18 - Tempo, Espaço, Realidade.

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A mente é uma coisa frágil. É preciso muito pouco para virar na direção errada.  Professor Xavier

POV Natasha Romanoff

O som abafado dos trilhos ecoava em meus ouvidos, o vagão do metrô sacudia suavemente enquanto nos movíamos através dos túneis subterrâneos de Paris. Olhei para o relógio em meu pulso, seus ponteiros indicando 9hs da noite. O tempo parecia deslizar entre meus dedos como areia fina, e eu, impotente, observava-o escapar, sem poder detê-lo ou controlá-lo.

A missão era clara: recuperar os equipamentos e impedir que caíssem em mãos erradas. No entanto, a mais desafiadora de todas as missões era evitar Wanda. Era uma batalha interna, cada vez que eu tentava articular as palavras, um nó se formava em minha garganta, lembrando-me das palavras ditas por mim no avião.

Após aproximadamente 40 minutos de viagem, as portas do metrô se abriram com um rangido metálico, liberando uma brisa fria e úmida que percorreu o vagão. Seguimos pelas ruas estreitas da cidade, guiadas apenas pela luz fraca dos lampiões que pontuavam o caminho.

Finalmente, chegamos ao nosso destino: um hotel antigo, com sua fachada majestosa erguendo-se diante de nós. O ar com cheiro de café e madeira antiga invadiram minhas narinas enquanto adentrávamos o saguão do hotel. O tique-taque de um antigo relógio de pé ecoava no ar. Móveis de época decoravam o espaço, poltronas estofadas e mesas espalhadas pelo ambiente.

Wanda permanecia em silêncio enquanto eu completava o processo de check-in. Seus olhos não se desviavam do ambiente, absorvendo cada detalhe como se estivesse tentando reconstruir memórias. O elevador rangeu ao subir até o nosso andar, e enquanto as portas se abriam com um leve solavanco, então Wanda finalmente quebrou o silêncio.

Este lugar parece familiar. murmurou ela, mais para si mesma do que para mim.

Você já esteve aqui antes? perguntei, tentando não parecer muito intrigada.

— Talvez. — falou olhando para suas mãos

Finalmente, encontramos a porta de nosso quarto e entrei, seguida por Wanda. O interior era aconchegante, com duas cama grandes e confortáveis. Abri as cortinas, deixando a luz da rua adentrar.

Wanda permaneceu perto da porta, com sua expressão ainda distante.

— Wanda? — Chamei, preocupada com sua quietude.

Ela pareceu despertar de seus pensamentos e me olhou com um olhar hesitante. Um leve toque na porta interrompeu nossa conversa. Ergui uma sobrancelha, surpresa com a interrupção inesperada. Trocamos olhares, compartilhando a mesma pergunta silenciosa: quem poderia ser?

Caminhei até a porta e olhei pelo olho mágico, mas nada vi além do corredor silencioso. Com um encolher de ombros, abri a porta, preparada para enfrentar qualquer surpresa que estivesse do outro lado.

— Yelena? O que está fazendo aqui? — perguntei, confusa com sua presença inesperada.

— Tony me pediu pra vir junto. Parece que ele não confia muito em vocês duas pra fazer o trabalho direito. — Seus olhos brilhavam com uma mistura de malícia e diversão.

— Tony devia ter me falado primeiro — Retruquei, visivelmente frustrada.

— Calma, irmãzinha, não vou atrapalhar a lua de mel. — Yelena levantou uma sobrancelha, exibindo um sorriso travesso. — Relaxa um pouco.

Suspirei, percebendo que não havia como afastar Yelena agora que ela estava ali. Conformada, dei um passo para trás e fiz um gesto para que ela entrasse.

Emerge | Wantasha ⚢Onde histórias criam vida. Descubra agora