Disse Henry, sereno. - Você faz o que por aqui quando vem?

- Eu normalmente levo minhas algumas das minhas mercadorias para vender.

- O que você comercializa? - Questionou Henry, de modo direto.

- Algumas especiarias, joias, correntes, anéis. Coisas assim do tipo. - Jones já estava respondendo de jeito cansado. - Vai fazer a última pergunta agora?

Henry ficou surpreso do jeito que o homem estava agindo. Sem arrodeios, Henry deu mais um passo para frente, infringindo um pouco o espaço pessoal de Jones.

- Porque a pressa, Jones? - Interrogou Henry.

Jones deu um passo para trás, estava assustado?

- Estou com medo. - Disse amedrontado. - Só quero ir embora.

Mistérios Às CegasOnde histórias criam vida. Descubra agora