BLOODLINES: LIVRO UM.

Serena's Birthday

Seis dias depois…

Serena’s Birthday, June 16.

P.O.V Dominic

– Ó seu filho da puta, sua mãe te deu a luz ou foi curto circuito? – esbravejei, dando um tapa sonoro na nuca de Logan, que resmungou de dor, se virando para mim.

– Por que caralhos eu tenho que ajudar? Por mim que essa mimada se exploda. – devolveu, limpando os rastros de farinha branca espalhados em sua camiseta estampada orgulhosamente com a logo da banda Bad Omens.

– Eu vou pedir de novo, por favor não se matem. – disse Trevor, suspirando fundo enquanto continuava a mexer um recheio de mousse de morango e baunilha – é só um bolo.

Eu explodi, saindo da cozinha e retirando o avental ridículo que Eleonor me pediu para usar. O joguei para longe frustrado e passei a mão pelos cabelos castanhos que caíam sobre o meu rosto. Porra, isso precisava dar certo.

Foi uma luta para conseguir que Serena saísse de casa tempo o suficiente para montarmos uma surpresa, algo que realmente não era do feitio dela. Nessa última semana não pude deixar de notar como a garota estava distante, introspectiva e constantemente desanimada, eu não entendia e tentava não deixar que isso me afetasse, mas obviamente, foi a única coisa que consegui me concentrar. Merda.

Na noite passada ela simplesmente disse que não iria comemorar seu próprio aniversário. Eu não conhecia tanto dela quanto deveria, mas de longe sabia que algo estava errado. Reuni meus companheiros de banda, a Trinity, e começamos a correr atrás de tudo como três malucos.

As amigas dela também estavam na maracutaia, resolvi as paradas da surpresa com Maxinne, a garota gótica que eu particularmente detestava. Ugh.

Me irritava o jeito que ela olhava para Serena com fome, uma forma que apenas eu deveria ter a permissão de olhar, e me tirava do sério saber que a morena nem desconfiava das intenções de sua “parceira” de longa data. Qualquer um que olhasse iria desejar aqueles lábios malditos, mas não mais do que eu.

Ela era minha. Tão profundamente minha que eu tinha antipatia natural por qualquer ser que fizesse a ousadia de cobiçar a minha Serena.

Logan veio atrás de mim depois de um tempo,  claramente descontente com a sua posição, se jogou no sofá e acendeu um cigarro, portando em seus dedos. Kennedy o seguiu, se encostando na parede branco perolada, nos analisando em seus olhos âmbar.

– Nós vamos mesmo fazer aquilo que você disse? – perguntou o mais alto, cruzando os braços, um pouco receoso – eu não tenho certeza se isso vai dar certo, e se sujarmos a cozinha da Ellen, ela vai assar nós três.

Encarei o chão, bufando.

– Tem que ser perfeito, Trev. Eu sei que ela vai gostar.

Logan apoiou os pés na mesinha de centro despreocupado, soprando fumaça para fora de seus lábios, me encarando com suas íris negras.

– De onde você tirou essa merda? Só vai dar mais trabalho. – desdenhou.

Poucas coisas vieram a minha mente quando eu tentei adivinhar um tema que ela gostaria, mas eu tinha certeza que qualquer coisa com a cara daquela loira azeda ia trazer um sorriso para aquele rostinho. Então me aventurei no terrível aplicativo de adolescentes virgens, o tal Tik Tok, buscando por ideias para essa festinha improvisada, imprimi várias imagens da cantora, recortei e fiz confetes em formatos de estrelas de prata, que aparentemente tinham algo a ver com uma música dela. E claro, o bolo também tinha uma referência, com cobertura totalmente branca e no meio um pequeno balão cheio de corante vermelho, com um escrito em cima “Boys only want love if it is torture”.