P.O.V Dominic...
Eu estava com meu característico sorriso de lado mas estava queimando por dentro. Porra.
O rosto dela estava contraído numa deliciosa expressão de surpresa, suas feições delicadas escondidas pela sombra que eu projetei eu seus contornos cobertos pela profana fantasia. Essa garota não era uma pecadora. Ela era o fruto proibido, me tentava até o limite em todas as situações. Parecia ter um prazer avassalador em me ver perder a compostura. Era impossível olhar para ela e não desejar que ela estivesse sob o meu controle e que nenhum outro par de mãos sentissem o quão quente sua pele podia se tornar.
Meu aperto na faca se tornou mais rígido ao passo que me aproximei de sua forma pequena, meus dedos coçavam com cada impulso violento que atormentava minha psique enevoada. Finalmente guardei a lâmina no bolso da jaqueta, num gesto que calava esse tormento interno, pairando a centímetros dela.
– O que te fez pensar que o Trevor poderia chegar tão perto de você? – murmurei, franzindo o cenho e travando meu olhar frio com o dela.
A sua respiração acelerou quando rapidamente agarrei seu queixo, os anéis prata em meus dedos brilhando sob a luz fraca, aproximei nossos rostos em um puxão firme. Estar tão perto dela, sentindo seu cheiro me hipnotizar era como uma maldita droga, mortalmente viciante e impossível de resistir. Tóxico e atraente. Do jeito que só ela conseguia me manter.
– Você desapareceu a noite toda, me fez ficar plantada com essa fantasia ridícula! – disse ela, a voz trêmula, suas mãos agarrando minha jaqueta de couro para se firmar – e então você resolve aparecer só pra gritar comigo?
Levei alguns segundos demorados observando seu rosto enraivecido, a forma que seus lábios se comprimiam, seus cabelos castanhos que corriam soltos com o vento. Um sentimento egoísta borbulhou dentro de mim, ameaçando explodir.
Era uma afronta existir uma mulher tão bonita.
– Mas parece que o senhor bonzinho te manteve bem ocupada, não é? – rebati, a frustração crescendo dentro de mim a cada instante, elevando o queixo – nós tínhamos um trato, porra.
Suas orbes estreitaram em confusão e antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, deixei minhas mãos se guiarem até seus ombros, a mantendo sob o meu controle em um aperto inflexível.
– Você queria que eu fosse legal. Tudo que eu pedi foi que você não se envolvesse com os dois. – expliquei, meu maxilar travando, enquanto a respiração quente dela contra o meu semblante arrepiava minha espinha – então é isso que você quer, a parte mais podre de mim? Acredite, eu não tenho problema nenhum em mostrar.
Você me consome. Maldita.
Eu não sei quem sou ou quem fui um dia, toda vez que encaro aqueles olhos.
As imagens do imbecil do Trevor se aproximando do que era meu assombravam a minha sanidade, a fragmentando a cada instante. Eu temia não conseguir me controlar o suficiente caso ele realmente tivesse a beijado.
Antes dessa mulher infernal se rastejar de volta pra minha vida, eu nunca havia experimentado o fodido gosto amargo da inveja tão sufocante quanto naquele instante. Eu mataria para estar no lugar dele. Eu mataria para ser o único.
Meus dedos ficavam inquietos, implorando para tocar no que era minha propriedade por direito, explorar cada fenda e curva que me torturavam todos os dias, me amaldiçoando com esse vício incurável que me despedaçava, pedaço por pedaço, deixando para trás apenas um rascunho do homem que eu já fui um dia.
Porque depois dela, eu não passava de um escravo das minhas próprias necessidades. Um merda impotente que se afogava num poço ardente de ciúme com a mera menção de outra pessoa respirar o mesmo ar que Serena.
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BLOODLINES: LIVRO UM.
RomanceDominic Van der Woodsen sempre foi sinônimo de problemas por onde passava, mas olhar para ele era como assistir um acidente de trânsito, uma curiosidade mórbida não te deixa afastar os olhos. Serena sempre soube disso e por esse mesmo motivo não sup...