Suicídio (parte um)

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Sábado 20:23 p.m
Mansão Dostoevsky


Eram oito horas e Ranpo havia dito a Poe que iria ao mercado comprar ração para Karl, o que Poe suspeitou já que Ranpo raramente fazia esse tipo de coisa por livre e espontânea vontade.

  Ranpo bateu na porta da mansão que tinha um leve aroma de rosas, William abriu a porta o convidando para entrar como se já soubesse de sua visita.

Fyodor estava sentado no sofá analisando dois ternos de estilo vitoriano e sem olhar para Ranpo disse:

— Senhor detetive acha que o preto ou o vermelho combinará melhor em mim? - ele disse com a mão no queixo.

— Vermelho. Combinará melhor com o sangue do baile e a cor de seus olhos - Ranpo disse parando ao lado de Fyodor.

— Um ponto de vista interessante - Dostoevsky riu baixo.

— Deixe o preto para nós usarmos depois.

— Durante meu enterro? - Fyodor sorriu com sarcasmo.

— Certamente - Ranpo o olhou com os olhos brilhando em curiosidade.

— Demorou mais que eu esperava para descobrir tudo.

— Tive um rival a minha altura - Ranpo se sentou.

William trouxe o chá repousando as xícaras na mesa de centro.

— Aceita chá? É inglês - Dostoevsky disse pegando uma das xícaras.

— Aceito - Ranpo disse e pegou alguns biscoitos também - não acha burrice morrer por causa disso?

— É uma vingança todo o ódio é irracional em certo ponto.

— E você precisa ser irracional?

— Talvez, quero levar as almas deles pessoalmente ao inferno.

— Fyodor - Ranpo suspirou - você tem um futuro brilhante a sua frente vai deixar tudo para trás assim.

— Quando você tiver seus pais assassinados, ser levado a um orfanato, abusado e agredido lá pode dar seu palpite detetive - Fyodor sorriu.

— Eu sei que não tenho direito de fala mas continuo sendo um agente da lei.

— E porque não me prende?

— Provas teóricas não são relevantes no tribunal.

— Exatamente, se quiser vir ao meu baile pode vir, mas talvez você suba aos céus no processo.

— Se eu vier eu te impedirei a toda maneira.

— Tente me pegar se conseguir detetive - Fyodor riu.

— E Nikolai o abandonará assim?

— Não quero o mesmo destino a ele, então prefiro o abandonar - ele disse simplista.

Ranpo suspirou e tomou um gole de chá.

— Você é um ser humano interessante - Ranpo disse o analisando.

— E você como está com Edgar?

— Bem, ele é ótimo - Ranpo disse sorrindo. Ambos conversavam de tal maneira que pareciam amigos distantes conversando sobre coisas banais do dia a dia.

  A porta poucos minutos depois foi aberta por Nikolai que sorria de orelha a orelha mas os ver Ranpo ali teve um leve susto e incômodo.

— Boa noite Nikolai, estou com um convidado hoje senhor detetive Edogawa Ranpo, lembra dele não?

𝓓𝓸𝓾𝓬𝓮 𝓐𝓶𝓮𝓻𝓽𝓾𝓶𝓮  (Fyolai)Onde histórias criam vida. Descubra agora