capítulo 26

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Hoje Alexia não veio para o trabalho, pois ela está de atestado médico, de acordo com o seu atestado, hoje ela piorou e acordou com sua garganta inflamada, dor de cabeça, dores musculares, fadiga e tosse seca. Ela ficará de atestado por três dias. Por incrível que pareça, eu espero que ela melhore logo. Tanta hora e dia para ela ficar doente e ela fica justamente agora em que eu preciso dela. De acordo com a reunião de ontem que eu tive com o conselho de administração da companhia, a empresa se encontra em um estado grave.
O rendimento financeiro da empresa tem caído nessas últimas semanas. Não posso deixar que essa situação continue assim. Pensa positivo Heitor: Não há nada a se preocupar. De qualquer maneira tenho que agir para que o rendimento da empresa suba e não faça o contrário. Nessas horas seria bom se Alexia me servisse um café. Bem, café é bom para acalmar os nervos.

Ontem ela me deixou um bilhete no qual estava escrito as seguintes palavras:

" Senhor,
Infelizmente não estou me sentindo bem, isso se deve ao que aconteceu ontem, naquela tarde chuvosa onde VOCÊ fez com que eu desgastasse as solas das minhas sapatilhas correndo desesperada para que você não me alcançasse, não estou lhe culpando nem nada ( bom, só um pouco), só quero avisa-lo que está tudo bem e eu irei vim amanhã, então por favor, não desconte do meu salário.
ass: Alexia."

Me culpando? Eu que sou culpado por você ter chutado lama em mim? Não foi minha culpa.

Enquanto lia fiz uma pequena reparação. Embora no papel estivesse escrito "senhor" dava para perceber dificilmente a palavra apagada e borrada no papel: " chefe da máfia." Essa era a palavra na qual ela apagou, ou pelo menos tentou apagar.

Está tudo bem? eu já ouvi isso antes. Essa mesma frase. Isso me preocupa de alguma maneira.

Estranhamente...tudo fica diferente sem Alexia por perto, sem a sua aura desastrada e curiosa. Me sento na cadeira de frente para Lucas e só há Silêncio nesse escritório. Silêncio. É isso que predomina nesse escritório.

Um pequeno sorriso surge no meu rosto ao lembrar de uma lembrança passageira do passado onde meu pai, eu e minha mãe estamos juntos no quintal da nossa antiga casa em que morávamos, nessa época eu tinha sete anos, essa lembrança vem e some rapidamente ao ouvir uma voz familiar conhecida me tirando de meus devaneios.

- Heitor? Você está bem? - Lucas me olha confuso.
- Oh sim, estou. - Repondo rapidamente. - Porquê? tem algum problema comigo?
- Oh não, é que simplesmente você estava fazendo uma expressão estranha ou melhor diferente, não é comum ver você com uma cara dessas. Se é que você me entende.
- Entendo completamente. Bem, realmente eu estava distraído, me desculpe Lucas, você falou alguma coisa que eu não ouvi?
- Não se preocupe, eu não tenho e nem tinha nada pra falar. - Lucas se levanta da cadeira para limpa-la e estando de pé ele pergunta: - Em quem estava pensando?

- Apenas em assuntos de negócios, a empresa se encontra em um estado crítico e eu estou preocupado com isso.
- Realmente isso é algo que devemos nos preocupar. - Lucas se sentou botando seus braços sobre a mesa do escritório - Seu pai, o sr. César, já sabe sobre esses acontecimentos? Ele sabe que o rendimento da empresa vem caindo ultimamente?
- Sim, provavelmente ele já deve estar sabendo e se não estiver estará sabendo em breve.
- Então é pelo seu pai que você se preocupa? Dele vim para cá?

Pai? Penso com escárnio. Não, não é por ele.

Lucas me observa com uma de suas mãos no queixo e suas duas sobrancelhas arqueadas, me olhando atentamente e esperando por uma resposta.

- Não, não é sobre meu pai. - Dei uma pequena pausa na fala e respirei fundo - Eu...apenas estou preocupado.

Lucas me olha de sobrancelhas baixas, com um olhar cético e não fala nada por alguns instantes. Um silêncio em meio a esse tempo surgi. Um silêncio que para mim, com certeza é muito desagradável.

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