AYLA
Passei a semana inteira pensando naquele lugar, naquela paisagem, na sensação e naquela vista; mesmo assim negando a voltar la.
Entretanto olha eu aqui passando de novo pela passagem como se uma feitiço me chamasse.
Ele estava lá.
Estava de costas, ainda não havia percebido minha presença.
Ele tentava esfregar suas costas lindamente definida, mas parecia não conseguir chegar ao centro dela.
- Quer ajuda?
Ele se vira como quem levou um susto e solta um sorriso constrangido. Que logo é coberto por sua presunção.
- Vai me dar a honra de vossa presença dentro desse vasto lago?
Dou de ombros e ele franze o cenho não acreditando que eu esteja considerando a hipótese.
Me fita por um tempo e Deus como seus olhos estão lindos refletidos na água.
- Não ousaria... - sua voz sai fraca e seu olhar agora esquenta o meu rosto.
Diferente das outras vezes não me permito desviar o olhar e sim sustento o seu e ficamos assim por um tempo.
Tiro meus sapatos sem tirar os olhos dos seus e solto minha sombrinha no gramado.
A grama penica meu pé por cima da meia calça, então enfio a mão por debaixo da saia do vestido e a desenrolo até tira-la por completo.
Expiro profundamente tomando coragem para o que vou fazer agora.
Retiro primeiro as mangas curtas do vestido turquesa, em instantes estou apenas de espartilho e saia.
Se eu tirar esse espartilho, vai ter apenas uma camada de roupa, muito fina, que é provável ficar completamente transparente ao molhar.
Olho para Alisson que não movia um músculo desde que tirei o sapato, entretanto não tirava seus olhos de mim.
Com o pouco de coragem que ainda me restava, retirei o espartilho.
Devagar fui colocando o pé na água cristalina que eu imaginava ser muito gelada mas estava tão quente quanto o meu rosto que jazia vermelho.
Ele ainda me olhava sem acreditar que fiz isso.
Por longos minutos ficamos em silêncio apenas mergulhando, sentindo calor do sol e trocando olhares perigosos.
- Nunca fiquei por mais de 5 minutos perto de você sem ouvir sua presunção - corto o silêncio.
- Fico nervoso perto de meninas semi-nuas - coloco os braços em volta de mim segurando uma risada.
- Não é como se nunca tivesse me visto sem espartilho.
- Se eu ja via muito quando estava seca, imagina o que estou vendo agora que está molhada.
Eu soltei um som horripilante de puro espanto e meu rosto rapidamente virou um tomate fazendo ele rir.
Ele riu muito.
Jogo água nele e ele só fazia rir mais até eu rir junto com ele e quando dei por mim ja estávamos tão próximos que nossas risadas foram ficando fracas até que o único som era do balançar que fazíamos na água e a nossa respiração tão perto que podia sentir seu hálito.
- É melhor se afastar Lady Ayla - ele diz sem mover um músculo.
- E se eu não quiser?
- Estou prestes a fazer uma coisa que eu não deveria e isso não vai ser bom para a senhorita - seus olhos desceram para minha boca.
- E se eu quiser?
- Ayla... - seu tom de súplica leva meus olhos até os seus.
Ele me deseja, posso ver, mas não quer.
E não deve.
Eu não quero.
Ele é irmão do meu noivo.
Sou noiva do seu irmão.
Nossos caminhos não deviam se cruzar dessa forma, não somos o destino um do outro, não deveríamos estar aqui.
Mesmo assim eu quero estar aqui.
Desde que cheguei sinto que isso, esse momento e esse homem apesar de extremamente errados são as únicas coisas que parecem certo para mim.
Por isso não me arrependo do que fiz.
Seus lábios molhados tocam os meus, eu sinto receio da parte dele por isso fico parada esperando alguma reação... e eu também não sei o que fazer depois disso.
Seu receio não durou mais do que cinco segundos, sua mão envolveu meu rosto numa verocidade sem excluir delicadeza.
Seus lábios passeiam pelos meus e ele me guia parecendo saber da minha inexperiência.
Sua língua invade a minha boca e como uma dança nossas línguas entram em sintonia.
O calor que sobe pelas minhas pernas aumentam quando ele aperta me fazendo automaticamente enroscar minhas pernas a sua volta.
Isso é tão errado e ao mesmo tempo tão bom!
Suas duas mãos descem para minha cintura e ele aperta contra si e eu solto um gemido que acabo me envergonhando em seguida.
Pensei que ia soltar algum tipo de piada como sempre faz quando tirou a boca da minha mas ela apenas fez o trabalho de descer até o meu pescoço me fazendo jogar a cabeça para trás.
Eu nunca senti tanta excitação em toda a minha vida, eu nem sabia que isso era possível.
Ja ouvi minha prima falar como funciona o ato dos casais nas luas de mel mas o que estou sentindo não é nem perto do que senti quando ela descreveu e pelo o que eu sei isso não é nem o começo.
Sua boca volta para a minha mas dessa vez não continha mais a delicadeza de antes apenas ansiedade por mais de mim. Ele devora meus lábios e ja nem me importo se estou lhe apertando de mais com as mãos em volta do seu pescoço.
Nos afastamos ofegantes com as testas encostadas.
- Me faz um favor - ele me olha e coloca uma mecha atrás da minha orelha - saia daqui antes que eu cometa alguma loucura.
- E se...
- Ayla!!!
Sua súplica me faz rir e eu saio do lago sem mais vergonha do meu vestido estar mostrando tudo.
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Eu flutuo pelos corredores do palácio sem conseguir tirar da cabeça esse momento que tivemos. Sinto que se eu parar de pensar nisso vou perder toda a magia, e a sensação que sinto agora no estômago não serão mais intensa e as borboletas não voltarão.
Entretanto se eu não quiser que alguém me veja nesse estado preciso me apressar.
Quando viro o corredor me deparo com uma cena chocante.
Simplesmente Taylor Campbell quebrando uma mesa inteira com um vaso de flor enorme em cima.
Como ela é forte!
Um grito meu me delata e ela me olha tomada pelo ódio, sinto como se ela quisesse agora me jogar no chão juntamente com o vaso e a mesa.
Talvez até me jogaria pela janela...
Essa cena só não foi mais esquisita do que o acontecimento seguinte...
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AYLA (Livro 2)
Romance2 anos se passam depois de Felicidade Tênue, Sue casou-se com John e teve duas filhas, Dria casou-se com Terrence, teve um filho e está esperando outro. Entretanto Ayla ainda aguarda o seu tão esperado noivado com Henry, príncipe da Escócia. Ayla fo...