Capítulo 23

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Depois de me despedir de Maraisa eu fui pra casa, o apartamento que por pouco tempo eu dividiria com meu irmão. Entrei direto para o meu quarto, pois não queria ter aquela conversa com ele e estragar a noite maravilhosa que eu tive.

Na manhã seguinte, eu fui a primeira a acordar e esperei por ele na sala para termos a conversa, que não foi bem uma conversa. Já que quando ele finalmente apareceu na sala e se sentou no sofá comigo, ele apenas acenava com a cabeça pra tudo que eu dizia ou respondia apenas ao que eu perguntava.

Não esperava que fosse continuar como era antes de ele me pegar com a então namorada dele, na minha cama, do jeito que viemos ao mundo, mas eu ainda tinha esperança de que continuarmos ao menos nos falando. Parece que nem isso ele quer fazer comigo.

Por conta disso decidi que não iria esperar até conseguir um lugar para sair dali, eu iria ficar com o Victor na casa dele e com sua família. Eu era bem vinda ali e já que iríamos nos encontrar aquele dia mesmo, abordaria logo o assunto com ele.

Como Maraisa iria passar o dia com sua família, aproveitei para administrar as coisas na minha organização de perto. Assim eu poderia deixar novas instruções sobre como se portar daqui pra frente, para poder evitar um possível confronto de organizações e honrar a minha parte do acordo.

Não que eu quisesse manter esse acordo por muito tempo, mas eu precisava pensar em uma alternativa para minimizar os danos que cancela-lo futuramente traria.

[...]

Alguns dias se passaram e por esse tempo eu saí definitivamente do meu apartamento, levando as minhas coisas e algumas do Pyro pra deixar no galpão enquanto eu não tinha um canto só meu. Agora nós dois estávamos na casa de Victor, morando com a família dele, que consistia em sua mãe e dois de seus irmãos menores.

Estou adorando meu tempo lá, a mãe dele cozinha bem pra caramba e deixa Pyro ficar dentro de casa, então tenho muito que agradecer. Apesar disso, não paro muito por lá, porque ou eu estou na rua com Victor e os meninos "trabalhando", ou estou com a Maraisa.

Por falar nela só lhe restava alguns dias até ela ter que ir embora para Connecticut se instalar e iniciar a sua vida universitária. Só de pensar nisso já me deixava triste.

Era sábado à noite e eu estava parada na frente da antiga boate do B.. Ela estava fechada desde aquela noite em que ele morreu. Eu passei ali na frente de carro com Victor ao meu lado, para pegar um atalho até outro destino e resolvi parar ali e dar uma olhada.

- Porque será que ainda tá fechada? já deveria ter alguém interessado no lugar. - perguntei para Victor, que estava sentado no passageiro.

- Também acho estranho. Além do mais a mulher do B era louca pra vender essa boate. Dizem que ela está passando por problemas financeiros.

- Porque? Brock era milionário, não era?

- Alguma coisa haver com o testamento dele. Os bens estão todos interditados.

- Será que Marco tem alguma coisa haver com isso?

- Não, deve ser algum mandado judicial, eu já vi isso acontecer. Ele apreendem seus bens enquanto não sair uma sentença. Brock é fichado e respondia ao governo por alguns crimes fiscais.

- B sonegava?

- Quem não faz ou já fez isso hoje em dia? A situação tá feia minha amiga.

Meu telefone começa a tocar e eu o pego para atender e era Maraisa. Peço licença para Victor, saio do carro me afastando um pouco e finalmente aceitando a ligação.

Firebird - Nascida das Cinzas - MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora