No Leblon, vive Sarah Bellini. Loira, gata, classe A.. Parece ingênua. Mas, muito pelo contrário, Sarah B não é nem de longe uma garota afetuosa, ela sabe manipular para fazer tudo girar ao seu redor. Não é atoa que suas amigas a apelidaram como "Mé...
bem, eu assisti algo morrer porque eu sabia que isso era a última vez
— Set fire to the rain | Adele
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Sarah B. ⇙
— Porra — xinga, nervoso — Sobe na moto, bora. Coloca esse capacete e não deixa verem que é você — Luan sobe na moto e me chama imediatamente. Faço o que ele mandou sem pensar duas vezes — Segura.
Envolvo meus braços ao redor do seu corpo, me segurando. Luan dá partida na moto, acelerando de uma forma que nunca, nunca mesmo, havia andado comigo antes. E para piorar, a chuva nos deixa encharcados em segundos.
Olho para trás assim que Luan vira a primeira rua para verificar se o carro ainda tava na nossa cola, e a resposta foi sim.
— Eles tão chegando perto. — Alerto.
— Tampa a placa.
— O quê?
— Coloca a mão na placa, Sarah. E pelo amor de Deus, não cai.
Meu jesus cristo.
Respiro fundo, ok, eu consigo, né?
Me inclino um pouco para trás até meu braço conseguir chegar no alumínio, assim que sinto, abro a mão na frente dos números. Com a outra mão seguro forte a cintura de Luan.
A moto não para de acelerar, a todo momento parece que consegue ficar ainda mais rápida. Em pouco tempo, os carros de polícia triplicaram. Agora tem três carros nos seguindos, as sirenes irritantes praticamente gritam atrás de nós.
O vento bate tão forte em meu rosto que mal consigo respirar, estou nervosa, também. Mas, meu Deus, eu seria uma pessoa ruim se dissesse que isso parece.. libertador?
Luan vira uma rua, depois outra, depois outra. Penso que escapamos e tiro a mão da placa, segurando Luan com as duas mãos. Mas durou pouco, um pouco mais para frente tinha outro carro.
— Porra, não dá pra ir pro morro, a polícia cercou. — Luan fala alto para eu escutar e vira na rua de baixo, estamos sem destino.
— Minha casa.
— É o quê? Endoidou.
— É o último lugar que vão te procurar, pensa.
As sirenes voltaram a soar mais alta atrás de nós, a polícia nos encontrou novamente.
A moto voltou a acelerar, dessa vez, fechei os olhos e deixei aquele vento bater e bagunçar todo meu cabelo. Estávamos tão rápidos que sentia um frio na barriga, a chuva não me permitia enxergar nada direito, imagino que esteja muito pior pro Luan que tá pilotando.
