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Carrego a glória, e a dor
de viver do meu jeito

Meu amor, eu sou
chefe do crime perfeito

Chefe Do Crime Perfeito | Filipe Ret

— Chefe Do Crime Perfeito | Filipe Ret

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LM ⇙

— Cara, era enorme, parecia um palácio, namoral. — Repeti mais uma vez, pra Vitor e Kaique que seguravam descaradamente uma risada. — Me senti sendo recebido no saguão pela princesinha, cena de filme.

Eles explodiram em gargalhadas, me deixando com cara de tacho.

— Porra, qual é a graça? — Resmunguei.

— Desculpa, cara. Ainda to preso na parte que você passou por um buraco que um poodle cavou. — Vitor relembrou, e mais risadas.

Torci os lábios numa careta, e me afastei um pouco da calçada que eles estavam sentados, rindo tanto que colocavam a mão na barriga demonstrando dor.

Tá, sei que foi inconsequente, e ridículo, tudo que aconteceu, ainda mais pra mim que nunca passei por uma situação dessas antes, mas se eu soubesse que eles ficariam tirando sarro da minha cara, não tinha contado porra nenhuma.

— O pior, foi ele dizendo que a menina tava olhando pra "beleza dele" — Kaique repetiu minha fala, fazendo aspas com a mão, e as risadas só ficavam mais altas. — Sério, cara. Por que não pediu o número dela pra trocar uma ideia? Com certeza ela te daria.

As risadas cessaram quando Zé apareceu, de braços cruzados, me avaliando de cima a baixo com aquela carranca dele, de quem se preparava pra falar merda. Contive a revirada de olhos e o suspiro de consternação, sempre que deixo claro os sinais de que não quero trocar um papo com ele, o cara surta.

— Vacilo, LM. — Começou. — Eu avisei. Pode abaixar esse olhar de sou foda pra caralho aí, não tá com essa moral toda não.

— To não, porra? Como se a polícia tivesse me pegado, tu tem que agradecer que a Coca tá ai intacta, duvido que qualquer outro daqui tinha conseguido fugir. — Levantei a voz, pouco me fudendo pra autoridade. — Fiquei sem a porra da minha moto por um bagulho que o lucro não é nem pra nós, e tu quer falar merda pra mim? Aceito não.

Vitor e Kaique se levantaram, e saíram andando morro abaixo. Quis ir com eles, mas me recusei a dar as costas pra Zé, então fiquei de braços cruzados, com a postura rígida diante do seu olhar de reprovação.

— O bagulho não é pra nós porque nós devia favor, moleque ingrato. — Ele falou, borbulhando de ódio. Tentei apertar os lábios pra não formar uma risada, mas não consegui. — Para de debochar, LM. To batendo um lero sério contigo.

— Não vai acontecer de novo, caralho. Mas que porra, se eu faço errado, reclama, se eu faço certo, reclama também. Se tá achando tão ruim, da próxima vez, vai lá pegar a porra da droga. Agora eu quero ver tu se safar de perseguição igual eu. — Abri os braços, peitando o velho na minha frente. Ele pode ter o tempo que for aqui, mas não abro as caras pra ninguém.

Do Outro Lado Do RJOnde histórias criam vida. Descubra agora