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E a questão não foi sorte
Foi Deus me dando suporte

Na noite fria e os pinote
E Deus me livrando da morte

Nunca foi sorte Sempre foi Deus
| Arqui Rival

— Nunca foi sorte Sempre foi Deus| Arqui Rival

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LM⇙

— Ah, Lulu. Você já tem que ir? — A morena nua esticou os braços a minha volta, tentando me segurar. Mas logo me desvencilhei do seu toque, caçando minhas roupas pelo chão.

— Pois é, gata. — Vesti a calça quase num segundo.

Depois do baile Ketylin me encontrou, e óbvio que terminou como sempre termina: Nós dois, pelados, na cama.

— Você tava bem animadinho ontem. — Ela sorriu — Será que ainda consigo andar..

É. Eu precisava que alguém mostrasse que ainda sou gostoso, depois que uma patricinha pegou todo meu ego e jogou no inferno. Quem em sã consciência me recusa? Só pode ser maluca.

— To indo. — Ketylin fez beicinho quando joguei a camisa no ombro. Mas não dei muita bola, eu deveria estar na boca a 30 minutos atrás.

— Vem essa noite de novo? — As unhas pontudas dela arranharam meu braço. Assenti sem nem pensar duas vezes. E antes que pudesse falar mais alguma coisa, saí da casa dela.

O estado do meu barraco tava de longe um dos melhores, não lembro a última vez que limpei isso aqui. Vivo sozinho desde que perdi meus pais, gosto de ter meu próprio cantinho, mas sinto falta de chegar em casa e ter minha mãe me esperando, com o almoço no fogo, meu pai a ajudando, mais atrapalhando do que ajudando, mas ele ao menos tentava. Evito pensar nisso diariamente, só de lembrar que o maior culpado dessa merda foi eu.. Deveria ter sido eu no lugar deles, nunca vou me perdoar.

O lugar que eu vivo não é um luxo, é o suficiente pra dormir. Uma salinha, televisão, sofá. Um quarto com cama, banheiro e cozinha, o mínimo. Não passo fome, desde novo aprendi a cozinhar.
Muito diferente daquela mansão que entrei por acaso no Leblon. Sabe quando uma criança entra numa loja de brinquedos pela primeira vez? Bom, foi exatamente a mesma coisa. Me senti no jardim de infância de novo, doido pra brincar com tudo que via pela frente. Obviamente não toquei em nada, ou ela se assustaria ainda mais pensando que iria roubar, ou ia gargalhar da minha cara por ter ficado encantado com aquilo.

Fui direto pro chuveiro. Depois do baile e do sexo, ainda não tomei um banho direito. Enquanto a água gelada escorria por meu corpo, meu pensamento traiçoeiro voltou aquela garota, a princesinha que me recusou. Ela é bonita, pra cacete. O cabelo loiro, o nariz empinado, o corpo cheio de curvas perfeitas, a bunda arredondada, e nem preciso falar da forma como ela me desafia de queixo erguido. Sarah Bellini é a garota mais sexy que já vi na minha vida, se ela fosse um pouco mais libertina, proporcionaria uma boa noite de foda pra ela sem pensar duas vezes.
Talvez, se tivéssemos em outra situação, como por exemplo, eu não ser um bandido que invadiu a casa dela, aí talvez ela não teria literalmente jogado na minha cara "Não estou interessada em você"

Do Outro Lado Do RJOnde histórias criam vida. Descubra agora