Backsit.

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Estava sentada no colo de Dominic encarando o fundo de suas íris esverdeadas, carregada de uma intensidade que fazia a chuva torrencial lá fora parecer apenas uma garoa fraca. Não ousei evitar nossa proximidade nem por um segundo, estava sendo capturada pela presença dele, eu me sentia constantemente lutando para achar a saída desse labirinto obscuro onde eu me encontrava, mas não importava o caminho, nós sempre acabaríamos assim. O que tínhamos era algo que não se podia mensurar, as pessoas costumavam dizer que nada é mais forte que o amor, no entanto, ele me provou que isso era mentira, pois o desejo que eu sentia por ele era um vício delicioso impossível de largar.

Mesmo que meu coração parasse de bater eu ainda desejaria suas mãos quentes no meu corpo me fazendo sentir viva da forma que apenas ele conseguia fazer.

O ódio pode se transformar, o amor pode morrer. Mas o tesão nunca vai embora. E todos os esforços para abafar esse sentimento só alimentam suas chamas, então talvez já passasse da hora de deixar tudo queimar.

Meus lábios foram hipnotizados por ele, correndo cegamente até seu pescoço cheio de tatuagens, deixei uma trilha lenta de beijos pela área e tudo simplesmente parecia certo, porém, ele colocou as mãos na minha cintura e me afastou levemente.

Franzi o cenho um pouco confusa, exigindo explicações, ele me olhou com aquela expressão que me irritava até os ossos, seu sorriso de lado marcando presença.

– Aqui não, pequena. Vamos para outro lugar primeiro. – disse ele, descansando a palma da mão em minha coxa descoberta.

– O que? – perguntei confusa, meu coração acelerando com a raiva emergindo em meu pulso – você disse que nada ia nos impedir.

Dominic subiu seus dígitos tatuados pelo lado das minhas curvas sensuais marcadas no vestido, a ponta de seus dedos cálidos se demorando a cada centímetro, até que ele acariciou minha bochecha, aproximando nossos rostos.

– E não vai. Mas aqui estamos correndo riscos. – murmurou ele, seu maldito semblante maravilhoso mal iluminado pela luz fraca do carro – paciência, garotinha.

Bufei com ódio antes de o deixar e me sentar novamente no banco passageiro da BMW de Trevor, cruzei os braços e desviei meus olhos para as janelas do carro com uma exclamação presa na minha garganta.

Como esse filho da puta se atreve! Sempre que ele está com vontade não há hora nem lugar, não importa se estamos dividindo a cama com alguém, ou se estamos no confessionário de uma igreja. Se Dominic quer, ele consegue. Então por que eu não podia fazer o mesmo?

Ouvi o barulho da chave girando e o carro começando a se mover, ainda estava com raiva borbulhando dentro de mim quando saímos do estacionamento do prédio e as gotas de chuva fria começaram a castigar o teto do automóvel.

– Serena, o que aconteceu? – indagou ele, lançando um olhar de soslaio, manobrando o carro com uma habilidade invejável, eu levantei a sobrancelha e continuei ignorando ele. – por que tá emburrada, princesa?

Revirei os olhos, só o som de sua voz estava me dando nos nervos. Por que esse imbecil não calava logo a boca e me fodia no banco de trás?

– Onde você vai me levar? – perguntei, suspirando fundo, finalmente fixando minha atenção em seu rosto de perfil, concentrado nas ruas molhadas da cidade.

– Pro melhor motel desse lugar fodido – respondeu com uma expressão visível de diversão.

Comprimi meus lábios carnudos tingidos pelo vermelho brilhante do gloss, encostei minha cabeça no banco e encarei o painel branco perolado, não era uma má ideia. Entretanto, eu estava muito cansada de ter que seguir as instruções dele como um cachorrinho domesticado, ele não merecia esse tipo se submissão, e eu não estava nem um pouco disposta de dar isso de bandeja.

BLOODLINES: LIVRO UM.Onde histórias criam vida. Descubra agora