No Leblon, vive Sarah Bellini. Loira, gata, classe A.. Parece ingênua. Mas, muito pelo contrário, Sarah B não é nem de longe uma garota afetuosa, ela sabe manipular para fazer tudo girar ao seu redor. Não é atoa que suas amigas a apelidaram como "Mé...
Deixe a música te levantar como se você nunca tivesse estado tão livre
Até sentir o nascer do sol deixe a música aquecer seu corpo como o calor de milhares de incêndios
— Crying in the Club | Camila Cabello
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Sarah B.⇙
Nunca, absolutamente nunca mesmo, em 17 anos de vida, pisei num lugar como esse. Juro por Deus que quando passei pela entrada, me senti entrando num puteiro. Ou melhor, uma prisão-puteiro. O lugar tá cheio, homens dançando e levantando armas pra cima, algumas são pistolinhas, outras são enormes mesmo. As meninas.. minha nossa, essa é a pior parte. Algumas se esfregando em marginais, outras dançam sozinhas, algumas até mesmo seguram armas também.
E as roupas delas, mais parecem que estão num clube de stripper. Minis shorts, tão curtos e apertados que me pergunto se a "larissinha" delas não estão sufocadas ali dentro. E as blusas.. sutiãs. Se é blusa, eu não sei, mas para mim parecem sutiãs. Não to julgando, cada mulher usa o que quiser. Mas agora me sinto completamente deslocada. Estou usando um vestido branco apertado, é curto e complementado com um decote simples, mas acredito que até a roupa mais decotada que tenho no closet não me deixaria parecida com as garotas desse lugar.
— Quero ir embora. — Falei, no ouvido de Ju. — Socorro..
— A ideia foi sua — Ela sorri. Analiso sua expressão por uns segundos, posso jurar que ela tá.. gostando?
— Território novo. E olha ali pra cima — Ela aponta a um lugar alto, deve ser o camarote — Gatinhos. E gatinhas.
Não encaro o lugar nem por segundos, minha atenção volta a ela.
— Quanto será que custa pra entrar lá? Pago tudo que me pedirem.
— Não acho que seja dinheiro.. — Ela olha em volta — Acho que precisa ter moral na favela.
Resmungo, mais pra mim do que pra ela, me amaldiçoando por ter tido essa ideia ridícula, absurda, patética. Antes que eu volte a reclamar, Mirian entra no meio de nós duas.
— Sarah, eu odeio você — Ela gritou, tentando sobressair a voz a musica alta que explodia meus ouvidos — Me lembre de nunca mais aceitar suas ideias.
— Vocês podem abrir uma competição de quem é mais fresca. — Júlia gritou também, mas seu corpo começou a se afastar — Como a boa sagitariana que sou, vou me divertir.
