Trouble.

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Meus olhos se arregalaram e de repente senti meu coração se apertando, como se os pulmões estivessem sendo esmagados e o ar sendo raptado das minhas narinas assim que reconheci a voz se projetando do telefone.

Acho que Dominic sequer tinha visto o indentificador de chamadas antes de me oferecer o aparelho, ele não parava os movimentos de vai e vem, e cada vez mais estava sendo difícil de controlar minha voz ofegante.

Não sabia o que dizer, Trevor não podia saber que era eu abaixo do meu meio irmão fodendo loucamente com ele, e muito menos que Dom estava ligeiramente ocupado com outra coisa.

Mas antes que pudesse juntar forças para sibilar uma palavra sequer, ouvi barulhos de um choro baixo no telefone, abri minha boca surpresa e cruzei as sobrancelhas, o homem parou na hora me encarando com preocupação, eu rapidamente passei o celular para ele, que saiu de dentro de mim, atendendo um pouco confuso.

Meus olhos não deixaram o rosto do moreno enquanto mordia os lábios nervosa, eu provavelmente tinha escutado algo que de longe eu não deveria, ele tinha uma expressão séria e um triz de tristeza era visível em seu semblante.

Encarei Logan de soslaio ainda totalmente adormecido, chocada por ele não ter acordado durante todo aquele ato proibido na cama ao seu lado.

– Não faça nada, não saia daí, eu estou indo imediatamente – instruiu ele, coçando a própria nuca – não tem problema, você é mais importante – continuou com um tom de voz tão suave que era difícil de acreditar que vinha dele, soava como um abraço.

Ele desligou e escondeu seu rosto entre as mãos, claramente afetado por aquela conversa. Era difícil não sentir uma sensação desoladora diante aquela situação que, apesar de eu não saber, era fácil de adivinhar que não era nada bobo.

– Eu tenho que ir – murmurou, com um pesar difícil de decifrar nos olhos dele – me perdoa por isso, pequena.

Ver ele falando daquele jeito doeu, não por mim, mas alguém que sempre tem respostas pra tudo como ele não ficava vulnerável como ele parecia estar agora, e tudo isso me enjoou o estômago.

– Onde você vai, o que aconteceu? – perguntei, ajeitando meu vestido de volta.

– Não posso falar por ele, só não fica com raiva de mim, por favor – suplicou o mais velho, enquanto se arrumava rapidamente, e em um piscar de olhos ele já estava novamente vestido e agarrando sua jaqueta de couro, ele me deu um último olhar antes de sair apressadamente do quarto.

Ainda estava com o coração apertado e acelerado diante aquela situação inesperada, não estava com raiva nem nada parecido, só sentia uma angústia e impotência crescentes que me serviam como um nó na garganta, agora estava lá sozinha, encarando as costas de Logan, sem saber o que fazer ou falar.


P.O.V Dominic...

Eu não via nada e ninguém na minha frente enquanto pilotava minha Harley Davidson preta em meio às ruas movimentadas da cidade, eu conhecia o caminho de cor, assim como esse sentimento horrível de urgência, como se algo terrível pudesse acontecer se eu não chegasse lá em segundos.

Porra, Trevor, não faça nada, por favor... – sussurrei para mim mesmo, enquanto acelerava minha moto e sentia a brisa gelida da madrugada soprando contra o meu rosto.

Poucos minutos depois eu já via o prédio onde Logan e Trevor dividiam um apartamento, o porteiro já conhecia o meu semblante e já podia advinhar o que havia acontecido, então apenas me liberou sem muitas perguntas, corri pelas escadas quando constatei que o elevador estava cheio.

BLOODLINES: LIVRO UM.Onde histórias criam vida. Descubra agora