"Copos vazios, silêncio e ruído
A casa é grande demais, vazia demais comigo"
POV Natasha Romanoff
Wanda adormeceu no sofá, exausta pela utilização de seus poderes e pela dor em sua perna. Decidi aproveitar o momento para conversar com os gêmeos. Ouvi suas vozes vindas do quarto enquanto caminhava pelo corredor. Os meninos estavam sentados no chão, discutindo sobre tudo o que havia acontecido. Antes de entrar no quarto, ouvi claramente as palavras de Billy.— Eu vi, Tommy! Eu vi a mãe atirando naquele cara.
As palavras de Billy surpreenderam-me, fazendo-me dar um salto. Afinal, eu e Wanda nunca havíamos deixado os meninos testemunharem aquilo. Entrei no quarto, fechei a porta e aproximei-me dos meninos.
— Eu sei que tudo isso é assustador. Mas estamos juntos e vamos ficar bem. — Me abaixei para ficar na altura deles, observando cada expressão em seus rostinhos — Existem pessoas más que querem nos machucar, então vamos para um lugar seguro. — Sorri gentilmente — Mas antes, quero que procurem um jogo de tabuleiro. Assim, quando chegarmos lá, podemos nos divertir um pouco. O que acham?Os olhos dos meninos se iluminaram com a ideia do jogo. Eles assentiram animadamente e saíram correndo para encontrar o jogo no chalé. Sorri gentilmente ao vê-los, grata por esses momentos de alegria em meio ao caos. Era fácil conquistá-los.
Enquanto os meninos procuravam pelo jogo, fiquei sozinha no quarto. Sabia que era hora de tomar medidas para garantir a segurança de todos. Encontrei um celular reserva escondido debaixo do colchão. Verifiquei a agenda do celular e encontrei o número que estava procurando. Disquei e, após três toques, a pessoa atendeu. Com uma voz firme, disse apenas:
— Vermelho Escarlate.
Em seguida, desliguei o celular, confiante de que a mensagem seria entendida.
Decidir buscar uma arma e munição, peguei uma pasta com documentos falsos para mim, os meninos e Wanda, visando uma fuga segura e discreta. Logo em seguida, os meninos voltaram ao quarto, sorrindo e segurando o jogo que encontraram, e eu sorri de volta, agradecida por sua ajuda.— Vocês são incríveis! Acharam o jogo! Agora, peguem as malas no guarda-roupa. Vamos precisar delas.
— Não vamos voltar para casa, mãe? — Billy perguntou com tristeza em suas palavras.
— Ainda não podemos voltar, mas logo iríamos, eu prometo. — Sorri, beijando seu rosto. — Agora, me ajude a pegar as malas.
Os meninos seguiram minhas instruções e pegaram as malas, enquanto eu pegava a minha própria mala, contendo roupas para mim e para Wanda. Levamos as malas até a garagem, onde encontramos um carro maior entre a bagunça de objetos. Abri as portas com a chave que encontrei e pedi aos meninos que entrassem, enquanto colocavam as malas no porta-malas.
Depois, fui até a sala, onde Wanda ainda dormia no sofá. Tentei acordá-la suavemente, chamando seu nome, mas ela lutava para despertar. Acabei sacudindo-a bruscamente para acordá-la, fazendo-a se sentir desconfortável devido à sua perna machucada.
— Ah, finalmente. Por sua causa estamos correndo perigo, dá para levantar logo? — Disse, com minha voz carregada de ressentimento.— Natasha, eu sei que não é fácil para você aceitar tudo isso. Eu também preferiria estar em meu próprio corpo e em meu próprio universo, com meus filhos. Mas estamos lidando com uma ameaça maior agora, e precisamos trabalhar juntas para proteger os meninos e encontrar uma solução. — Wanda respondeu com sinceridade. — Podemos ter uma trégua?
Olhei para Wanda por um momento, meus olhos suavizando ligeiramente ao ouvir as palavras de sinceridade. Suspirei e me aproximei dela.
— Eu não estou dizendo que confio em você completamente. Mas entendo a gravidade da situação e quero proteger os meninos tanto quanto você. Vamos fazer o que for necessário para mantê-los seguros e encontrar uma saída. — Falei, meu tom agora mais neutro.
— Obrigada.
— Agora levanta dai bruxinha, vamos sair daqui.Com uma expressão de agonia, Wanda tentou se levantar, mas seu nariz começou a sangrar e uma dor intensa atingiu sua cabeça, fazendo-a cambalear. Ela lutou contra a dor, mas parecia insuportável.
— Você está bem? — Perguntei com cautela, ajudando-a a sentar-se no sofá novamente.
— O que está acontecendo comigo? — Wanda perguntou, confusa, enquanto observava sua mão, agora emanando seu poder em tons negros.
Peguei um lenço e gentilmente pressionei o pano contra seu nariz.
— Talvez seja parte da transição de corpos? Seus poderes podem estar reagindo de maneira instável — respondi. — Não se preocupe, vamos descobrir o que está acontecendo. — Disse, voltando à expressão séria e fria que Wanda já conhecia. — Não permitirei que você destrua o corpo da minha esposa.
Wanda sorriu, balançando a cabeça em negação.
— Do que está rindo? — Perguntei, removendo o pano.
— Esse pequeno gesto de cuidado e raiva... me fez lembrar de algo. — Wanda me olhou fixamente. — Lembrei-me dos dias em que você me treinava na sede dos Vingadores.
Continuei a limpar o local que sangrava.
— Você sempre parecia tão séria durante meus treinamentos, me deixava exausta, com hematomas e, às vezes, até com vontade de chorar. Mas quando algo ou alguém me machucava, você estava sempre lá para me proteger, para me defender quando as coisas ficavam difíceis.
Terminei de limpar o sangue do rosto de Wanda e a encarei.
— Mesmo que eu pudesse voltar atrás, mesmo que pudesse mudar as coisas, eu não mudaria nada disso. Eu só queria que você soubesse. — Wanda suspirou desviando o olhar. — Nada que envolve-se você.
Por alguns instantes, me vi diante de alguém que não reconhecia: uma mulher fraca e vulnerável, longe da figura poderosa e imponente que os meninos temiam. A sensação de estranheza me pegou de surpresa, como se por um momento eu tivesse esquecido quem era aquela pessoa diante de mim.
— Estamos atrazadas. — Falei levantando. — Vamos logo Wanda.
Wanda concordou sem me olhar. Com dificuldade, Wanda se apoiou em mim, que a ajudei a caminhar em direção ao carro.
Após duas horas de viagem, Wanda adormeceu novamente, murmurando frases incoerentes como "eu não podia" e "não me deixem". Por vezes, me intrigava com as palavras desconexas que saíam dos lábios de Wanda enquanto ela dormia. Os meninos, sentados no banco de trás, também estavam adormecidos. Tommy segurava o jogo de tabuleiro com firmeza em suas mãos, como se estivesse determinado a protegê-lo mesmo em seu sono.Poucos minutos depois, estacionei o carro proximo ao meio fio e acordei Wanda, que olhou ao redor confusa.
— Onde estamos? — Perguntou ainda sonolenta.
— Uma pessoa vai nos ajudar. — Respondi.
Antes de desligar o carro, uma mulher apareceu diante de nós. Wanda se assustou ao vê-la e expressou relutância em estar ali.
— Eu não quero estar aqui, não quero vê-la. — Disse Wanda, desesperada.
— Você está fraca e precisamos de toda ajuda possível para proteger os meninos. — Segurei a mão de Wanda. — Não sei como ela era no seu universo, mas aqui ela é nossa melhor opção para entender o que está acontecendo com seus poderes. — Sussurrei. — E pelo jeito, não são apenas os Illuminati que querem você morta, então para com isso e saia do carro.
A mulher se aproximou do carro e abaixei o vidro.
— Olá Wanda. — Disse Agatha com um sorriso enigmático.
⧗
Nota:
Quem que bagunçou tudo aqui?
Foi a Agatha e mais ninguém!♫ ♪ ♩ ♫ ♪ ♩ ♫ ♪ ♩ ♫ ♪ ♩ ♫ ♪ ♩ ♫ ♪ ♩
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Emerge | Wantasha ⚢
Romance"Se você soubesse que existe um universo em que você é feliz, não gostaria de ir pra lá?" A Feiticeira Escarlate se encontra em um universo desconhecido após trocar de corpo com uma versão alternativa de si mesma. Determinada a ficar ao lado de seus...