16/06, sexta-feira
20:37— Forever, não.
— Mas, Philza, por favor... Eu te amo, me de uma chance... Apenas me deix-...
— Eu ja disse que não. — Philza apertava com força o buquê que havia ganhado anteriormente do rapaz, danificando levemente as flores.
Por mas de sua expressão serena não transparecer, ele ja estava irritado com toda aquela situação. A obsessão do loiro com sua pessoa era algo que ele não conseguia suportar mais. Falsos sentimentos foram criados. Para Philza, isso não passava de uma "crise de carência" por parte de Forever, ja que todo esse conflito foi ocasionado por um romance mal correspondido do passado. Ja que, aparentemente, Philza se assemelhava ao antigo amor do rapaz, e por isso ele deveria arcar com as consequências. Forever havia passado dos limites.
Ambos se encaravam, em silêncio, que logo foi rompido por Forever, que exclamou com uma voz de choro:
— Eu to fazendo de tudo por você, caralho! Não vê que eu sou apaixonado por ti?! Por favor, deixe-me te amar, por favor...
— Por mim!? — Ele soltava um longo suspiro, abaixando sua cabeça e dando alguns passos atrás. Voltava a fixar seus olhos no loiro, que a sua frente lamuriava.
— Olhe para mim, Forever. Quem você vê?
— Aonde você quer chegar com isso...?
— Quem você vê?! — Puxava o celular de seu bolso. Vasculhando por sua galeria, não demorou para achar uma foto de um dos amantes de Forever, Brunim Neet's. Num gesto rapido, Philza virava a tela de seu telefone, mostrando aquela imagem para o mais novo, enquanto mantinha seu olhar vidrado no mesmo.
Olhava para o telefone, a vista levemente embaçada fez com que o rapaz demorrase um pouco mais para identificar o que ali tinha. Quando avistou, seus olhos paralisaram, e seu corpo também. Lentamente, o rapaz arrumava sua postura, voltando a olhar para o mais velho.
— Philza... Você sabe que eu-...
— Quem caralhos você vê, Forever?! — Antes mesmo do garoto responder, Philza deu as costas. Saiu sem dizer-lhe mais nenhuma palavra, deixando o buquê de rosas que anteriormente Forever entregou a si cair sobre os pés do mais novo.
Segundos depois Forever ainda se mantinha paralisado, incrédulo. Apanhava o par de rosas em seu peito, enquanto derrava-se em lagrimas, em completo silêncio. Naquele instante, o mundo parecia irreal. A brisa suave que batia sobre suas tranças não era mais reconfortante, o cair da noite não era mais fleumatico. Onde antes habitava a tranquilidade, agora reinava a mais pura dor.
As decisões de Forever não eram as mais éticas, tais fantasias podem ser consideradas até imorais. Mesmo assim, ele ainda era humano, ainda sentia a dor. Ouvir aquilo de uma pessoa que tanto admira é como um tiro. Uma espada que perfura sua alma, aos poucos, que mesmo depois de curado, deixa cicatrizes.
Os espinhos do buquê perfuram a pele de Forever, que aperta cada vez mais as flores contra seu peito. Suas luvas brancas se mancham de vermelho, mas ele parece não ligar, ou ao menos perceber. O olhar fixo nas estrelas, era realmente nisso que estava reparando? Não. Ali se encontrava seu corpo, seu choro. Mas seu verdadeiro eu estava longe, bem longe... Aparentemente perdido, cercado por uma angústia implacável.
Foram longos instantes até o garoto voltar para a realidade. Ele caminhava, no escuro, sem saber ao certo aonde ir. Bochechas molhadas, cabelos úmidos por conta do orvalho. Não sabia quanto tempo havia se passado desde aquilo, mas não parecia se preocupar com a hora.
Após tanto caminhar, reconfortou-se a beira-mar. Sentado no chão, observando a maré, sua face expressava o quão confuso se sentia. Olhava para as rosas vermelhas, percebendo a mancha de sangue em suas luvas, retirou elas com cuidado, deixando-as perto de seu corpo. O machucado não era nada demais, nem havia percebido que se cortou, mas isso foi o suficiente para manchar todo o tecido que antes cobria sua pele. Agora, assegurava as flores com mais cuidado, admirando a beleza das rosas que, mesmo meio murchas e destruídas, ainda trasmitiam seu glamour.
Quem o olha, diria que Forever se encontra num momento de serenidade. Até esboçava uma leve expressão de alegria ao relembrar de bons momentos que teve com Philza. Mas aquela dor ecoa entre suas veias, e a cada memória parece que isso vem mais e mais forte... "Por que o amor doi tanto?"
Não entendia o porquê de Philza agir de maneira tão rude e cruel. Não era como se eles fossem completamente estranhos, muito pelo contrário, ele lhe permitiu entrar.
— Você disse que iria me mostrar o mundo... Você permitiu eu ficar para sempre... — As lágrimas voltavam a cobrir o seu rosto, aos poucos, enquanto resmungava para si mesmo, com sua voz baixa e rouca.
As palavras mal correspondidas se misturavam com seu dolorido choro, ao som do mar.
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Ilusões (CANCELADO)
FanficO fato do amor doer é algo que todos nós sabemos. Falsos sentimentos, o vazio que nunca se completa: Isso virou parte do cotidiano do loiro. Forever está mais perdido do que nunca quando o assunto é o amor. Tantos romances, mas mesmo assim só. Afina...