Eu sorri com cinismo para a confusão estampada no rosto dele; com certeza era a última coisa que Trevor esperava ouvir. Não era a primeira vez que estávamos em uma situação dessa, mas ainda assim ele nunca parecia levar a sério. "Você diz isso pra todo mundo" o homem dizia, e sinceramente? Tinha razão nisso.
Entretanto, quando se tratava dele, não tinha a mínima intenção de brincar. E se eu tivesse que ser direto, então eu faria. Logan Riley não conhece o significado de ser negado.
Você é meu essa noite, garoto de ouro. Meu.
– O que disse? – perguntou o outro, piscando as pálpebras de surpresa.
– Eu não tenho uma dicção tão ruim assim, você entendeu bem.
Kennedy desviou o olhar com a respiração irregular, limpando a garganta. Meus olhos se escureceram, inabaláveis e blindados pelas íris negras, o baseado aceso iluminava meu rosto com tons alaranjados, uma fumaça grossa esvaiu dos meus lábios entreabertos.
Tínhamos algo tácito ardendo entre nós, eu podia sentir essa porra queimando a cada instante em que ficávamos juntos, sozinhos. Por que caralhos ele só não cedia? Eu sabia que ele sentia isso também, há muito tempo. Sempre estive lá, esperando, e agora nem Deus em carne e osso faria com que eu voltasse atrás.
– Cara… a gente é amigo.
Rolei os olhos, me recostando na cama.
– Claro, claro. Mas o que isso impede? Não estou pedindo pra casar com você, eu só quero te chupar.
Silêncio.
– Como você pode dizer isso com tanta tranquilidade? – perguntou, levantando as sobrancelhas incrédulo.
– Eu só digo o que penso – meus lábios se curvaram em uma expressão sardônica – ao contrário de outra pessoa, eu não finjo ser o que não sou.
Trevor franziu o cenho e afastou intuitivamente alguns centímetros, eu podia ver que tinha espetado um ponto frágil em sua casca de garoto perfeito, conhecia ele como a palma da minha mão, o rapaz tinha algo sombrio dentro de si, assim como eu ou o merdinha do Dominic. Mas Kennedy não queria deixar isso ser mostrado para o exterior.
Você pode tentar esconder isso de qualquer um, menos de mim. Eu sei tudo sobre o que é ter um lado obscuro.
– O que caralhos você tá falando? – indagou, seu tom de voz rouco e acusador me causando arrepios na espinha.
– Nós três somos iguais – comecei, rastejando na cama e pairando em cima dele, minhas duas pernas o enjaulando no lugar, movi as mãos até os lados de seu rosto no colchão, afundando seus lençóis macios e montando a armadilha – todos temos a podridão dentro de si, você só é melhor em disfarçar.
A respiração dele engatou assim que me viu subindo por cima, tomando as rédeas da situação. Eu não me importava de ter que o provocar até que explodisse, eu faria com o maior prazer.
Por alguns segundos ele permaneceu ligeiramente boquiaberto, processando tudo que eu havia acabado de dizer, seus pensamentos girando aceleradamente enquanto as peças tentavam se encaixar.
– O que quer que eu diga? Que você tem razão, milorde da sabedoria? – retrucou, se apoiando em seus cotovelos – eu sou uma pessoa boa, a culpa não é minha se você não faz a porra do mínimo esforço para ser também, então – Kennedy se elevou se aproximando, seu rosto coberto pelo jogo de meia luz da iluminação do quarto, criando sombras – não ouse me comparar a você nisso.
Eu ri com a aspereza inesperada dele, estava finalmente conseguindo uma reação. Mais um pouco e só iria confirmar tudo que eu estava pensando.
– Não precisa se alterar, garoto de ouro. – soltei fumaça em seu pescoço, arrepiando a pele com o calor – eu sei que você é do time dos bonzinhos.
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BLOODLINES: LIVRO UM.
RomanceDominic Van der Woodsen sempre foi sinônimo de problemas por onde passava, mas olhar para ele era como assistir um acidente de trânsito, uma curiosidade mórbida não te deixa afastar os olhos. Serena sempre soube disso e por esse mesmo motivo não sup...