O imenso abismo do seu olhar

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18/06, domingo
07:07

Uma brisa suave batia sobre as folhas das árvores, fazendo o doce pólen das flores sobrevoar por toda a ilha. A paisagem linda que se formava toda manhã deixava qualquer um alucinado. Não somente de manhã mas sim durante todo o dia. Apesar dos inúmeros mistérios que envolviam Quesadilha, não podia negar que aquela ilha era paradisíaca.

Com o som leve do vento Forever acorda, aproveitando o calor relaxante após uma boa noite de sono. Os pássaros cantavam em harmonia, tal dia estava em um clima perfeito para o loiro e para todos que ali habitavam.

É possível se escutar o ranger da porta, que se abria levemente. Era Richarlyson, indo espiar para ver se seu pai já havia acordado. Forever se senta sobre sua cama, coçando um de seus olhos enquanto observa o menor.

- Que tara é essa de acordar tão cedo? - Ele bocejava.

"Não sei, só sei que to cheio de energia >:D"

- E quando você não esta? - O rapaz disse enquanto se levantava da cama, pisando sobre o colchão que Maximus dormiu na noite anterior. Havia tantas coisas para fazer que mal teve tempo pra arrumar sua casa, deixando a organização diária de seu quarto passar batido.

Se aproximou de Richarlyson, fazendo um cafuné no garoto e passando pelo corredor, seguindo em direção a cozinha.

- Vem filho, vou fazer um café pra gente.

[07:32]

O garoto estava sentado sobre a cadeira, balançando seus pezinhos enquanto tomava meia xícara de café, qual era fraco, morno e um pouco melado. Aquela caneca em específico havia uma pequena rachadura na borda, com um desenho genérico estampado, qual ja estava meio desbotado. Em cima da mesa, Uma fatia de pão com geleia junto com algumas bolachas creme cracker. Richarlyson comia aquilo alegremente, enquanto analisava o pai arrumar superficialmente o local.

- Cacete, eu to sem tempo pra mais nada... - Resmungava pra si mesmo, soltando um curto suspiro e se sentando ao lado de seu filho.

Forever contemplava o menor comer seu café da manhã: aquele olhar inocente e nada preocupado era um dos motivos para ele sorrir todos os dias. Seus cachinhos hipnotizavam qualquer um de seus pais que mais de perto admirassem.

Algum tempo depois, ouve-se algumas batidas na madeira da porta. Mesmo não esperando ninguém, pelos cochichos já estipulava quem ali estava. Girou a maceneta, sendo recepcionado por sua doce voz:

- Forever! - BadboyHalo sorriu ao avistar o loiro, Dapper fez o mesmo, enquanto tentava sondar se Richarlyson estaria dentro da casa.

- Oi Badboy. - Também sorriu ao tentar simpatizar com o rapaz. - O que te trouxe aqui?

- Então... Eu queria trabalhar em algumas maquinas ai, que são meio complicadinhas de se fazer. Pensei em chamar você pra gente fazer isso juntos. Além de eu ter uma boa companhia podemos progredir juntos! Isso se você não tiver ocupado, é claro.

- Pode ser, to precisando mesmo dar uma pausa de toda essa confusão das eleições mesmo...

- Então, vamos?

- Só um segundo... - Forever se virou, indo calçar um chinelo e chamar seu filho para ficar junto com Dapper.

Enquanto o loiro estava distraído procurando suas havianas, Richarlyson foi até a porta, cumprimentar aqueles que ali se encontravam. Sorriu com a boca inteira suja de geleia e de farelo de bolacha e pão, alguns que caiam sobre sua camisa, o que tirou uma boa risada deles. Seu pai exclamou seu nome, obrigando o filho trocar a camiseta levemente machada e escovar os dentes.

09:11

Ambos trabalhavam constantemente, enquanto conversando sobre assuntos diversos, rindo e dialogando sobre tudo. Os menores corriam pra lá e pra cá, dando algumas pequenas pausas para observar o que os pais faziam.

- Bad, tem mais cobre ai? O que eu tinha acabou e falta fazer algumas coisas ainda...

- Eu tenho sim. - Disse entregando o que Forever havia pedido, começando a arrumar algumas coisas próximo aonde o loiro estava trabalhando.

- Sabe... As vezes fazer isso é relaxante.

- Você acha? Pensei que não fosse muito fã de máquinas e essas coisas técnicas.

- Eu gosto bastante na verdade, só não falo muito sobre, pois de onde eu venho gostar disso é considerado coisa de "nerdola"...

Silêncio. É possível escutar os grunidos de metais que passavam pelas mãos dos dois rapazes, manejando-os para que tudo funcione como esperado.

- Então você oculta seu verdadeiro eu por pura aprovação...?

- As vezes é preciso...

- Uma escuridão tão linda dança na sua cabeça, você deveria celebra-la. Por que a esconde?

- Eu cresci como todos os outros. Quando uma opinião é popular, você também se contamina, ou precisa fingir que também se contagiou...

- Ah, Forever... Não distorça a si mesmo por conta de outros.

- Eu não distorço, é apenas uma questão de confiança. Confio em você, logo eu não mascaro quem eu sou, do que eu gosto...

- Fico feliz em ouvir isso. - O rapaz parava de fazer o que antes estava, se virando e olhando diretamente para o loiro. - Eu... gosto do seu jeitinho.

O mesmo paralisa por um tempo, soltando as engrenagens que montava, também ficando de frente pro rapaz. Seus olhos se encontram, quais brilhavam puro diamante. Por um momento, Forever se perdeu naqueles olhos que, por mais de aparentarem vazios, carregam por trás uma alma doce.

- Você gosta...? - Falou com uma voz um tanto baixa, num tom inseguro.

- Eu gosto, e muito...

Bad deu um passo a frente, se aproximando do loiro. Seus olhares ainda estavam liados, de uma maneira que era impossível desviar. Tocou com sua mão suja de carvão no braço do mesmo, manchando levemente a pele bronzeada de Forever. Num gesto sutil, puxou ele mais para perto, deixando seus corpos totalmente colados.

Ilusões (CANCELADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora