Era apenas mais um dia comum da minha vida se desenrolando, eu estava apoiando minhas mãos na pia de mármore branco encarando meu próprio reflexo no espelho, eu definitivamente tinha algo no fundo da minha mente me perturbando, eu nem sabia definir o que era, mas o que havia acontecido com o silêncio confortável na casa de quando meus pais estavam no trabalho?
Hm. Meus deveres de casa estavam todos finalizados, a casa arrumada, meus livros organizados, era o primeiro dia de férias e eu ainda estava vivendo minha rotina regrada, então... Está tudo bem, certo?
Eu enxuguei meus fios de cabelo castanho, ainda pensando nessa estranha sensação permeando as paredes branco nivea do meu banheiro particular. Talvez minha cabeça só estivesse criando paranóias como sempre, pra me distrair da chatice monótona do meu dia-a-dia sempre igual. É, talvez.
Me enrolei em uma toalha de um tom rosé gold, me enfiei em pantufas confortáveis e deixei meus pensamentos estranhos junto com o vapor do box, andei pelo corredor com os meus passos ecoando a cada centímetro andado, minha casa sempre foi tão barulhenta assim?
Até que enfim eu entendi, minha cabeça não estava me enganando, ela apenas estava me avisando daquele perigo eminente, que por Deus, eu não me lembrava de ser tão intimidador.
Tudo se encaixou de repente, havia algo errado, pois sempre tinha quando ele estava por perto, eu não me atrevi a dizer nada, eu não estava acostumada a perder a minha voz em nenhum tipo de situação, mas ele sempre teve esse efeito em mim, pelo menos quando ele me encarava daquele jeito. E ele sempre me encarava assim, sempre.
Dominic cruzou os braços e não pude deixar de notar como sua jaqueta de couro preta marcava seus músculos definidos, mirando meu corpo de cima a baixo, ele me fez sentir como se estivesse nua, totalmente exposta. Ok, eu não estava tão longe disso, mas a toalha era o único tecido que me separava daqueles olhos verdes.
- Serena - começou ele com um tom de voz magnético - você realmente não esperava visitas, não é?
Eu não conseguia deixar de mirar aquele rosto perfeitamente definido e completamente irritante, eu agarrei a barra da toalha com um pouco mais de força, ajeitando minha postura e tentando retomar meu semblante frio que normalmente funcionava quando queria demostrar que nada me afetava.
- Nunca estou preparada pra uma visita tão desagradável - eu comecei, comprimindo os lábios - você errou o caminho, aqui não é nenhuma casa de strip pra você ser assaltado por mulheres gostosas seminuas.
Ele sorriu e eu limpei a garganta desviando o olhar, como conseguia ser tão irritante? Ele fazia meu sangue ferver apenas com um mínimo sinal de sorriso. Eram apenas dentes, que eu adoraria arrancar um por um usando um alicate, se possível, mas papai imaginava que algo assim pudesse acontecer então sempre guardou suas ferramentas a sete chaves. Ponto pra ele.
- Tem certeza? Pois tem uma garota na minha frente seminua com cara de quem quer me agarrar pelo pescoço. Tenho certeza que estou no endereço certo - ele respondeu, lambendo os lábios discretamente, mas não o bastante para que eu não pudesse notar o piercing em sua língua marcando presença.
- Eu quero te agarrar pelo pescoço, mas não da forma que uma stripper faria. Talvez uma coisa mais carrasco medieval seja a minha vontade - eu disse cruzando os braços e revirando os olhos - o que diabos você veio fazer aqui? Você some por três anos, e não pense que estou reclamando, e volta com a cara lavada sem nem avisar?
Dominic jogou sua bolsa de couro no sofá, se aproximando enquanto um sorriso torto se alargava em seu rosto fodidamente irritante, eu não me intimido e nossa trocar de olhar não vacila por nem um segundo, mesmo que por dentro eu estivesse com aquele sentimento familiar martelando no peito:
VOCÊ ESTÁ LENDO
BLOODLINES: LIVRO UM.
RomanceDominic Van der Woodsen sempre foi sinônimo de problemas por onde passava, mas olhar para ele era como assistir um acidente de trânsito, uma curiosidade mórbida não te deixa afastar os olhos. Serena sempre soube disso e por esse mesmo motivo não sup...