Capítulo 14

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Meio que eu sabia que ela faria isso, mas alguma parte de mim sentiu que tivemos algo especial e teve esperança que ela não me abandonaria no meio da noite. Acordar sem encontrar ela ao meu lado, foi uma das piores sensações. Ainda procurei por Maraisa no banheiro, no closet e pelo resto do apartamento.

Desabei no sofá da sala me sentindo um nada. Já estava pensando em maneiras de invadir a mansão do pai dela, pra questiona-la de sua atitude fria, quando eu ouço a campainha tocar. Levanto a cabeça rápido, pensando ser ela e corro pra ir até a porta. Me decepciono quando eu encontro o vizinho de baixo com Pyro, que mastigava o cadarço do tênis dele.

- Me desculpe, mas minha mãe me obrigou a traze-lo mais cedo. Ele estraçalhou com uma bolsa de marca dela. - ele diz segurando a guia do cachorro.

- Ah, tá tudo bem. Eu sinto muito. - digo pegando a guia que ele estendia - fala pra sua mãe me dizer a marca e o modelo, que eu compro outra pra ela.

- Não precisa. Ela tem um monte. - ele parecia extremamente envergonhado.

-Que isso cara, eu faço questão.

- Se você insiste, depois eu passo aqui pra dizer qual é a bolsa. - ele me entregou uma sacola com as coisas do Pyro.

- Combinado, até mais e obrigado por olhar ele pra mim.

- Sem problemas, ele é muito legal, queria ter um, mas acho que depois de hoje ela não vai querer um cachorro no nosso apartamento.

- Pode aparecer pra brincar com ele se quiser.

- Sério? valeu. - ele dizia sorridente.

- Claro é só tocar a campainha.

- Beleza, eu venho sim. - nos despedimos e eu fechei a porta desanimada.

Solto a guia da coleira de Pyro e deixo as coisas dele do lado da porta. Volto pro meu quarto e pego o meu celular pra ligar para Jordan, com certeza ele teria o telefone de Maraisa. Estava nessa angústia de pelo menos escutar a voz dela, então eu disco o número dele e aguardo a chamada completar em pé no meio do quarto.

- Alô...Marília? - ele diz com um voz grogue de sono, ou de bêbado. Não sei oque rolou naquela festa dele.

- Eaí Jordan? - escuto uns ruídos no fundo.

- Eaí, porque não apareceu na festa ontem?

- Foi mal, eu tive que resolver umas coisas de última hora. - vou até a cama e me sento na beirada dela - Mas eaí? quão boa foi essa festa que eu perdi?

- Nossa, eu vi algumas coisas muito loucas acontecendo. O povo parecia que estavam num transe.

- Rolou droga?

- Pior que não. Pelo menos não chegou nada nos meus ouvidos. Nem precisou também, tinha bebida pra perder de vista.

- Que pena, espero poder ir na próxima.

- É claro que você vai, ainda pretendemos dar mais uma de despedidas dos formandos.

- Não foi essa?

- Não, essa foi em comemoração do fim do ensino médio. - nós rimos.

- Pra que desperdiçar bons motivos pra se dar um festa, não é mesmo?

- Falou tudo...espera um pouco... - ouço um rangindo igual de uma porta se abrindo - diz aí, porque ligou?

- Sim, eu queria o telefone da Maraisa, você tem ele por acaso?

- Tenho, mas pra quê?

- É algo entre nós duas e você não poderia contar para ninguém que eu pedi. Pode ser?

Firebird - Nascida das Cinzas - MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora