Roommate Problems

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Meu coração estava acelerado e batia tortuosamente, a raiva corria pelas minhas veias e esquentava cada fibra do meu corpo, andei até ele com um caminhar decidido, os olhos comprimidos e os lábios torcidos em uma carranca.

– Por que não vai dormir com a Leah? Me deixe sozinha. – eu esbravejei, nossa diferença de altura me obrigando a olhar para cima.

Dominic bufou revirando os olhos, claramente fazendo pouco caso, fechei meus punhos e continuei o encarando no fundo de suas orbes, tomada pelo intenso sentimento que queimava em meu peito.

– O que a sua amiguinha tem a ver com a história? – indagou, um tom de confronto tomando conta de suas cordas vocais enquanto ajeitava seus fios bagunçados – não vou sair, vamos dormir comportados eu e você, como dois meio irmãos cristãos que somos, e fim de papo.

– Eu não quero dividir nem o mesmo ar que você, muito menos a cama. Então, se não quiser que eu te mate sufocado com um travesseiro, é melhor vazar daqui.

As palavras saíram de mim e carregaram vários sentidos confusos, eu estava explodindo por causa da situação com Leah que não parava de passar na minha mente, como um disco arranhado. Andei de um lado para o outro com a ansiedade varrendo minha pele e um nó se formando no meu estômago, até que me virei novamente para Dom.

– Está com ciúmes. – afirmou, antes de um silêncio incrédulo tomar conta do ambiente fechado – não acredito nisso…

Fiquei parada no lugar, minhas íris esmeralda arregaladas de surpresa, tentei dizer algo, negar ferozmente, mas por algum motivo minha voz ficou trancada na garganta. Eu? Com ciúmes? Isso é um grande…

Absurdo. Sim, com certeza é claramente uma blasfêmia. Eu nunca sentiria nada assim por causa dele, Dominic era apenas um empecilho, uma pedra nos meus saltos Versace.

– Eu odeio você! – afirmei baixinho, ajeitando minhas mechas castanhas – você me deixa tão confusa o tempo todo, vai se foder!

– Uhum, tá bom, Serena. Vamos ir por esse caminho, é mais fácil pra você desse jeito, não?

O desdém em cada sílaba me fez tremer os lábios. O que ele queria dizer com isso? Cruzei os braços ao mesmo tempo que encarava o chão, meus pés agora ligeiramente desengonçados, como se não soubesse o que fazer.

– Só vá embora. – sussurrei, agora parecendo muito mais resignada do que raivosa.

Dominic franziu o cenho quando andou até mim, sua imponência me fazendo ser pressionada contra a parede, a respiração quase inaudível acalentando minha testa.

– Acha que é a única confusa aqui? – murmurou de volta, seu olhar frio e cortante como gelo – você me deixa louco, Serena. Fodidamente insano, perturbado e constantemente irritado com seu comportamento flutuante. – uma batida firme foi feita na madeira revestindo o quarto, ao lado do meu rosto – uma hora me repele e na outra me puxa, em um instante amaldiçoa e no outro sua boca implora pra que eu te beije. Qual é a sua?

O ar parecia crepitar como lascas de árvores em uma lareira, tudo que fora dito reverberou pelas minhas bochechas coradas e me fez questionar até mesmo como respirar. Eu o deixava nesse estado? Só podia estar brincando, era o que ele sempre fazia com a minha cabeça.

– O que caralhos quer que eu diga? – perguntei, juntando forças para falar.

Seu rosto esculpido se aproximou do meu, os lábios cheios, o nariz arrebitado, maçãs marcadas, cada detalhe que carregava uma força magnética, exigia atenção por onde quer que fosse. Os olhos estreitos que me faziam perder o ar e suar, ele me deixava impotente perante sua presença.

BLOODLINES: LIVRO UM.Onde histórias criam vida. Descubra agora