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CAPÍTULO TREZE
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A PRIMEIRA VEZ QUE KIRA SENTIU O verdadeiro poder bruto, a primeira vez que ela se lembrou disso, pelo menos, ela era uma criança, talvez não tivesse mais de cinco anos. Ela e Nikolai entraram sorrateiramente na Sala de Guerra, escondendo-se atrás de uma estátua.
O Darkling entrou, seu kefta ondulando em seu rastro e Kira engasgou, ela não sabia o que era então, o sentimento que a chamava para ele, que a fazia estremecer devido à quantidade absoluta de poder.
E agora seu corpo estava na frente dela, imóvel, e o poder se foi. No entanto, Kira ainda sentia isso, uma quantidade de poder que parecia não natural, que parecia semelhante às criaturas das sombras, mas de alguma forma mais equilibrada.
Seu olhar caiu sobre a garota de pé ao lado de Nikolai, seu cabelo escuro caiu sobre seus ombros e seus lábios formaram uma linha fina enquanto ela olhava para o corpo do Darkling. Morana, Kira percebeu, a garota com quem seu irmão estava preocupado.
A garota cujo poder Kira podia sentir tão bem quanto na primeira vez que conheceu o Darkling. A garota cujos olhos estavam vazios de emoções enquanto observava Genya e Zoya avançarem e pegarem uma tocha acesa.
Zoya foi primeiro, ateando fogo à madeira. Genya foi a segunda, e quando ela colocou fogo na lenha, ela se virou, entregando sua tocha para Alina. Kira viu Alina levantar uma sobrancelha para Morana, que por sua vez balançou a cabeça.
Kira envolveu Genya com os braços, e a garota estremeceu quando Alina avançou, murmurando algo antes de jogar a tocha sobre o corpo de Kirigan, deixando as chamas engolfá-lo.
── Hoje é um novo começo. ── Nikolai falou enquanto avançava. Kira olhou para o irmão, que se parecia tanto com um rei quanto ela imaginara. Um líder nato. ── Para todos de Ravka. Inferno, para todo o nosso mundo. É um pouco assustador, não é? Saber para onde ir a partir daqui. Nós tivemos um foco singular por tanto tempo. Tanto sangue foi derramado. Depois de centenas de anos separados pela Dobra, podemos celebrar uma Ravka unificada.
── Nossos vizinhos do Norte nos verão unidos e tentarão atacar. Mas muitas vezes não é a batalha que tira mais de nós. É o resultado. A chance de juntar os pedaços de nossas vidas. Quando um pássaro de fogo surge das cinzas não é o mesmo, mas nesse renascimento há potencial, potencial para um novo propósito.
── Graças ao que Alina fez por nós, todos nós temos uma chance de melhorar o mundo agora que a Dobra se foi. E acima de tudo, você deve confiar. Confiar uns nos outros. Em vocês mesmos. Confiar no fato de que este é o começo de dias melhores por vir. E não será fácil, é claro. Nada é. Eu esperava terminar isso de uma forma mais edificante, mas aqui estamos nós.
Kira ergueu os olhos ao sentir Nina tocar em seu braço e assentiu, dando um último abraço em Genya, antes de seguir seus corvos.
