Malditas ferrugens

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A respiração do loiro cada vez ficava mais ofegante. Aos poucos, as bochechas de ambos ficavam em um tom avermelhado. Aquele olhar havia lhe fisgado. Uma sensação estranha se espalhava por seu corpo, que era estranhamente boa. "As borboletas voltaram".

Seus rostos estavam mais próximos do que nunca, Badboy colocava ambas das mãos ao redor do pescoço de Forever. Eles fechavam seus olhos, enquanto aproximavam seus lábios.

É possível escutar um barulho de metal caindo. Os rapazes se assustam, se afastando imediatamente. Forever foi verificar o que havia ocasionado tal barulho, um tanto nervoso. Momentos antes estava num momento muito íntimo com BadBoy, seria extremamente desagradável encontrar alguém lhe espionando.

Com cautela, colocou sua mão sobre a máquina, pondo a cabeça para fora a fim de ver, de uma maneira um tanto discreta, quem aquele metal manejava.

— Richas!? — O loiro exclamou, impondo uma postura firme para falar com seu filho.

O pequeno brasileiro seguia acompanhado de Dapper, qual contia em suas mãos uma complexa ferrementa que estava posta sobre a máquina. Conhecido por muitos por sua incrível admiração por máquinas complexas, circuitos, e coisas que envolvem redstone em geral, não se conteve ao avistar a peça nova e lustrosa que ali tinha. Ele admirava o fragmento com um brilho nos olhos, mal percebendo a presença de Forever.

— Dapper! Eu disse pra não mexer nas coisas sem minha autorização! — Bad se aproxima do garoto, parando em frente ao seu filho, qual olhava para o maior com os olhos brilhantes.

Badboy assegurou novamente a peça a encaixou-a de maneira correta, fixando a mesma para evitar mãozinhas intrusas a apanhando novamente. Forever olhava para o rapaz, se recordando da cena de minutos atrás. Olhos fixos nas suas mãos que trabalhavam para ajeitar novamente o componente, mas agora, ele o via com outros olhos.

— Ah... Me desculpe, você sabe o jeito que Dapper é, fascinado por metais...

— Por que está me pedindo desculpas?

Os dois se olham em silêncio. Abriu a boca uma vez para dar alguma resposta automática, mas se manteve calado. Não era difícil perceber que ele ficou envergonhado, e um pouco confuso com o que dizer. Seus olhos se entrelaçam novamente: um gesto comum quando você espera a resposta de alguém, mas ambos sabiam que dessa vez era diferente.

"Porque isso atrapalhou o nosso beijo." Era o que ele por um momento se questinou a dar como resposta. Apesar de explicar bem a situação, era bem claro que não poderia dar uma resposta daquelas.

A situação já estava ficando vergonhosa, e não queria que o loiro lhe direcionasse mais alguma palavra para certificar-se mantinha seus pensamentos naquela realidade. Falou em um tom acelerado, um tanto inseguro:

— Isso poderia ter... Uhn... Quebrado a peça. Mal temos materiais para fazer outra...

— É verdade... — Se fez contento com a resposta — Melhor a gente continuar, temos longas horas de trabalho pela frente...

Afirmou com a cabeça e seguiu para o lado oposto do instrumento. O dia seguiu assim, ambos trabalhando de maneira mais individual, com as conversas mais escassas.

A situação havia envergonhado os dois. Forever pensava consigo mesmo que, se não fosse pelo imprevisto, teria beijado o rapaz. Era algo que fazia suas bochechas facilmente queimarem, as vezes até se distraíndo por causa de toda aquela história. Por que Bad fez aquilo? Ele teria algum tipo de atração por si? Os rangidos dos metais deixavam a situação cada vez mais confusa.

17:08

— Merda... Como as estatísticas dele conseguem ser tão boas?! — Forever resmungava para si mesmo enquanto anotava os dados de Aypierre, que se mantinha no topo em quase todos os tópicos.

As folhas de sua caderneta estavam cheias de rabiscos, anotações e calculos, a grande maioria sobre a presidência. O loiro não era o melhor quando o assunto era matemática, era necessário fazer e refazer varias vezes o cálculo para certificar-se do resultado, isso deixava seu carderno cada vez mais bagunçado, um pequeno caos que apenas ele entendia. Estava sentado sobre a calçada, enquanto fazia sua própria matemática.

— Por que está fazendo tantas anotações? — Pierre aparece atrás do loiro, observando o que tanto ele rabiscava.

Seu foco naquilo fez com que ele não percebesse o francês se aproximar, tomando um leve susto ao ouvir o sotaque assoprar em seu ouvido. Encarou o moreno por alguns segundos, mas logo seguiu com o que antes fazia, deixando o mesmo no vácuo por algum tempo.

— Estou calculando — Respondeu por educação.

— Por quê?

— Porque eu quero ver o quão atrasado estou.

Aypierre olhava atentamente o garrancho de Forever, tentando decifrar o que era aquele código que ele tanto persistia em rabiscar. Sentou-se ao lado do loiro, enquanto somava mentalmente o que ele suponhava que era números. Forever parecia não ligar, mas ja estava começando a ficar estressado.

— Você está somando errado.

— Eu sei muito bem o que estou fazendo.

— Não sabe não. — Tomou as anotações da mão de Forever, juntamente com sua caneta estourada, enquanto resolvia corretamente a equação.

— EI! ME DEVOLVE ISSO AI RAPÁ!

— Pronto. — Devolveu os itens para o loiro, que os assegurou com raiva.

Passava os olhos sobre o papel, verificando se realmente estava certo, e estava. Ignorou aquilo e seguia com suas somatorias, fingindo que Pierre não estava ali.

— Nem vai me agradecer?

— E eu deveria?

— Com certeza.

Ilusões (CANCELADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora