08 - Efeito Borboleta

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"A pior parte não é o que faz com você, mas o que faz com as pessoas que você ama."


POV Wanda Maximoff

O carro se movia rapidamente pelas ruas da cidade, levando-nos em direção ao local seguro. A tensão no interior do veículo era palpável, cada um perdido em seus próprios pensamentos. Natasha dirigia com firmeza, mantendo os olhos na estrada, enquanto eu olhava pela janela, absorvendo a paisagem que passava rapidamente. Os meninos, sentados no banco de trás, seguravam-se um ao outro, demonstrando uma mistura de excitação e apreensão.

Ao nos aproximarmos do destino, a voz do GPS ecoou pelo carro.

"Você chegou ao seu destino."

Natasha estacionou o carro em frente a uma casa modesta, a casa estava afastada da cidade e não tinha vizinhos por perto.

Ao sairmos do carro, Natasha caminhou em direção à porta de entrada, onde havia uma caixa embalada em forma de presente. Em cima dela, havia um envelope com uma carta:

"Queridas mães e queridos filhos, essa casa foi equipada com a tecnologia Stark. Natasha, você encontrará um notebook dentro da caixa. Tente não colocar vírus nele, ok? (Fique longe dos sites piratas). Basta dizer a palavra 'Violetas' para abrir a porta. E não se preocupem, o Homem de Ferro está sempre com vocês. - Tony Stark."

Tony Stark estava vivo. Era algo que eu nunca havia experimentado antes. A simples menção de seu nome, o som familiar de "Stark", agora parecia ter um peso diferente para mim. Nunca pensei que sentiria falta de ouvir essa palavra, mas aqui estava eu, em uma realidade onde a presença de Tony Stark significava muito mais do que eu poderia imaginar.

Natasha olhou para mim e os meninos.

— Digam "Violetas".

Assim que a palavra foi dita, a porta se abriu automaticamente. Entramos na casa, e os meninos correram animados para explorar cada cômodo. E uma voz ecoou pela casa:

"Bem-vindo à Casa Stark 1.9. Meu nome é Violeta e sou equipada com tecnologia Stark, sendo uma IA avançada. Ofereço controle centralizado por meio de comandos de voz e dispositivos móveis. Me adapto às preferências dos moradores e maximizo a segurança com câmeras e sensores. Além disso, proporciono entretenimento imersivo e automação inteligente para diversos sistemas da casa."

— Oi, Violeta. — Disse Natasha, olhando para as caixinhas de som no teto da sala.

"Olá, senhorita Romanoff."

— Olhem, temos dois quartos! E no quintal dos fundos, tem um balanço! Parece nossa casa, Billy! — exclamou Tommy, empolgado.

Natasha pegou as malas e as levou para os quartos. Enquanto ela arrumava as roupas, explorei a casa e fiquei surpresa ao ver que estava bem abastecida, com toalhas, cobertas e mantimentos organizados na cozinha.

Enquanto os meninos tomavam banho, decidi me refrescar da viagem com um banho relaxante. A água morna que caía sobre meu corpo trouxe um alívio imenso. Depois, voltei ao quarto e escolhi minhas próprias roupas, procurando algo confortável e adequado nas malas de Natasha.


POV Natasha Romanoff

Conectei o celular que havia recuperado do homem misterioso ao computador. Com uma expressão séria no rosto, estava determinada a descobrir mais sobre a identidade e intenções do intruso. Assim que conseguiu acessar o conteúdo do celular, deparei-me com fotos de carros e armas, além de alguns quadros com imagens de mulheres nuas, o que não passou despercebido por mim.

Parece que nosso intruso é um apreciador de arte... de uma maneira muito peculiar.

Enquanto explorava as pastas do celular, encontrei três pastas nomeadas com números e uma quarta pasta intitulada "Morsus". Minha curiosidade foi imediatamente despertada. Ao tentar abrir a pasta, percebi que estava protegida por uma senha de 12 caracteres, o que me fez bufar de desânimo. Sabia que mesmo com a tecnologia Stark, decifrar uma senha tão complexa poderia levar horas. Nesse momento, Wanda chegou à sala.

— Os meninos já tomaram banho e agora estão dormindo.

— Tá, tá bom. — Respondi, sem desviar os olhos do computador, em um tom desanimado.

Wanda suspirou e decidiu se sentar ao meu lado no sofá.

— Podemos conversar agora? — Observou atentamente o que eu estava fazendo.

— Estou ocupada agora. Você pode ir dormir se quiser. Vou dormir aqui no sofá mesmo. — Respondi, ainda focada na tela do computador, sem muita empolgação.

Wanda ficou em silencio por alguns minutos ao meu lado. Uma lágrima escapou de seus olhos, e ela a limpou rapidamente para que eu não percebesse.

No entanto, eu havia notado.

— Você está bem?

— Sim, só é difícil te ver assim. — Wanda murmurou— Nunca pensei que te veria de novo.

— Eu morri em seu universo? É isso? — falei deixando o computador de lado. — Você me matou?

— O quê? Não! — Wanda pareceu magoada pela acusação.

— Desculpe, é que você chegou aqui causando problemas, então eu tenho o direito de pensar assim.

— Eu não sou um monstro, Natasha, você não percebe?

— Tudo que vejo é o que você me mostrou, Wanda. — Respondi de forma fria.

Wanda suspirou, deixando a tristeza tomar conta. Ela olhou para suas mãos, que tremiam ligeiramente. Percebendo a angústia de Wanda, tentei entender o que estava acontecendo.

— Como eu morri? —  Perguntei — Quer dizer a outra Natasha.

— Você se sacrificou. — Wanda respondeu com tristeza.

— Me sacrifiquei? — Questionei, incrédula.

— Sim, e eu não estava lá para impedir isso. — Lágrimas voltaram a encher seus olhos.

— Wanda, não sei o que aconteceu, mas talvez não foi culpa sua.

— É claro que foi. — Wanda desabafou com a voz embargada. — Nat, se eu tivesse matado o Thanos antes dele pegar a última joia, nada disso teria acontecido. Eu teria você, Visão, os Vingadores e até mesmo aquele idiota do Stark. — Wanda começou a chorar. — Eu teria vocês comigo, e eu não ia ficar sozinha.

Com os olhos cheios de lágrimas, ela olhou para mim.

Eu ainda teria você. — Murmurou encostando a cabeça no sofá.

— É isso que faz um herói, não? Parte da jornada é o fim.

— Tony disse isso. — Limpou as lagrimas — Em um video que deixou antes de morrer.

— Sinto muito. — Senti o peso das palavras de Wanda e respondi com sinceridade.

— Não, você não sente. — Disse Wanda com uma voz carregada de tristeza.

— O que? — Fiquei perplexa com suas palavras.

Wanda levantou-se e foi para o quarto, deixando-me em choque. Permaneci no sofá, envolta em meus pensamentos, enquanto lembranças dolorosas começaram a emergir.



"— Precisamos conversar. — Falei com a voz trêmula, evitando o olhar de Wanda. Estava visivelmente nervosa.

Senti meu coração apertar e um frio se instalar em meu peito. Tinha um pressentimento do que estava por vir e não estava preparada para dizer as palavras que estavam prestes a serem ditas. Mas não podia mais adiar.

— Eu... Eu quero pedir o divórcio. — Finalmente consegui olhar nos olhos de Wanda, revelando a dor que aquelas palavras carregavam.

As lágrimas começaram a escorrer pelos meus olhos, enquanto o mundo ao meu redor parecia desmoronar."



Se não tivesse dito tais palavras, talvez a minha Wanda ainda estaria aqui.

Emerge | Wantasha ⚢Onde histórias criam vida. Descubra agora