Capítulo 1

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"Eu acordei no hospital assustada, eu estava sozinha, numa maca com duas cortinas azuis ao meu lado, ofegante. Tentando entender oque estava acontecendo, quando eu me lembrei da explosão. Comecei a chorar, uma máquina apitava ao longe e depois de segundos afastaram uma das cortinas e uma enfermeira correu pro meu lado.

— Calma, calma. Você está bem agora. 

— Cadê meus pais? – ela olhou pra mim com pesar .

— O médico já vem ver como você está. – ela acariciava meus cabelos com delicadeza tentando me fazer deitar. Eu fiz oque ela queria e acabei dormindo.

[...]

Acordei com vozes e abri os olhos, o médico conversava com a enfermeira e quando ela olhou pra mim, ele também direcionou seus olhos na minha direção. 

— Oi Marília, que bom que você acordou. Como você se sente? – ele se aproximou da cama.

— Eu estou com dor nas costas e no meu rosto.

— A enfermeira já vai administrar um analgésico pra você.

— Doutor...minha família.

— Marília, eu sinto lhe dizer, mas seus pais não sobreviveram ao incêndio.

— Onde estão meus irmãos? – eu disse com o peito pesado e já tinha lágrimas nos olhos.

— Seu irmão foi achado à algumas horas perambulando no estacionamento de um shopping. Ele está ali na sala da assistente social, você vai poder vê-lo em breve. – soltei um suspiro ao saber que Gustavo estava bem.

— Com licença Dr., ela acordou? – um homem com um distintivo pendurado no seu pescoço entrou no meu leito.

— Sim detetive, mas ela precisa descansar. – ele olhou bravo pela intrusão do homem.

— Quanto antes escutarmos oque ela sabe, mais rápido o crime é solucionado e os culpados encontrados.

— Tudo bem pra você, Marília? – eu acenei com a cabeça. O médico e a enfermeira me deixaram a sós com o cara e ele fechou a cortina tentando criar mais privacidade eu acho.

— Oi Marília, meu nome Carlton. Eu vim ajudar a solucionar o incêndio na sua casa. – Ele falava calmo — Vou te fazer algumas perguntas e tente responder com o máximo de detalhes que você conseguir, tudo bem?

— Sim.

— Vamos lá. — ele puxou um gravador de seu bolso e apertou um botão — Marília me diga tudo que aconteceu hoje, desde o momento em que você acordou. – Eu fiquei em silêncio tentando lembrar, mas eu só vinha na minha cabeça a explosão e depois tudo ficando escuro — tome o seu tempo pra responder.

— Eu...não lembro. – Ele franziu o cenho.

— Não lembra? Como assim?

— Eu só lembro da explosão da minha casa e de acordar aqui no hospital. – Eu disse fechando os olhos pois uma forte dor de cabeça me atingira.

— Tudo bem, tudo bem. Eu vou chamar o seu médico. Outra hora eu volto aqui pra falar com você. – Eu não prestei mais atenção nele e tentei aliviar minha dor, massageando a minha têmpora.

Eu só sei quando o Dr entrou no meu leito e me fez algumas perguntas. No final balançou a cabeça em negação. O detetive continuou ali, então ele perguntou ao médico oque eu tinha e pelo oque ouvi, aparentemente eu estava com amnésia retrógrada e ele acreditava que poderia ser temporária. Só não soube dizer quanto tempo eu levaria pra recuperar a memória.

O detetive bufou e passou as mãos no cabelos. Olhou pra mim antes de se virar e ir embora. Eu ainda fiquei olhando para o médico, que me lançou um sorriso pra depois ir pelo mesmo lado que o cara. Olhei para o teto e fiquei tentando me lembrar de algo, mas parecia que tinha um espaço em preto, entre eu ir dormir na noite passada e a explosão.

Eu ouço uma correria e olho na direção do pé da cama e vejo quando meu irmão surge na minha visão. Ele tinha os olhos vermelhos e uma expressão assustada. Eu tentei me levantar, mas a dor era muita, de todo jeito em um segundo ele já estava me abraçando apertado de mais.

— Espera Gustavo. – Ele se afastou e ficou olhando pro chão – Como você tá?

— Eu tô bem. Me desculpa Marília, eu deveria ter tomado conta da Aline como a mamãe mandou, mas ela fugiu e eu fiquei com medo e continuei escondido. 

— A Aline! – Eu me levantei rápido fazendo a máquina apitar como uma louca. Soltei um grito de dor — Cadê ela Gustavo?

— Eles acham que ela...

— Que ela oquê!? – Eu disse puxando ele pela blusa. Ele olhou pra mim assustado — Fala!

— Eles acham que ela morreu no incêndio. – Ele chorava e eu o soltei me jogando na cama.

Uma enfermeira entrou e injetou algo na minha veia e logo eu fechei meus olhos não sentindo mais nada, só um vazio por dentro."

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Voltei com mais uma adaptação meus amores, espero que gostem e não me matem... Bjsss

Firebird - Nascida das Cinzas - MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora